A repetida falta de acessos, caminhos e aceiros, entre muitos outros problemas e deficiências, de que os bombeiros se queixam, ano após ano, no combate aos incêndios florestais, é o claro sinal que as Câmaras Municipais não fazem o seu trabalho de prevenção e ordenamento.
Um pouco por todo o lado, impera a desordem florestal e o desordenamento do território.
As Câmaras Municipais, inundadas de milionários dinheiros e fundos europeus e nacionais desde há décadas, persistem em desprezar os meios e recursos naturais.
Temos de perguntar a estes autarcas o que fazem com os nossos impostos, como e com o quê ocupam o seu tempo, os lugares luxuosos e privilégios para os quais são eleitos com os votos do povo.
Olhamos para a floresta circundante, o dito “Pinhal do Interior, agora transformada numa bomba incendiária de eucaliptal, logo percebemos que se estão marimbando.
Ano após ano sucedem-se as romarias de velórios e viúvas, a pobreza das gentes, das aldeias e dos lugares, a pedinchice ao Governo Central, os velórios e as viúvas, o deserto e a negritude a perder de vista para os poucos que ficam.
Há muito defendo que a solução para o interior do país, de modo a colocar as Câmaras a cumprirem com as suas obrigações e responsabilidades locais, passa por as reduzir a um décimo das atuais.
Libertar-nos dos muitos caciques e da despesa inútil, permitindo aos seus milhentos funcionários se emanciparem da burocracia e das secretárias, colocando as pessoas e as empresas a trabalhar efetiva e produtivamente.
E até que as Câmaras Municipais sirvam fundamentalmente de agências de emprego local, ou de meras arenas de disputa de poder, de tráfico de negócios e influências entre caciques locais, jamais poderão servir com utilidade as populações locais, os seus reais interesses e crónicas carências.
Mas não há com o que estranhar deste malfadado destino.
Afinal, esta é a arraia-miúda que o populista Presidente Marcelo elogiou no último “10 de junho” e das Comendas, ou como melhor Luís de Camões os apelidou de “Velhos do Restelo”.
Gabe-se-lhes o míster, aumentam a prole e a descendência nos confins da Península Ibérica, dando gentes e cores às terras lusas.
(artigo do autor, publicado na edição de 1 de Agosto de 2022 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)
MUDAR PORTUGAL:
35 medidas para despartidarizar, desenvolver e democratizar o Estado Português, Portugal e os Portugueses
Introito:
Portugal é um país com uma história e cultura ricas, de mais de 800 anos, de vocação ultramarina e global, que, num passado nobre e valente, conquistou o mundo, espalhou a sua cultura, a sua gente e a sua língua nos sete cantos do planeta.
Os últimos 50 anos, foram conduzidos desastrosamente, em ordem à instauração de aprofundamento da pobreza das suas populações, à ruína económica nacional, com a desindustrialização, morte do pequeno comércio, abandono dos campos e da agricultura, perda da liberdade e autonomia alimentar, económica.
Os seus objetivos, meios e fins tiveram em vista a disseminação das ideologias do género, do colectivismo, do estatismo e do marxismo, conseguidos com estatização e coletivização forçada em geral da sociedade, da economia, das empresas e das instituições públicas e oficiais.
Com o 25 de abril de 1974, Portugal viu perdeu à força, de maneira ignóbil e vexatória, as suas imensas possessões ultramarinas, riquezas e recursos materiais, humanos, financeiros e naturais, abandonando mesmo à sua sorte os nossos povos irmãos e, por fim, os entregando à influência estrangeira, à guerra, ao fratricídio, à miséria, à fome e ao subdesenvolvimento.
Ainda hoje Portugal e o seu Estado não ressarciram, como deviam e estavam justamente obrigados a ressarcir os portugueses (chamados de “retornados), pelas perdas vultuosas dos seus patrimónios, trabalho e labor confiscados, mesmo roubados, nas ex-colónias.
Não bastando, essas políticas antinacionais e destrutivas, prosseguiram com sangramento populacional, resultante da emigração forçada dos nossos jovens, das medidas do incentivo ao aborto, à eugenia e à punição das famílias alargadas, têm levado ao envelhecimento e encolhimento demográficos do país.
As políticas fiscais atuais, desde há 50 ininterruptos anos têm sido presididas pelo esbulho dos mais pobres, trabalhadores, aforradores, industriosos e inovadores.
