A solução económica para a salvação de Portugal e a eliminação da crise passa decisivamente pelos portugueses e por Portugal.
Uma parte da solução tem de passar pela dinamização das dezenas de milhares de milhões de euros que os portugueses detêm imobilizados e aforrados, estimados em cerca de, pelo menos, 80 mil milhões de euros, sitos em Portugal, em contas de poupança e a prazo, no estrangeiro e em offshore.
A rápida reentrada deste volume de capital no processo produtivo na economia portuguesa de modo a servir o refinanciamento das empresas e dos produtores, passaria por isentar fiscalmente a sua proveniência.
Se necessário fosse concedendo-se uma total amnistia aos seus detentores ou possuidores, de maneira e em ordem a que este dinheiro voltasse urgentemente e em massa ao circuito económico nacional.
Nesta hora não interessa qual a proveniência do capital que dê entrada em Portugal, os escrúpulos ou a moral nunca lidaram bem com o dinheiro.
Mas a usura internacional a que Portugal se encontra presentemente sujeito, com os encargos leoninos da dívida externa, coloca a economia nacional de joelhos, ameaça derrubar a nossa própria soberania e, em último lugar, fazer-nos perder a nossa própria independência.
Estas poupanças imobilizadas e improdutivas, atualmente, só servem os interesses especulativos financeiros e monetários dos Bancos portugueses nas Bolsas de Valores internacionais.
E o atavismo do Governo de Passos Coelho parece não encontrar nem rumos nem soluções perante as crescentes dificuldades económicas e monetárias.
Enquanto o impasse governativo persiste os custos da dívida externa e o estrangulamento económico e social geral vão agravando ainda mais o estado letárgico nacional.
Por outro lado, a baixa fiscal, que por exemplo Espanha decidiu corajosamente tomar, devia igualmente ser praticada em Portugal, incentivando os empreendedores nacionais por meio do desagravamento dos custos e dos lucros.
Perante a dramática e gravíssima situação em que o país se encontra, é um imperativo encontrar soluções, sem quaisquer desnecessários dramas morais ou equívocos éticos.
São necessárias, como nunca, a coragem e a ousadia!
(artigo do autor publicado na edição de 1 de Julho de 2014 do mensário regional Horizonte, de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)