Já sabíamos há muito que somos o país com o maior índice per capita de consumo de álcool no mundo e, mais recentemente, onde mais cresce a habituação tabágica, já não só de homens, mas, agora, de mulheres e crianças.
Nos últimos anos, assistimos a uma crescente e cada vez mais penetrante presença do vício do jogo na vida dos portugueses.
O jogo assume hoje em Portugal, como nunca, uma alienação predatória omnipresente, de servidão e ruína de mais de 5 milhões de portugueses, contribuindo decisivamente para empobrecimento nacional, o aprofundamento das dificuldades económicas das famílias e das pessoas e pior das mais pobres.
O vício do jogo tomou conta da vida e da economia das famílias, dos adultos, das mulheres e, até mesmo, o que é um escândalo, mas feito à vista desarmada, dos jovens.
Desde os primitivos jogos da Santa Casa, agora mais diversificados e viciosos, passando pelo crescente número de Casinos e Bingos, até aos jogos online, hoje, tudo são meios e oportunidades de exploração da crassa e crescente ignorância dos portugueses.
Não bastando, no último ano, passamos a assistir à implantação de uma série de unidades industriais e comerciais de droga.
Permite-se, a grosso, industrial, comercialmente, a troco de licenças estatais, a legalização do tráfico da droga em Portugal e o branqueamento dos seus lucros milionários.
O "zé da esquina" caso se atreva a cultivar um pé de canábis, num vaso em casa, para seu consumo próprio, dificilmente escapará da condenação contraordenacional e criminal, seja como traficante e ou consumidor.
Até porque a dita legislação progressista portuguesa relativa ao pequeno consumo de drogas, com cinismo e a hipocrisia, permite a posse para consumo próprio, mas já não permite, de nenhum modo, que o consumidor possa produzir para si próprio as doses mínimas.
O maior número de aditados, não esquecendo os vícios sexuais, dá causa à crescente perda de produtividade económica, à destruição humana e social das famílias e dos indivíduos, o aumento do número das doenças e baixas médicas, paranoias, depressões, e demais formas incapacitação humana, enfim, um sem número de vidas precocemente interrompidas.
Portugal está hoje convertido num enorme salão de vício e viciados, cujo principal agiota é o Estado Português, o fazendo deliberadamente para a manutenção do estado geral de crime, a contento e para o maior enriquecimento de um conjunto de indivíduos, grupos e empresas com vincadas e assumidas ligações político-partidárias do Regime.
(twitter: @passossergio)
(artigo do autor, publicado na edição de 1 de Julhode 2019 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)
Aquilo que até há pouco mais de 10 anos era conhecido pela exploração semanal de 2 jogos, do Totoloto e da Lotaria Nacional, como meio de angariação de receitas para o apoio financeiro da meritória acção social levado a cabo pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, está agora convertida numa enorme multiplicidade de tipos e apostas de jogos diários e semanais, cada vez mais caros e viciantes a que se vieram somar mais recentemente o Totoloto, Euromilhões, "raspadinhas instantâneas", apostas de jogos na hora, etc., etc.
Santa Casa do Vício do Jogo é o no que parece que se transformou!
Mas os danos e custos sociais, económicos e humanos resultantes desta progressiva viciação e alienação que se abatem sobre dezenas de milhares de famílias portuguesas, privando-as de meios económicos e financeiros para acudirem às necessidades básicas de alimentação e sobrevivência, por causa da adesão popular aquela enorme oferta de jogos de azar, são enormes e graves.
Vergonhosa e hipocritamente, perante esta enorme tragédia social portuguesa, os poderes públicos nada fazem, viram a cara ao lado, e nem sequer os partidos políticos se atrevem a denunciar este novo flagelo social.
Mas, até onde irá esta cegueira e destruição social, e quando é que alguém corajosamente lhe põe fim?
É totalmente falsa a notícia de que um português ganhou o prémio de € 24.974.879,00 no sorteio do euromilhões no dia de ontem.
Descontados de 20% de imposto de selo para alimentar o Estado parasita e ladrão, ou sejam € 4.994.975,80, o apostador português só vai receber a quantia de € 19.979.903,20.