Nas últimas semanas assistimos a uma alta da sinistralidade rodoviária.
De norte a sul de Portugal, os acidentes rodoviários sucedem-se, com elevados danos materiais e humanos, somam-se as mortes, os feridos e os prejuízos.
A maior parte acontece a altas horas da noite, até às primeiras horas da manhã e, especialmente, aos fins de semana.
Na sua causa estão os hábitos e frequências noturnas.
São os festivais, concertos, ajuntamentos, festas populares, as casas de diversão e convívio e vícios, o barulho e a poluição, os rituais, as confraternizações, ou relações, sem limites de horário, nem de consumos, das mais variadas índoles, espécies ou naturezas.
Na sua grande maioria, estes eventos são promovidos e agilizados pelas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, promotores do desvario de jovens, servindo ensurdecedores decibéis, semeando abundante lixo, regadas de álcool e alimentadas com as piores drogas.
Ao frenesim e à agitação noturnas, seguem-se a velocidade e o desregramento dos automobilistas nas vias e estradas nacionais.
O resultado vem em vagas jovens mutilados, mortos e traumatizados
Os condutores são apanhados com elevadas taxas de álcool no sangue, ou drogas, e abundantes sinais de cansaço, sono e exaustão.
Os homicidas e os aceleras da noite, a sua condução agressiva, a falta de respeito pelas regras, sinais, condições das vias, ou atmosféricas, a condução agressiva e displicente e, pior, a falta de respeito pelas pessoas, fazem a lei da morte ao volante.
Em longos trajetos não se avista policiamento, fiscalização ou vigilância.
Estes delinquentes circulam selvaticamente sem que ninguém os pare, ou iniba de, livremente, poderem matar e danificar.
Por outro lado, as famílias, os trabalhadores, as crianças e os idosos, os mais débeis e os doentes, recolhidos em casa e no lar, afetados pelos desvarios noturnos, não descansam, nem repousam.
No dia seguinte, as pessoas cansadas, viajando cedo para o trabalho, o emprego ou a escola, sofrem súbitas, imprevistas e não provocadas agressões rodoviárias, verdeiros livres atentados, às suas vidas e integridades físicas e psicológicas.
Afinal, ou não fosse possível neste país conduzir embriagado, com todas as possíveis mortais consequências, conquanto até 1,19 gramas de álcool por litro de sangue, a troco de uma singela multa de € 500 e uma inibição mínima de condução por 3 meses.
É o Portugal moderno anárquico, sem lei nem roque.
(artigo do autor, publicado na edição de 31 de julho de 2024 do jornal mensário regional "Jornal Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)