Muito lamento e me entristece a morte da colega advogada de Estremoz, Natália de Sousa.
Humildemente, curvo-me perante a sua memória e a sua alma, presto o meu respeito pelo seu desaparecimento no exercício e por causa do exercício da sua nobre e meritosa profissão.
Com a queda da advogada Natália Sousa tombou também uma parte do espírito de todos os distintos causídicos portugueses.
Fica a minha modesta e sincera homenagem a uma corajosa e valente mulher advogada que caiu perante um ato cobarde e desprezível praticado por um energúmeno.
Na verdade, a advocacia levada à prática com coragem, verticalidade e frontalidade, como só bem sabem os advogados íntegros, de elevados princípios e reta conduta, muitas vezes colocados a sós, no seu silêncio e perante as agruras que só eles conhecem e sentem, que não podem partilhar, nem dividir com ninguém, dando o seu ser e todas as suas forças na defesa dos seus clientes e constituintes, pago muitas vezes um elevadíssimo preço humano e físico.
Vezes sem conta, tais nobres e honrados advogados, por razão da sua integridade, coragem e ativismo, são alvos de cobardes atos de coação, injúrias, difamação, ameaças, entre muitos outros ataques à sua honra, aos bom-nome e consideração pessoal e, até mesmo, ofensas à sua própria integridade moral e física.
Nestes conturbados tempos que vivemos, em que o próprio Estado Português vilipendia a Justiça e tem mesmo posto em causa a dignidade, a honradez e a integridade da advocacia, nós, as advogadas e os advogados portugueses, temos de dizer, bem alto e sem temor, por amor a esta ímpar e única profissão cívica que, nenhum poder político, partidário, económico, ou outro, nada, nem ninguém, até mesmo com o risco das nossas vidas, nos fará demover ou vacilar em ordem a fazer cumprir, respeitar e vencer os direitos humanos, a liberdade, a democracia e o estado de direito.
Viva!