Os roubos e abusos que o próprio Estado Português pratica, por conta e proveito dos grupos e corporações que raptaram a seu favor e proveito egoístas a coisa pública, chegaram a um ponto escandaloso.
O Estado passou a exercer práticas predatórias, por meio de impostos e taxas, sobre os cidadãos e contribuintes que, contínua e gravosamente, são a causa do empobrecimento dos portugueses, da decadência da economia nacional, do progressivo e contínuo défice das contas públicas e do galopante e ruinosa aumento das dívidas pública e externa.
E, por fim, a entrada no projeto europeu, significou e trouxe-nos à progressiva perda da independência e da soberania, à destruição social, humana e espiritual nacionais.
Até aos dias de hoje, ninguém foi capaz, nem pareceu alguém querer, de atacar e resolver, de vez, os reais e profundos problemas que vão conduzindo Portugal à estagnação, à ruína e, em último lugar, à falência nacional.
As causas da destruição nacional têm sede e lugar no Estado Português.
Eu proponho 35 grandes medidas, essenciais e decisivas, para reformar o Estado Português, que, por essência e natureza, servirão para salvar Portugal da sucessiva, desastrosa asfixia e menorização na qual tem sido colocado há mais de 4 décadas.
É a hora e o tempo de inverter a decadência, a ruína social e económica nacional, que, infelizmente, a médio e longo prazo, transformarão Portugal no país mais atrasado do Hemisfério Norte e, no final, a perda da identidade e da independência nacionais.
É a hora e o tempo de dizer BASTA a este nefasto estado de coisas.
É o tempo e a urgência de estabelecer em Portugal plena da Democracia, dando a supremacia ao Povo sobre os órgãos de soberania e de representação.
É o tempo e a urgência de responsabilizar os cidadãos por si mesmos, dando a primazia à Cidadania e em benefício do Povo.
Para tanto impõe-se colocar a Cidadania ao serviço da Democracia e a Democracia em prol do Povo, em vez e no atual lugar da serventia do Povo aos partidos políticos e das oligarquias.
Para tanto impõe-se a colocar o Estado ao serviço do Povo e o Povo em prol do Povo, em vez e no atual lugar da serventia do Povo às corporações e das plutocracias.
Neste projeto nacional, desenho e estruturo 35 medidas que acreditamos que podem ajudar a mudar Portugal para melhor.
Estas medidas abrangem um vasto leque de áreas, desde o crescimento económico e a criação de emprego, até ao melhoramento da educação e dos cuidados de saúde, passando por efetivas, reais e concretas políticas para promover a justiça social, reduzir a pobreza e a desigualdade.
Fundamentalmente, é hora, é imperioso e é tempo, temos de criar um futuro mais sustentável, mais justo e fraterno para todos os portugueses, seus filhos e netos, a bem das gerações futuras.
Esperamos que este projeto, o que estou certo e confiante, provoque um debate e inspire ações coletivas que levarão a uma mudança real, profunda e decisiva de Portugal.
É tempo, urge e estamos obrigados, a tanto a Gloriosa História de Portugal nos exige, a recuperação da soberania, da independência e da liberdade portuguesas, em nome e em prol do nobre e valente Povo de Portugal.
A transformação tida em vista, almeja fazer sair Portugal da condição de país mais atrasado do Hemisfério Norte do planeta, escapar à perda da sua identidade e da sua independência.
Ou seja, alavancar Portugal, os portugueses e a terra portuguesa, na sua identidade, orgulho e soberania, como outrora alcançamos nas sete partidas do mundo, por meio do engenho, da astúcia e grande obra das Descobertas, para um lugar cimeiro na Europa e no mundo.
Portugal, os portugueses, os seus povos, as suas gentes e as suas terras terão de voltar em breve a Si, à sombra das suas História, Identidade, Bandeira e do seu Hino.
Destarte, apresento aos portugueses 35 medidas para instituir uma Democracia Cívica e Cidadã, derrubar o atual Regime oligárquico, nepotista, plutocrático e cleptocrático ao serviço dos Partidos Políticos, e colocar Portugal na senda do desenvolvimento económico, social e humano.
1. Reforma da Constituição Política Portuguesa e do Regime Político, Democrático e Representativo:
Serão levadas a cabo mudanças significativas e profundas no sistema político e institucional português.
A primeira delas é a abolição da atual Constituição marxista, coletivista e estatista, realizado por meio de um referendo popular, por meio do voto universal de todos os cidadãos de nacionalidade portuguesa e maiores de 18 anos.
