Surgiu um movimento popularucho que reclama o novo aeroporto internacional em Pombal, somando-se aos movimentos por Leiria e Coimbra.
O do aeroporto de Coimbra, tem à cabeça o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado.
Este encontrei-o um dia na baixa de Coimbra e disse-lhe que se queria um aeroporto internacional, ao menos, devia ter limpos os acessos do aeródromo de Cernache, que se encontravam, e continuam até hoje, …cheios de lixo, silvas, mato, papéis e plásticos.
Este Presidente continua até hoje a gastar milhares e milhares de euros dos contribuintes em estudos e conferências a defender a sua megalomania, já os técnicos e engenheiros da especialidade argumentam que é impraticável, quer pela escassa dimensão do local, como pelas obras inviáveis.
Aos peticionantes do aeroporto de Leiria teríamos de perguntar pelo extinto Pinhal de Leiria, 3 anos depois do gravoso incêndio, que destruiu mais de 87% da sua mancha verde, continua no mais completo abandono.
Para o recuperar e replantar não basta um cheque, nem propaganda do Governo, e muito menos, cimento e betão, são necessárias dedicação, perseverança e carinho, qualidades que de todo não conhecemos no bulício dos aviões, dos magotes e das multidões ruidosas, poluidoras e consumistas.
Muitos ainda não perceberam que a galinha dos ovos de ouro do efémero e passageiro o turismo morreu com o Covid, encontrando-se desse setor há muito o território, a economia e os trabalhadores nacionais exaustos, em resultado dos seus efeitos precários, dependentes e nocivos.
A construção de um mais um aeroporto internacional servirá essencialmente para destruir o meio ambiente, aumentar a poluição sonora e ambiental, matar as espécies selvagens e envenenar recursos naturais, encarecer a habitação e o custo de vida, exponenciar a especulação imobiliária e financeira, fomentar a corrupção municipal, aumentar os impostos e a dívida pública.
E já há um aeroporto internacional às moscas, que custou uma fortuna aos contribuintes, em Beja, despejado na planície alentejana, sem os devidos e necessários acessos rodoviários ou ferroviários a servi-lo, sem gentes e sem qualquer utilidade, um elefante branco.
Os lisboetas, os maiatos e os algarvios, que têm os aeroportos à sua porta, lamentam em uníssono ter dia e noite os aviões a zurrar aos seus ouvidos, moendo-lhes o juízo, tirando o descanso e arruinando a qualidade de vida.
Postos nós perante a crise pandémica e os seus tão graves e danosos efeitos que experienciamos, não será esta a ocasião de recuperamos modos de vida de outrora, mais saudáveis, poupados, naturais, ecológicos e duradouros?
Poupem-se de mais asneiras.
(twitter: @passossergio)
(artigo do autor, publicado na edição de 28 de Fevereiro de 2021 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)
O novo mapa judiciário introduzido pela Lei n.º 62/2013, de 26/08 e regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 49/2014, de 27/3, vai, de facto, abandonar as populações, as empresas e a instituições do concelho de Alvaiázere.
Face a isto temos de concluir que Alvaiázere e as suas gentes sendo desprezadas pelo Estado, sem ordem, sem lei e sem a tutela efetiva da jurisdição da soberania do estado, ficam completamente entregues ao crime e à justiça privada.
Isto é um total escândalo de que quase ninguém se dá de conta e, pior ainda, se depara como o completo desinteresse dos responsáveis e representantes políticos eleitos do executivo da Câmara Municipal.
Vejamos:
O novo mapa judiciário, a vigorar a partir do dia 1 de Setembro de 2014, dá lugar à extinção do Tribunal Judicial de Alvaiázere e, no seu lugar e em substituição das suas competências, estas ficam espartilhadas por 7 diferentes tribunais: (1) a matéria laboral vai para a 1ª secção do Tribunal de Trabalho de Leiria, (2) a de Família e Menores vai para a 2.ª Secção de Pombal do Tribunal de Família e Menores, (3) a matéria de comércio vai para a 1.ª Secção de Leiria do Tribunal de Comércio, (4) a matéria Cível (até 30 mil euros) e a Criminal (penas de prisão inferiores a 5 anos), ou de Competência Genérica, passam para a o Tribunal de Figueiró dos Vinhos, (5) a de Instrução Criminal é transferida para a Secção Especializada de Instrução Criminal de Leiria, (6) a Secção Especializada Cível (mais de 50 mil euros) e a Secção Especializada Criminal (mais de 5 anos de prisão) para a Secção de Competência Especializadas de Leiria e (7) a matéria de Execuções vai para a 2.ª Secção de Execuções de Pombal (instalada provisoriamente em Ansião).
Por fim, o Ministério Público e as suas competência, lambramos aqui a sua tutela para matérias nas interdições e inabilitações, nos divórcios e nas de menores, ficam bi-partidas, à vez e consoante os casos, entre a Delegação de Figueiró dos Vinhos e a Delegação de Leiria.
Parece uma gincana de justiça, até daria para rir, mas, como se poderá ver, é de muito mau gosto!
Colocados perante estes novos 7 tribunais, para onde as populações de Alvaiázere terão de caminhar, de cada vez que tenham de tratar assuntos de Justiça, temos de começar por responder como é que as pessoas se fazem lá chegar por meio de transportes públicos, e as respostas são terríveis!
Consultados as informações e os horários da Rodoviária do Tejo, a única empresa que fornece os transportes públicos interurbanos para os residentes do concelho de Alvaiázere, ficamos a saber que não existem quaisquer carreiras, transportes ou ligações diretas que no mesmo dia façam o transporte de ida e volta de Alvaiázere para Pombal ou Figueiró dos Vinhos!
E para a ida a Leiria, ficamos a saber que do centro de Alvaiázere sai com destino a Ourém uma carreira pelas 7 horas, com transbordo em Ourém pelas 8.10 horas e com chegada a Leiria às 8.50 h.
E para a vinda, a ligação para Alvaiázere sempre com transbordo em Ourém, a última carreira a sair de Leiria é às 15.15 h. com chegada a Ourém pelas 16.43 h., com saída de Ourém pelas 18.00 h. (ou 18.25 h.) e chegada a Alvaiázere às 19.01 h (ou 19.26 h.).
Relembra-se o horário do funcionamento dos Tribunais Judiciais que se faz das 9 horas até ás 16.00 h., contudo, muitas vezes, prolonga-se até ás 17 ou 18 horas!
Ora, se um qualquer julgamento ou diligência judicial se prolongar ou fizer para depois das 15 horas as pessoas arriscam a ficar em Leiria para o dia seguinte!
E de Alvaiázere para as localidades de Ansião, de Figueiró dos Vinhos e Pombal não existem sequer quaisquer transportes públicos!
Ou seja, e as contas e o resultado são fáceis de fazer, o que vemos é que as populações de Alvaiázere ficam totalmente abandonadas de serviços de Justiça.
Lembramos também que muitas empresas para fazerem os seus investimentos costumam colocar como requisito indispensável para a sua localização a existência local dos Tribunais, a respetiva facilidade e a proximidade no seu acesso.
Mas, pelos vistos, Alvaiázere e as suas populações, para os responsáveis políticos locais e nacionais, não têm qualquer importância, portanto, ficam completamente entregues à sua mercê e ao abandono.
Infelizmente!