Foi publicado no passado dia 15 do corrente mês no Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros n.º 72-A/2013, aprovando a realização de um acordo formal, para a respetiva respetiva venda, dos equipamentos ou infraestruturas do sistema fixo de acesso de assinante, da rede de transmissão, dos nós de concentração, de comutação e processamento da rede de comunicações, ou seja o conjunto elementos que, nos termos do artigo 12.º da Lei de Bases de Telecomunicações, em vigor à data da celebração do respetivo contrato, celebrado a 27 de dezembro de 2002 entre o Estado e a PT Comunicações, S.A., compunham a rede básica de telecomunicações nacionais.
Ora e segundo esta nova resolução a outorga formal do novo contrato tem em vista a regularização da venda do acervo de bens que compunham a rede básica de telecomunicações e da rede de telex e que por razão de "um lapso material" não foram incluídos no "Anexo II" do contrato do anterior negócio de compra e venda e cuja minuta foi aprovada então pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 147/2002, de 26 de dezembro.
Veja-se: a universalidade de infraestruturas de telecomunicações que integravam a referida rede básica à data do anterior negócio de alienação de 2002, parece, diz-se agora, por razão de um "lapso material", não foram incluídos no anexo do contrato que identificava as infraestruturasobjeto.
Ainda mais estranho é que a própria PT-Telecom integrou contabilisticamente e registou, entre 1 e 27 de dezembro de 2002, esses bens no seu ativo.
E durante 11 anos, qual sono de princesas, ninguém se deu conta de nada!
E as nossas perguntas surgem:
Então e só agora e passado quase 11 anos é que se detetou que um vultuoso conjunto de bens do património do Estado não foi integrado naquele contrato e tenha assim ficado de fora? E, para além da Anacom, quem mais é que agora fiscaliza isto? Como é que foi acontecer? "Lapso material" mesmo? Alguém acredita mesmo na enormidade deste lapso e logo num contrato celebrado entre o Governo Português e a PT-Telecom? E quem foram os incompetentes que redigiram esse contrato?
Tudo isto parece muito estranho e e cheira a esturro!!!
No ano de 2009 o salário anual de Zeinal Bava foi de 1.1 milhões de euros e teve como prémio de gestão 700 mil euros, recebendo ao todo 1,8 milhões de euros.
Para alcançar o salário de Zeinal Bava, por exemplo, tomando em conta o salário médio da PT, seria preciso que um funcionário da PT trabalhasse 98,8 anos.
António Mexia na EDP recebeu 3,1 milhões de euros entre ordenados e prémios, o CEO mais bem remunerado das empresas portuguesas.
O valor é a soma dos 700 mil euros de salários fixos e 600 mil em remuneração variável (em função dos objectivos atingidos), acrescentados de um prémio plurianual de mandato (entre 2006 e 2009) de 1,8 milhões de euros.
É só somar.
Para um trabalhador da EDP alcançar aquela remuneração toda é só fazer a conta: 250 anos de trabalho bastariam?
Não esquecemos que os portugueses pagam a energia eléctrica mais cara da Europa, cerca de 31,6% mais cara.
É fácil perceber os lucros da EDP em 2009 que ascenderam a 1.024 milhões de Euros, e assim já podemos explicar melhor para que serve a conta escandalosa de electricidade que pagamos todos os meses
A propósito da conta de electricidade mais cara que todos pagamos, dito para financiarmos a implantação de energias renováveis, referimos aqui a CEO da EDP Renováveis, Ana Fernandes: 384 mil euros anuais mais 720 mil de prémios.
Já o presidente executivo da Galp recebeu de vencimento 504 mil euros e 1 milhão de prémios.
Não esquecemos, só por exemplo, que os combustíveis em Portugal são 30% mais caros do que na vizinha Espanha.
Não nos esquecemos que são todas empresas onde o Estado Português detém “golden shares” e tem direito a nomear um director executivo.
Já nos EUA, o país paraíso do capitalismo, temos como exemplos, eu digo bons, só para citar alguns salários de CEO´S de algumas grandes empresas, acrescente-se todas vultuosas multi-nacionais: Lloyd Blankfein, do Goldman Sachs de salário 600 mil dólares e de bónus de 262,6 mil dólares; Vikram S. Pandit, do Citigroup de salários 125 mil dólares e de Bónus 3,75 mil dólares, James Dimon, do JPMorgan Chase de Salário1 milhão de dólares e de bónus 265,7 mil dólares; Richard H. Anderson, Delta Airline de Salário: 600 mil dólares e de bónus 1,2 milhões dólares; Kenneth D. Lewis, Bank of América de salário zero dólares e de bónus 32,2 mil dólares.
Na verdade muitos portugueses têm um futuro de fome pela frente a continuar-se a suportar estes “ricos boys and girls” dos gestores portugueses!
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