Será redigida a nova Constituição Democrática e Cidadã de Portugal, pela Assembleia Constituinte, eleita simultaneamente no mesmo referendo.
Finalmente, a Nova Constituição deverá ser aprovada por meio de referendo vinculativo popular.
O novo Regime Político será Cidadão, Humanista e Democrático.
A representação popular terá a expressão biparlamentar, com duas Câmaras de Representantes eleitos: a Assembleia de Cidadãos com 100 deputados, e o Senado com 50 senadores.
O sistema eleitoral dos deputados nacionais, primeiro os deputados constituintes, depois os representantes cidadãos e os senadores, serão eleitos em círculos uninominais, pelo método individual, pessoal e maioritário.
Deverão ser introduzidos mecanismos de Democracia Direta e Participativa Popular, tais como como a obrigatoriedade de discussão e aprovação direta dos cidadãos de uma parte (25%) do Orçamento Geral da Cidadania, bem assim uma parte (50%) do orçamento dos municípios.
Serão implementados os poderes de veto legislativo por iniciativa popular, referendo e participação direta dos cidadãos nas tomadas de decisão.
A nova Constituição também conterá o reforço do poder direto dos cidadãos por meio de iniciativas legislativas populares e a introdução de meios de Democracia Direta e Participativa, como referendos e consultas populares.
A democracia cidadã representativa por Partidos Políticos será mitigada, com a eliminação de toda e qualquer menção a partidos políticos na Constituição da República, cabendo em exclusivo o poder representativo aos cidadãos.
Os Partidos Políticos não são abolidos, nem sequer proibidos, mas eles serão a emanação e a expressão da associação de pessoas e eleitos, e não o inverso como tem sido até aos dias de hoje.
A chefia do Estado e da República passará a ser conduzida pelo Primeiro Cidadão, eleito por voto universal, direto e secreto de todos os portugueses.
A democracia direta dos cidadãos, sobrepondo-se aos representantes políticos, será reforçada, com a poder popular de destituição dos deputados por meio de referendos populares locais.
Será igualmente prevista a destituição do Primeiro Cidadão por meio de referendo popular nacional, ou por maioria qualificada das duas Câmaras de Representantes.
Além disso, serão exigidas medidas de economia de meios e despesas com os eleitos, como a redução do número de deputados regionais e a publicidade dos orçamentos de todos os eleitos.
Por fim, serão severamente sancionados o enriquecimento ilícito de políticos e titulares de cargos públicos, com a inversão do ónus da prova da sua riqueza, as sanções políticas e financeiras, como o confisco de toda a riqueza injustificada, multas elevadas e penas de prisão, de cassação de mandatos e inelegibilidades perpétuas para os corruptos condenados.
2. Regionalização e Reforma Administrativa Municipal:
A) 7 Regiões Administrativas de Portugal: Algarve, Baixo Alentejo, Alto Alentejo, Estremadura, Centro, Norte Litoral e Trás dos Montes, a somar às duas atuais Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, sem qualquer aumento de despesa pública, com vários poderes próprios, nomeadamente fiscais, culturais e escolares e outros, dotados autonomia política fiscal e financeira, com poderes de gestão dos Hospitais Públicos, Escolas e demais organismos públicos centrais, regionais e locais, sendo eleitos por forma indireta pelos presidentes dos Governos de Municípios.
B) Reforma Municipal: Redução do atual número de Municípios portugueses, passado estes para os Governos de Municípios, a não mais do que 50 em todo o Portugal. Reforço dos poderes e competências dos Governos de Municípios, com a implementação dos seus poderes e deveres democráticos locais. Descentralização das competências do Estado Central para os Governos de Municípios, ou Associações de Municípios, e novas Regiões Administrativas.
C) Estado descentralizado: Extinção das atuais 5 Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Criação dos Governos de Municípios, no máximo 50, cada governando, em média, 6 dos atuais concelhos, associando-se os novos municípios redesenhados para o efeito, em substituição das atuais Câmaras Municipais, que serão todas extintas. Criação dos Governos das Populações, no máximo 500, cada governando, em média, 6 das freguesias, associando-se as novas freguesias redesenhadas para o efeito, em substituição das atuais Juntas de Freguesia, que serão todas extintas.
3. Princípio do Estado Português Responsável:
A) o Estado Português só deve viver, modesta e responsavelmente com o que os contribuintes decidirem pagar, limitando os impostos a não mais de 20% sobre todo o rendimento nacional, e nunca mais de 10% sob as empresas e 10% dos sujeitos singulares.
