Abram os olhos e aprendam com uma lição sábia da recente História de Portugal que nos ensina como responsabilizar os políticos e os corruptos portugueses pela impagável e criminosa actual Dívida Externa Portuguesa:
1828-1834: A fatura do "miguelismo".
Com o enterro de D. João VI em 1826, abre-se uma crise de sucessão que desaguou numa guerra civil entre liberais constitucionalistas e conservadores miguelistas que se agrupavam em torno da viúva Carlota Joaquina e do filho Miguel Maria.
O apoio geopolítico vinha do chanceler austríaco Metternich, então o chefe de uma Santa Aliança europeia, uma coligação fundada pela Prússia, Rússia e Áustria contra o liberalismo, e que teria a oposição dos ingleses e dos americanos.
Miguel governaria entre 1828 e 1834 e precisou de um empréstimo, que ficou conhecido nos meios financeiros internacionais como "empréstimo de Dom Miguel".
No meio da guerra civil, Miguel negociou em 1832 um empréstimo de 40 milhões de francos junto dos banqueiros parisienses Outrequin & Jauge, com um juro de 5% com uma maturidade generosa a 32 anos.
Apesar dos riscos envolvidos, os banqueiros franceses conseguiram que estes títulos fossem admitidos para cotação na Bolsa de Paris, onde, aliás, se mantiveram até 1837.
"Os credores internacionais que emprestaram ao governo de D. Miguel sabiam que estavam a apostar num governo com a possibilidade de cair. Sabiam que corriam um grande risco.
Foi um empréstimo político", sublinha Pedro Lains, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e editor da "História Económica de Portugal".
Os juros e a amortização ainda foram pagas até setembro de 1833.
Depois, derrotado Miguel, o empréstimo viria a ser renegado pelos liberais e depois pelo governo de Dona Maria da Glória, sobrinha de Miguel.
O empréstimo não foi considerado legítimo.
Eram contas do tio que, entretanto, fugira para a Alemanha.
Que o fossem cobrar à Baviera, onde ele morreria.
O assunto passou, assim, a contencioso.
Os credores franceses organizaram-se em comité em 1840 e várias manobras diplomáticas continuaram pelas décadas seguintes a ver se conseguiam reaver pelo menos 2,5 milhões de francos, cujos papéis comprovativos consta que se encontravam no Tesouro em Lisboa.
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Lido isto, pergunta-se: em vez de andarmos a pagar o que a esmagadora maioria de nós não deve, o que fazemos com imenso sofrimento e dor enquanto os Sócrates, Cavacos, Guterres, Durões, Santanas, Varas, Loureiros, Oliveiras e outros que tais que se abotoaram com o dinheiro da escandalosa e corrupta dívida externa e vivem no "bem bom", porque não corremos é com estes malandros para fora das nossas fronteiras e dizemos aos credores internacionais que vão cobrar a esses malandros o dinheiro que eles nos roubaram???
Não será então tempo do Povo português abrir os olhos e responsabilizar efectivamente aquela malandragem, tal como fez o Rei D. Pedro ao Rei D. Miguel "o renegado"?