Segundo o romance de George Orwell, cujo título original é "Animal Farm", e publicado em 1945 a sua história relata a revolução dos animais da quinta Manor, propriedade do senhor Jones.
O velho Major, o mais respeitado dos porcos da quinta, reúne, numa certa a noite, todos os animais da quinta e conta-lhes um sonho que tivera - a sua morte estava para breve e compreendia, então, o valor da vida.
Explica logo aos companheiros que devem a sua miserável existência à tirania dos homens que, preguiçosos e incompetentes, usufruem do trabalho dos animais, vítimas de uma exploração prepotente.
O velho porco Major incita o grupo não só à rebelião, para derrotar o inimigo, como também a entoar o cântico de revolta "Animais de Inglaterra".
Três dias depois, morre o Velho Major.
Mas a revolução prossegue, com novos líderes - os porcos Snowball, Napoleão e Squealer, que criam o Animalismo, como sistema doutrinário, com "Os Sete Mandamentos".
Expulsam o dono da quinta e mudam o nome da propriedade para "Quinta dos Animais".
Dada a estupidez e a limitação de alguns, que não conseguem decorar os "Mandamentos", Snowball reduziu-os a uma máxima: "Quatro pernas, bom; duas pernas, mau".
O regime do Animalismo começa logo de forma vigorosa, com todos os animais a trabalharem, de forma a fazerem progredir a quinta – a autogestão estimulava o orgulho animal.
Snowball cria uma lista de comissões para conceber programas de desenvolvimento social, educação e formação.
Com o passar do tempo, os porcos tornam-se corruptos pelo poder.
Instala-se então uma nova tirania, sob o comando de Napoleão, que passa a impor um novo princípio: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros".
Ora, exatamente, decorridos que estão em Portugal 39 anos após o triunfo dos porcos, perdão, o 25 de Abril de 1974, e segundo o Tribunal Constitucional Português neste seu último Acórdão, ao declarar-se que os pensionistas de luxo da Caixa Geral de Aposentações não podem ver de nenhum modo, em razão dos seus direitos previamente adquiridos, as suas pensões diminuídas, mesmo e apesar do país e dos demais comuns portugueses estarem numa situação de austeridade, portanto de séria diminuição dos seus direitos já muito constrangidos, temos de concluir também haverem dois distintos tipos de portugueses:
- o primeiro e privilegiado, o dos pensionistas milionários da Caixa Geral de Aposentações, que já antes auferiam salários, regalias e mordomias superiores à média dos portugueses, pagos com o trabalho do setor privado,
- e um segundo e desfavorecido grupo, o do Regime Geral da Segurança Social que e apesar de receberem pensões de menor valor, pagos e suportados integralmente com o produto do seu trabalho, sem quaisquer privilégios ou favores, mas que, em nome e benefício dos primeiros, podem ser arbitrariamente sacrificados, esmifrados e até mesmo padecerem de todos os sacrifícios que lhe venham a ser exigidos.
Ora digam lá que em Portugal não há uns porcos " mais iguais do que outros"?