A República implantada em Portugal pela Constituição de 1976 está doente.
Gravemente doente.
O sistema actual sistema político representativo vigente, formal de semi-presidencial e de vertente parlamentar não tem servido os interesses dos portugueses trabalhadores, nem as empresas, nem a economia, nem o tecido empresarial e comercial, nem o progresso sustentado e tão-pouco o desenvolvimento harmonioso de Portugal, antes pelo contrário.
O actual sistema político-constitucional parece, e tem-no demonstrado à saciedade, só servir o interesse de um bloco político instalado no poder há mais de 30 anos, e que pouco tem dito aos comuns portugueses.
Após o 25 de Abril de 1974 a esquerda radical começou, com o “11 de Março de 1975” por destruir o aparelho produtivo do país, servindo-se a seguir desde esse momento, até aos dias de hoje, dos sindicatos para suas meras plataformas panfletárias e de arremesso político.
A esquerda radical e popular comunista mais não tem feito pelo país do que o cemitério dos ideais marxistas ultrapassados, de um sistema político que nunca vingou em Portugal.
Por sua vez, todo o restante espectro político partidário vigente que tem alternado no poder, mais não tem feito do que navegado ao sabor do seu enorme apetite e consumo dos meios do Estado e do erário público para os seus fins próprios, contudo estranhos ao bem comum dos portugueses.
Os escândalos públicos envolvendo políticos e os seus acólitos acumulam-se e os abusos dos partidos e da agiotagem política sobre os bens sociais e públicos mostram abundantemente a falta de sentido de futuro do actual sistema político.
Ora o actual sistema político e institucional representativo e da divisão de poderes de semi-presidencial, segundo a vigente Constituição da República Portuguesa, mais não tem servido do que para auto-preservar, reproduzir e alimentar uma permanente clientela de parasitas que vivem à custa de um número de cada vez menos cidadãos produtivos e contribuintes e de um cada vez mais exaurido erário público.
Na sociedade portuguesa, número de preguiçosos e ociosos aumenta, e o exemplo vindo de cima, do aparelho governamental é o pior: o país, a “coisa pública”, e o Estado encontram-se cada vez mais endividados e as suas, outrora famosas reservas de ouro, num terço foram já consumidas, sem que se saiba nem onde nem porquê, e o restante não chega já para pagar a dívida pública entretanto contraída, sem nada de melhor tenha sido construído, ou deixado de produtivo para as presentes ou vindouras gerações, com o seu dispêndio.
O cada vez maior, mais negligente, mais irresponsável e até nalguns casos escandalosamente criminoso, aparelho sucessivo do governo político e económico de Portugal, por outro lado, criou descrédito na própria democracia.
O povo vive sem rumo e sem destino, perdeu até a fé e não acredita já muito em si. Perece um povo e um país de moribundos.
O país está doente, a democracia definha dia a dia e os portugueses estão descrentes em tudo.
O sistema político e público instalado só tem servido para tornar os mais ricos e mais poderosos os que já o são, ficando, cada dia que passa, o comum dos portugueses mais pobres e mais vulneráveis aos riscos económicos.
A Justiça só parece servir os interesses dos ricos e dos poderosos, e os cidadão comuns e a classe média não recebem nem segurança nem paz, antes vendo a criminalidade comum e violenta a aumentar e ficando sem valores e princípios que servissem ao menos para uma melhor coesão social.
Os políticos profissionais e instalados no Estado e na “partidarite” são os mesmos há já 36 anos e os portugueses, sentem-se que não são ouvidos nem minimamente respeitados.
Os escândalos são cada vez mais e a Justiça não serve para os punir.
O sistema político-eleitoral cada vez chama menos portugueses aos actos eleitorais, e já nem sequer os atrai a participar na discussão dos assunto que lhe dizem respeito e aos da comunidade que o afectam.
Abstenção eleitoral é cada vez maior e ameaça até os próprios alicerces da permanência da Democracia representativa.
Muito vêem e dizem que o sistema está viciado e que em nada lhes diz respeito, ou que o jogo tem as "cartas marcadas", e é dito inclusivamente que certos e conhecidos grupos e lóbis são quem manda efectivamente no "jogo", quer até que se governo contra o próprio.
