Passos Coelho veio, uma vez mais, contudo limitando-se a repetir a ladainha dos seus antecessores chefes de governo de Portugal desde 1975, debitar o discurso estafado e gasto dos pecadilhos da crise económica que assola Portugal.
Mas, se nos seus anteriores dois discursos de Natal, Passos Coelho, vinha prometendo a rápida ultrapassagem da crise e acrescentando promessas de melhorias económicas a breve prazo, nesta sua última mensagem, já mais modestamente, veio dizer que o seu projeto «está a mostrar os primeiros frutos», avisando para 2014 "um ano cheio de desafios", mas que "os sinais positivos ainda não são suficientes para podermos dizer que vencemos esta crise".
Ora, a verdade da crise portuguesa é outra e bem distinta daquela que Passos Coelho teima em não enxergar nas suas mensagens natalícias.
A crise portuguesa dura há já 39 anos e é o simples resultado do sistema económico e político em que a própria economia nacional assenta.
A crise em que vivemos dura há já quase 4 décadas é apenas o claro e direto efeito dos altos impostos cobrados sobre as rendas, poupança e investimentos, que têm resultado no enfraquecimento das atividades e da produtividade económica.
E este alto volume de impostos, especialmente quando combinados com as distorções económicas causadas pelo intervencionismo económico estatal na economia, vem levando a uma crescente escassez de capital, em resultado do elevado consumo público e estatal do volume vital de capital circulante.
Este facto é evidente e está comprovado à saciedade, os portugueses e os consumidores percebem-no e sentem-no bem nos seus bolsos, em seu resultado as empresas abrem falência em virtude da escassez financeira e, em geral, a atividade económica e comercial definha por falta de capital circulante, mas então porque será que os governantes e os decisores políticos insistem em nos enganar repetidamente há 39 anos?
Simples: temos de concluir que este engano que teimam em nos vender reside no caráter fraudulento do próprio sistema político e económico português, de evidente matriz socialista, estatista e intervencionista e que, necessária e progressivamente, apenas serve para nos levar à pobreza e à miséria coletivas.
Este fenómeno não tem igual em mais nenhum país do mundo, é um fenómeno surreal e único dos lusitanos.
Ora vejamos: na coleção de cromos das mensagens de Natal o 1º e que lançou a moda, ainda no tempo da ditadura do Estado Novo, estávamos no final dos anos de 1960, portanto no tempo da "outra senhora", foi o então presidente do conselho Marcelo Caetano.
Depois vieram os cardeais patriarcas de Lisboa da Igreja Católica, começando por Dom António Ribeiro no final do anos 70, já no "reinado" da democracia da III República.
A seguir, no início dos anos 80, juntaram-se à coleção de natalinos os Presidentes da República, no presente temos o decano Cavaco Silva e a sua "sempre" Maria.
Por último, a partir de meados de 1990 passámos a ter a companhia dos 1.os Ministros, temos agora o Passos Coelho via Facebook com as suas prendas da austeridade.
Eis senão quando o republicano, socialista e laico Partido Socialista fez neste 2013 a sua entrada com António José Seguro.
E para o ano será a vez do democrata-cristão, mas pouco, Paulo Portas?
E para quando a estreia natalícia do camarada Jerónimo de Sousa?
E mais quem se seguirá? O Presidente do Constitucional? O PGR? O secretário-geral da CGTP? O Cristiano Ronaldo? E...
Corre hoje a notícia que Portugal, técnica e oficialmente, já saiu da recessão.
Isto faz-nos lembrar uma outra recente notícia, vinda da Venezuela, de que o comunista Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, havia decretado passar a ser Natal em Novembro.
Tal e qual: é capaz de ser tão verdade já não haver recessão em Portugal como na Venezuela em Novembro ser já Natal!
Ou, por acaso, algum português, em juízo perfeito ou não sendo um membro pantomineiro do Governo, já viu por aí efetivamente a aumentar o emprego ou o poder de compra, abrirem novas empresas, baixarem os impostos ou, seja, a economia real e o quotidiano dos portugueses a mexerem de novo, ou melhorarem as as suas condições gerais de vida e de subsistência?
Tretas é o que são, meus senhores!