B) introdução, em sede de Constituição Democrática de Portugal, da proibição total e absoluta de contração pelo Governo de toda e qualquer nova dívida pública, só podendo ser autorizada com Lei da República e aprovada com maioria qualificada de 2/3 dos deputados.
C) o Estado deve passar a viver com apenas 20% do rendimento líquido anual da economia nacional.
D) proibição, em sede da Constituição, de todo e qualquer défice (excetuando casos de força maior: desastres, guerra ou similares), nas contas públicas nacionais.
E) proibição, em sede da Constituição, de todas e quaisquer participações público-privadas (PPP) e a eliminação das confusões, negociatas, tráficos e outros, entre o Estado e os privados.
É fácil reformar o Estado Português, de modo a coloca-lo ao serviço desenvolvimento de Portugal e da melhoria das condições e felicidade dos portugueses, como eu demonstro acima, basta querer.
Houvesse uma séria e responsável vontade política e seria muito fácil resolver o problema dos portugueses!
O problema são os atuais Partidos Políticos representados na Assembleia da República e as suas elites cleptocráticas criminosas, que não estão de todo interessados em resolver os reais e sérios problemas que afligem os portugueses e que, continuamente nos últimos 44 anos, têm contribuído somente para destruir Portugal.
É possível recuperar e fazer avançar Portugal, basta os portugueses quererem!
Diz-se Parasitismo a relação assente “daquele que come ao lado de outro”, ou associação de exploração entre seres vivos, um ser apenas que se beneficia e sendo o outro sempre o prejudicado.
Nesta relação temos, num lado o parasita, agente agressor ou patogénico, retirando os nutrientes do ser no qual está hospedado e, noutro lado, o hospedeiro, o agente sugado que abriga em si o parasita, portanto, a infeção.
Enquanto existe um estado em que o hospedeiro sofre apenas alguns pequenos danos, conquanto ainda não se encontra identificado qualquer sintoma específico, não há doença.
Quando a infeção ocasiona sintomas claramente prejudiciais ao hospedeiro, o resultado normal, este passou a ter uma doença.
Os portugueses, em resultado da ação dos parasitas que os governam há mais de 40 anos, sofrem já duma grave doença terminal.
Ora, são três as grandes causas da morte das democracias pela ação do parasitismo das classes e grupos de indivíduos estatais, os parasitas, sugando os portugueses trabalhadores e contribuintes particulares, os hospedeiros.
O Assistencialismo Estatal: os cidadãos são habituados a dependerem para tudo dos apoios estatais, tornando-se em meros consumidores domesticados e amorfos, perdendo as suas capacidades críticas, produtivas e, em última análise, preferem a supressão dos riscos inerentes à liberdade individual em troca de um sistema securitário que lhes garanta a "eliminação" do medo.
A Entropia e a Morosidade dos serviços de Soberania do Estado: as promessas enganosas e demagogas de um "Estado Total" em todas as áreas da vida social e coletiva da comunidade leva ao esgotamento dos recursos comunitários que, face ao enorme volume de solicitações populares, desde as mais comezinhas (ex.: garantias permanentes de prestação de cuidados de alimentação, teto, emprego e de saúde), às mais elementares e cruciais (ex.: Justiça, Segurança e Defesa), dos cidadãos, no final, arrastam o mesmo Estado à total incapacidade de responder em tempo útil às superiores necessidades sociais e coletivos da manutenção das liberdades políticas e económicas, a garantia e a segurança do exercício dos direitos, liberdades e garantias.
A Burocracia Estatal: o aumento exponencial do funcionalismo estatal perverte a pirâmide e a lógica da democracia; o que começa por ser a proliferação de serviços infindáveis e inúteis que só servem para dar emprego e ocupação a funcionários estatais privilegiados, coloca o poder e a soberania do Povo nas mãos duns poucos chefes partidários situados no cimo da pirâmide social e política, assim se subtraindo os poderes decisório e de soberania aos cidadãos e ao povo.
Portanto, o problema português é simples, tão-somente sofre de parasitismo estatal, e até que não seja extirpado o parasita e debelada a infeção, os portugueses vão continuar a padecer.
Seis milhões, seiscentos e cinquenta mil portugueses rejeitaram votar nos partidos políticos portugueses nas eleições ao parlamento europeu.
Os portugueses abstencionistas, votantes em branco e nulos, mais de dois terços dos eleitores, não se reveem mais neste sistema político-partidário e nos seus políticos profissionais.
