O substantivo mexicanização, no sentido político da palavra portuguesa, tem origem na experiência do Partido Nacional Revolucionário (PRI) que governou, ininterrupta, absoluta, corrupta e criminosamente, por quase 100 anos, o México.
Em Portugal podemos observar o modo adotado pelo Partido Socialista para se perpetuar no poder, quer através de arranjos eleitorais, influência de caciques e, chegando mesmo, à concessão de estímulos e proveitos aos eleitores e aos eleitos.
A sua estratégia de poder passou a traduzir-se na mera obtenção dos votos da maioria nas sucessivas eleições, tudo para, e não mais, perpetuar o controlo absoluto e omnipresente do aparelho de Estado.
Para a posse dos eleitos vale apresar um eclético e alargado leque dos candidatos, até mesmo vindos de outros partidos, pela simples mudança de camisola, os chamados “vira-casacas”, fornecendo-lhes em troca, ou oferta, lugares, apoios financeiros, benesses, contrapartidas, empregos na função pública, ou acessos privilegiados a infraestruturas e bens públicos.
E para o controle dos eleitores, a (dita) pandemia do Covid 19 ofereceu a ímpar e derradeira oportunidade de alienar as massas populares, vivendo de sobras e raspadinhas, oferecendo-lhe um cabaz misto de alimentos, rendimentos, habitação, rendas e outros, gratuitos e sem esforço, em troca do voto garantido no PS.
O PS já alimenta, cuida, educa e apascenta mais de metade dos portugueses; afinal, sem o PS mais de 5 milhões de portugueses já não sobreviveriam.
Mesmo com o país a definhar na pobreza, no atraso e no subdesenvolvimento, o PS, naturalmente…, alcançou a derradeira maioria absoluta nas últimas eleições legislativas.
O Estado orgânico, desde o Estado Central, as Regiões e as Câmaras Municipais, passando pelas empresas públicas e demais organismos públicos, até aos órgãos de soberania, de fiscalização e controlo do próprio aparelho estatal, formam a grande coutada do PS.
A rede e a teia socialistas asfixiam ao ponto de a alternativa eleitoral do PSD ter-se sumido, até o seu líder Rui Rio, dizendo-se esquerdista, se rendeu ideologicamente aos usos e abusos socialista.
A restante pífia oposição faz de conta e, aquele que servia de contrabalanço, o Presidente da República, salvo algum arrufo ou ciumeira, como foi o recente caso das viagens a Kiev, Ucrânia, vive de acordo com a agenda do Querido Líder António Costa.
As próximas eleições serão apenas uma mera formalidade, o país já podia chamar-se de México (da Europa).
Pois quem não estiver pelos ajustes com esta nova república popular socialista terá o bom remédio de se calar, para sobreviver, ou, melhor, terá de sair do país pela porta da serventia.
(artigo do autor, publicado na edição de 30 de Maio de 2022 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)