Há 25 anos quando frequentei a Universidade já ouvia dizer que só em Coimbra se praticava verdadeira praxe universitária.
Realmente aquela coisa triste praticada no Meco não foi mesmo praxe académica, aquilo foi uma tragédia.
No meu tempo de estudante de Coimbra também ouvi rumores de abusos na praxe, mas, de facto e diretamente, só conheci uma situação abuso de praxe, praticada por um conhecido e frustrado gay que se dedicava a organizar, com os seus acólitos, esperas pelos caloiros na Porta Férrea para aí os receberem e agraciarem com violentas pancadas com as pastas académicas.
Já era quintanista de Direito e logo denunciei a prática abusiva à comissão de veteranos da praxe, tendo eu ainda intervindo junto desse fulano e do seu grupo e avisando-os que se voltassem a praticar tais abusos, ou semelhantes atos, eu teria muito gosto de dialogar com eles a murro.
Logo esses escroques foram identificados, advertidos e sancionados e nunca mais, que eu soubesse, tal voltou a acontecer.
Ora, a praxe exige elevados padrões de ética, moral e muito civismo, porque onde há seres humanos, em todos os locais do mundo, na Universidade de Coimbra e no resto de Portugal, há e haverão sempre abusadores e assassinos que têm de ser controlados por outros seres humanos adultos, preocupados e conscientes.
A praxe é uma elevada prática de socialização e inclusão académica e universitária, mas só devia ser praticada por muito poucos!