74.5% dos portugueses recenseado em Portugal continental decidiram não votar, votar em branco ou nulo.
O corajoso povo de Murça recusou maciçamente votar, em todo o concelho de Murça não se votou.
Mais 12 freguesias de Portugal continental protestaram e fecharam as suas assembleias de voto.
Menos de 1% dos portugueses recenseados fora de Portugal decidiram votar.
O resultado destas eleições é claro e inequívoco: os portugueses rejeitam e não querem mais esta partidocracia reinante.
Está na hora de se apresentarem novas soluções, novos interlocutores políticos e novos objetivos aos portugueses.
Os atuais partidos políticos não mais representam os legítimos interesses dos portugueses.
Está na hora se criar e implementar em Portugal uma nova democracia representativa, cívica, direta, participativa e popular.
Todos os partidos políticos foram derrotados nestas eleições.
Os portugueses querem uma nova democracia sem os partidos políticos a determinarem o futuro.
Os portugueses exigem uma nova Constituição Democrática, um novo sistema eleitoral e uma nova forma de representatividade política e, fundamentalmente, uma nova democracia participativa.
Os portugueses desejam uma nova democracia representativa, pessoalizada, direta, participativa e popular, sem qualquer intermediação partidária.
Viva a Democracia!
Estão a fazer 40 anos da revolução do 25 de Abril de 1974 em que, alegadamente, segundo nos propaganderam, foi derrubada a ditadura do "Estado Novo".
Esta propaganda foi e é uma redonda e absoluta mentira: não só a ditadura se manteve, embora com as roupagens da nova partidocracia, tal como os portugueses continuam a não poder decidir sobre os seus destinos, continuando a ditadura de uma elite de filhos, boys e girls, e afilhados da nova União Nacional de partidos e que são exatamente sempre os mesmos na Assembleia da República desde as primeiras eleições partidárias de 1976, apenas tendo mudado, com meras diferenças de aparência ou de marketing, dos seus nomes e ou logos.
Mas o engano e a mentira fornecidas aos portugueses ainda é pior, porque esta partidocracia, perdão, nova ditadura, é mais preversa do que a anterior do antigo Estado Novo, primeiro porque destruíram o imenso império e as riquezas que tínhamos antes com as terras e possessões em África e no Índico, bem assim como, os autores desta fraude política, se puseram a roubar-nos, venderam as reservas nacionais de ouros, enterraram-nos em dívidas, juros, encargos e responsabilidades e, por fim, destruíram o sistema económico, industrial, comercial e agrícola nacional.
Mas o que os portugueses, inocente e irresponsavelmente, não sabem, porque vivem na mais completa ilusão da propaganda partidária, é que a Constituição Política Portuguesa é uma enorme fraude política e jurídica a vários níveis.
Senão vejamos: temos um presidente da república que não pode nunca ser destituído pelo povo, pois faça o que ele fizer, até mesmo e caso cometa quaisquer crimes, quer de corrupção ou até mesmo de homicídio, em virtude de gozar de total e absoluta imunidade pessoal, jamais ele pode ser destituído do cargo, depois temos um Governo que não é eleito diretamente com os votos dos eleitores e nem sequer pode ser demitido pelo povo, temos deputados e partidos que não são eleitos, nem diretamente escolhidos pelo voto popular, nem sequer para a sua eleição são contados todos os votos dos eleitores portugueses, na medida em que o sistema eleitoral proporcional e por método de Hondt não não toma em conta todos os votos dos eleitores, deitando para fora do apuramento eleitoral uma parte dos votos, portanto de que nada servem e, por fim, entre outras fraudes e poderes ilegítimos, temos diversos outros poderes, como sejam os administrativos e os judiciais, que não são sequer eleitos pelo voto do povo.
Ora, como é que isto tudo, ou a sua Constituição da República Portuguesa, pode alguma vez ser chamada de democracia?
Ora, ora, só se engana, ou não vê, quem não quiser ver!
Cada vez mais confirmo o que há muitos anos atrás um dia pôde ler, já não me lembro do nome do seu autor, que dizia o seguinte: "não há nada como a estupidez humana para bem compreender a infinita extensão do Universo".
Quando leio ou ouço dizer a alguns pseudo e falsos democratas que é por meio do estabelecimento de mais desigualdades que vamos eliminar as graves desigualdades já existentes lembro-me sempre daquela inteligente frase e concluo como o quanto estúpidos podem ser algumas pessoas.