O Estado assemelha-se cada vez mais a uma ditadura fiscal com uso dos meios policiais.
Os próprios tribunais fazem hoje justiça contra o pagamento de um serviço de luxo e de acesso muito difícil, e no qual os custos judiciais são inacessíveis para a esmagadora maioria dos portugueses.
A máquina fiscal é hoje descrita por muitos com uma máquina da rapina.
O que é sabido é que as empresas e o tecido económico empresarial e comercial definha acelerada e gravemente, o desemprego, a miséria e a pobreza abundam e crescem e os jovens vêem o seu futuro hipotecado e sem esperança.
O sistema e o modelo público-privado económico, de todo o conjunto de empresas público-estatais, da parceria público-privadas, da economia subsidiada, participada ou subvencionada, das empresas monopolistas, Portugal Telecom, EDP, Águas de Portugal e muitas outras, a Banca, os gestores público-privados, o tráfico de influências entre grupos e lojas maçónicas, a Igreja arcaica e fechada sem fiéis, e a clientela juvenil partidária, que têm caracterizado todo o aparelho vivo do dito Portugal democrático, desde a “revolução dos cravos”, esta que de nada nem nunca teve de democrático, por unicamente ter servido para manter um “status quo” negociado de 2 partidos, PS e PSD, tornou-se visivelmente corrupto, incompetente, oneroso e ameaça já a própria sobrevivência da independência dos portugueses.
As desigualdades económicas e de classes acentuam-se e agudizam-se, crescendo o número de pobres e aumentando o fosso, cada vez maior, entre uns poucos cada vez mais ricos e um maior número de cada vez maior número de pobres ainda mais pobres.
A classe média, essa que conhece e debate os problemas e discute as soluções, encontra-se cada vez mais atacada e "rapinada" pelo poder político e pelo Estado.
O desígnio de alguns marxistas vê-se próximo de concretizar: exterminar a classe média, que ainda pensa, ainda discute e aponta os vícios e os autores de uma sociedade adoentada por sucessivas e maldosas governações que se instalam no poder do Estado de Portugal nos últimos 30 anos.
Os portugueses comuns e que vivem do seu suor diário, atacados pelos reais problemas do limiar da sobrevivência, sabem que têm de mudar, que é urgente mudar, porque o futuro que aí vem e o que se apresenta pela frente é uma inevitável mudança profunda, radical e dolorosa de maus hábitos, da profunda alteração de muitos vícios de muito tempo de incúria e irresponsabilidade colectiva.
Ora, a mudança final terá que ser de índole e carácter económico, que os poderá vir a atingir com uma já prevista violência devastadora nunca vista.
A bem ou a mal a mudança terá que ser feita.
Foram 36 anos seguidos de pro-fundo e completo descalabro, mistificado e escondido com muitas palavras enganosas, dinheiro fácil e barato, e de promessa vazias.
Os portugueses em desespero clamam por Salazar, o ditador de outrora.
Não querem mais a ditadura da “outra senhora”, preferem inequivocamente viver em democracia, mas esta democracia vigente em nada os convence, antes vêem-na com desdém e até já muito ódio.
Alguns até, com interesses maléficos e de ordem estranha ao interesse do bem comum advogam a violência como meio para a mudar e atacar os “inatacáveis”.
Ora, parece que a Democracia é já um credo assente e enraizado, mas os portugueses anseiam por uma mudança que tarda em chegar.
Parece unânime, e é aceite por muitos que o sistema político deve ser reformado e substituído por outro.
Está na hora do surgimento de uma nova República, com maior responsabilidade das pessoas, dos políticos e dos governos.
Uma pergunta é feita quotidianamente, contudo vai ficando ainda sem resposta: qual a alternativa, qual a reforma ou mudança a dar ao actual sistema e quais as soluções?
A meu ver, o que continuarei em outros escritos, para mim, pode ser um sistema Presidencial.
Ou seja uma República Presidencialista.
Se se quiser, para melhor ilustração do meu ver, uma República à norte-americana.
Voltarei a esta proposta num destes próximos dias.