Seis milhões, seiscentos e cinquenta mil portugueses rejeitaram votar nos partidos políticos portugueses nas eleições ao parlamento europeu.
Os portugueses abstencionistas, votantes em branco e nulos, mais de dois terços dos eleitores, não se reveem mais neste sistema político-partidário e nos seus políticos profissionais.
74.5% dos portugueses recenseado em Portugal continental decidiram não votar, votar em branco ou nulo.
O corajoso povo de Murça recusou maciçamente votar, em todo o concelho de Murça não se votou.
Mais 12 freguesias de Portugal continental protestaram e fecharam as suas assembleias de voto.
Menos de 1% dos portugueses recenseados fora de Portugal decidiram votar.
O resultado destas eleições é claro e inequívoco: os portugueses rejeitam e não querem mais esta partidocracia reinante.
Está na hora de se apresentarem novas soluções, novos interlocutores políticos e novos objetivos aos portugueses.
Os atuais partidos políticos não mais representam os legítimos interesses dos portugueses.
Está na hora se criar e implementar em Portugal uma nova democracia representativa, cívica, direta, participativa e popular.
Todos os partidos políticos foram derrotados nestas eleições.
Os portugueses querem uma nova democracia sem os partidos políticos a determinarem o futuro.
Os portugueses exigem uma nova Constituição Democrática, um novo sistema eleitoral e uma nova forma de representatividade política e, fundamentalmente, uma nova democracia participativa.
Os portugueses desejam uma nova democracia representativa, pessoalizada, direta, participativa e popular, sem qualquer intermediação partidária.
Viva a Democracia!
Nos amores, tal como na políticas, os portugueses deixam-se conduzir pelo estômago.
A mudança efetiva de Portugal só sucederá quando os portugueses sentirem fortemente a fome.
Até lá os partidos políticos poderão continuar tranquilamente na senda do roubo do erário público.
Foram precisos passar 36 anos para que finalmente já se possa dizer livremente e sem medo, por evidente e desgraçada constatação de facto da situação arruinada de Portugal, que o que se seguiu ao 25 de Abril foi uma sucessão de desastres de consequências profundamente nefastas.
Até os seus próprios autores e feitores, exemplos de Mário Soares e Ramalho Eanes, já o confirmam sem pejo nem vergonha.
Pena que a Justiça para estes não funcione e os julgue a eles e a tantos outros, pelo seus actos e pelas respectivas consequências para os portugueses e Portugal.
Contudo não deixa de ser interessante que Mário Soares faça elogios ao novo Presidente do PSD, o que só mostra que desgraçadamente para Portugal eles continuam a operar para manter na mesma o status quo, via Bloco Central PS/PSD, o que pronuncia a continuação do lento caminho para a total ruína de Portugal.
Há já muitos anos que digo que em Portugal não há democracia política.
Bastaria, e é só um pequeno exemplo, pensar que são unicamente os partidos políticos quem podem apresentar candidatos à Assembleia da República, e aos cidadãos livres e independentes está vedado o direito de se elegerem em igualdade de condições com aqueles.
Mas o problema português é hoje ainda mais grave do que pensava: o Estado de Direito faliu e a Lei não mais tem ética, nem moral, nem rectidão.
Como é que se pode aceitar, sem reagir, que os altos funcionários públicos, gestores de empresas públicas, os políticos e os governantes paguem a si mesmo milhões de Euros e existam pessoas em Portugal que deambulam pelas ruas catando caixotes do lixo para se alimentarem, ou que durmam ao relento nas ruas? E crianças que vão para a escola sem se alimentar? Mulheres que se prostituem para alimentar os seus filhos? Idosos que morrem na miséria, na solidão e ao abandono? Tantas e tantas pessoas que morrem nas listas de espera por falta de cuidados médicos? Os jovens que enveredam pela criminalidade para ganhar a vida? E os jovens que aceitam a corrupção e a imoralidade como forma de vida? O aumento do desemprego, da pobreza e da indigência? A insolvência de famílias? O crescimento abrupto das desigualdades sociais? A fome? A morosidade e a carestia da Justiça? A corrupção, o compadrio, o “amiguismo” e a generalização do tráfico de influências? Etc, etc, etc.
A situação a que chegou Portugal envergonha e indigna qualquer pessoa com um mínimo de sentido de justiça e equilíbrio.
Ao povo português tão espezinhado, sacrificado e desprezado pela actual classe política corrupta, imoral e preguiçosa, quando a Lei e o Direito não mais funcionam e são pura letra morta, resta uma única solução: o derrube do actual sistema político, económico e social por quaisquer que sejam os meios ou as formas necessárias.
E pela força se tiver que ser.