Cito aqui alguns recentes exemplos que tenho lido ou ouvido e que me avivam aquela frase: que será pela implantação da monarquia, ou seja, pelo restabelecimento legal dos privilégios ou descriminação de sangue ou de apelido a favor de umas quantas famílias, que se irá criar mais diginidade, democracia ou mais igualdade em Portugal (só se for por meio da disseminação dos bastardos, ou quiçá a realeza emprenhando o maior número possível de sopeiras..., digo eu); ou que pode ser o comunismo, portanto um regime de opressão sobre as pessoas, de repressão sobre as suas liberdades e as diferenças, que se irá criar uma sociedade de pessoas mais iguais (só se for mesmo pelo assassinato das demais pessoas que pensam diferente..., digo eu); ou que o regime português funcionará melhor com a constituição de um senado composto pelos reformados e velhos da governação e da política (e já agora, também lhes vamos dar umas pensões vitalícias de umas dezenas de milhares de euros por ano???); ou, aquela ainda mais idiota ideia da Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que a democracia portuguesa pode melhorar com umas tertúlias dos deputados e dos partidos com os cidadãos (só se for bem regada com vinho e com melhor comida, ao tipo de Roma antiga com “pão e circo”, ... pois deve ser), etc., etc.
Às vezes dou-me conta a pensar que no Guiness, Portugal deve constar num dos primeiros lugares do ranking no capítulo da estupidez humana, não sei é se está no primeiro lugar, ou num dos seguintes, em troca e à vez com a Venezuela, a Coreia do Norte ou o Irão do regime dos Aiatolas!
Numa coisa tenho de concordar com alguns historiadores e politólogos, a causa maior do empecilho da evolução democrática em Portugal são o poder dumas quantas mesmas famílias aristocráticas e que vêm já, com os seus arreigados hábitos de superioridade, arrogância e prepotência, desde meados do Século XVII e finais do Século XIX, a maioria delas que depois se converteu ao poder especulativo e financeiro, e as restantes foram-se alcandorando, através dos mais escusos e manhosos truques, cunhas e favores, nos altos lugares e bem pagos da burocracia e da diplomacia do Estado Português.
Mas eu ainda quero acreditar que os portugueses são bem mais inteligentes e não se vão deixar sempre levar por estes arautos hipócritas e pelas suas falsas e mentirosas ladainhas e, um dia no nosso futuro, Portugal ainda irá mudar profundamente e para bem melhor!
Tenho esperança!
Foi aprovado esta semana no regimento da Assembleia Regional da Madeira a possibilidade de um só deputado poder representar e votar pelos restantes deputados do respectivo grupo parlamentar.
Isto é verdadeiramente de pasmar!
E talvez não.
Na verdade o facto só vem confirmar a natureza do regime partidocrático subjacente a todo o regime parlamentar português, seja o da Assembleia da República, sejam os das Assembleias Regionais.
Neste caso da Madeira, o partido político maioritário, o PSD, com a aprovação desta medida mais não fez do que revelar o mais elementar e profundo desprezo pela regra da representatividade parlamentar, fazendo absoluta tábua rasa do processo eleitoral e da eleição dos deputados, mostrando a sua aversão e a sua ignorância pelo voto popular.
Não só, ainda, segundo os adeptos daquela nova regra do parlamento regional da Madeira, mostram que não precisam, nem lhes interessam os eleitos e nem sequer simpatizam com o processo eleitoral e o processo da regra democrática mínima da representatividade, mostrando, ao invés, o mais abjecto desprezo pelo processo democrático eleitoral e até revelam a menoridade dos seus deputados eleitos.
O facto é revelador e mostra às claras, sem mais qualquer vergonha, que os interesses das direcções partidárias mandam muito mais do que a pretensa democracia e o poder do voto popular.
Os partidos políticos portugueses demonstram apenas, mais uma vez, o seu completo desprezo pela participação popular e pelo povo.
O povo conta, segundo eles, para dar aparência ao processo dito e pretensamente democrático, mas que não o é, nem nunca foi, já nós sabíamos há muito e conhecemos da Constituição Política Portuguesa marxista e anti-democrática, e o povo mais não é do que o seu embrulho para "parecer ser" uma democracia.
Democracia das bananas é o que é.
Ora, com isto ao menos resulta uma lição e uma pergunta positivas: para quê pagar salários e regalias milionárias a tantos deputados quando um ou dois bastariam?