Aeroporto da "treta" e dos "tretas", digo eu.
Para o batizado do aeroporto da Madeira com o nome de Cristiano Ronaldo foram fretados dois aviões com incontáveis comitivas de engravatados, um à conta do Orçamento da Presidência da República, ou como eu chamo o do "palhaço da república", de o outro à conta do Orçamento da Presidência do Conselho de Ministros", ou como eu chamo o "maior ilusionista de Portugal".
Ou seja, dezenas de milhar de euros gastos em viagens, hotéis, estadias, alimentação, transportes e demais mordomias, e tudo a esmifrar os impostos dos contribuintes.
Fez-se a matança e comeram os porcos, e sem que ainda se soubesse, encontrando-se os Governos da República e o Regional à espera da resposta do pedido de parecer à Procuradoria-Geral da República se a atribuição do nome de Cristiano Ronaldo, ou seja, se o show para o enriquecimento da marca privada do CR7, é ou não legal.
Ora, digam lá se esta "alta vagabundagem" da República é ou não esperta?!
A atribuição do nome do Cristiano Ronaldo ao aeroporto da Madeira, à primeira vista, é uma decisão instintiva e puramente emocional; mas esconde bem mais do que a esmagadora maioria das pessoas consegue alcançar.
Atribuir o nome de Cristiano Ronaldo ao aeroporto do Funchal/Madeira serve especialmente para aumentar enormemente o valor comercial da marca CR7.
A medida serve fundamentalmente fins de natureza comercial e acaba como servindo o objetivo de aumentar ainda mais a fortuna e os lucros dos interesses que gravitam à volta dos negócios milionárias da referida marca.
Para o visado e pessoalmente mais não lhe serve do que duma mera vaidade, já para os madeirenses servirá para aumentarem ainda mais o culto a uma vedeta milionária do futebol.
O nome a dar ao aeroporto aumentará a exposição da marca de CR7, dando mais visibilidade, maior projeção global, aumentando o poder do seu marketing e, no fim, incrementando o valor comercial e económico daquela marca, naturalmente e em suma, servindo para aumentar os proventos e os lucros pessoais de Cristiano Ronaldo.
E o que ganharão os madeirense ou os portugueses com a medida: NADA!
Depois de Cristiano Ronaldo ter sido distinguido com uma estatua, eleito como Comendador, publicamente homenageado em tantas e tantas ocasiões, tendo recebido tantos prémios e distinções desportivas e sociais, ainda era preciso esta honraria desmesurada?
Não era, e nem deve ser aceite por quem tenha meio palmo de testa!
Numa República decente convém à decência republicana e à cidadania democrática que não de atribuam nomes de pessoas vivas a lugares, ou meios, ou coisas do domínio público.
Mas ..., pelos vistos, os mais altos valores do dinheiro e dos interesses particulares se sobrepõem ao recato e à imparcialidade dos poderes públicos, os quais, cada vez mais, parecem andar ao serviço de interesses alheios aos do Estado e do Povo.
Realmente, em Portugal, não há nada como a febre da bola para, rapidamente, ver muita gente fica com a cabeça à roda!
Nunca mais, com a cegueira e a alienação de muitos, nos livramos da sina nacional de "futebol, fátima, fado" ...
E uma boa parte do povinho, que facilmente fica "apanhado da bola", não percebe mesmo o logro do engodo que consome e paga a troco da alienação gratuita dos seus recursos públicos.
A Máfia é uma organização criminosa cujas actividades estão submetidas a uma direcção colegial oculta e que repousa numa estratégia de infiltração da sociedade civil e das instituições.
Pode-se também falar de sistema mafioso.
Os membros são chamados mafiosi (no singular: mafioso).
O termo máfia, com a inicial minúscula, é frequentemente utilizado para designar toda e qualquer organização criminosa.
Vejamos então o caso do polvo mafioso, os seus tentáculos e as suas ligações, que encontramos na Região Autónoma da Madeira:
Alberto João Jardim - Presidente do Governo Regional.
Andreia Jardim - (filha) - Chefe de gabinete do vice-presidente do Governo Regional.
João Cunha e Silva - vice-presidente do governo Regional.
Filipa Cunha e Silva - (mulher) - é assessora na Secretaria Regional do Plano e Finanças.
Maurício Pereira (filho de Carlos Pereira, presidente do Marítimo) assessor da assessora.
Nuno Teixeira (filho de Gilberto Teixeira, ex-conselheiro da Secretaria Regional) é assessor do assessor da assessora.
Brazão de Castro - Secretário regional dos Recursos Humanos.
Patrícia - (filha 1) - Serviços de Segurança Social.
Raquel - (filha 2) - Serviços de Turismo.
Conceição Estudante - Secretária regional do Turismo e Transportes.
Carlos Estudante - (marido) - Presidente do Instituto de Gestão de Fundos Comunitários.
Sara Relvas - (filha) - Directora Regional da Formação Profissional.
Francisco Fernandes - Secretário Regional da Educação.
Sidónio Fernandes - (irmão) - Presidente do Conselho de administração do Instituto do Emprego.
Mulher - Directora do pavilhão de Basket do qual o marido é o dirigente
Jaime Ramos - Líder parlamentar do PSD/Madeira.
Jaime Filipe Ramos - (filho) - vice-presidente do pai.
Vergílio Pereira – ex-Presidente da Câmara Municipal do Funchal.
Bruno Pereira - (filho) - vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal, depois de ter sido director-geral do Governo Regional.
Cláudia Pereira - (nora) - Trabalha na ANAM empresa que gere os aeroportos da Madeira.
Carlos Catanho José - Presidente do Instituto do Desporto da Região Autónoma da Madeira.
Leonardo Catanho - (irmão) - Director Regional de Informática (não sabia que havia este cargo).
João Dantas - Presidente da Assembleia Municipal do Funchal, administrador da Electricidade da Madeira e ex. presidente da Câmara Municipal do Funchal
Patrícia Dantas de Caires - (filha) - presidente do Centro de Empresas e Inovação da Madeira.
Raul Caires - (genro e marido da Patrícia) - presidente da Madeira Tecnopólo
Luís Dantas - (irmão) - chefe de Gabinete de Alberto João Jardim.
Cristina Dantas - (filha de Luís Dantas) - Directora dos serviços Jurídicos da Electricidade da Madeira (em que o tio João Dantas é administrador).
João Freitas, (marido de Cristina Dantas) - director da Loja do Cidadão.
etc., etc,...
Afinal, onde é que estão a democracia e a liberdade em Portugal?
Já nem pergunto pela decência, porque essa já morreu há muito.
Nos seus lugares o que vejo são a proliferação dos exemplos e das práticas do mal pelo mal, do compadrio, dos tráficos de influências, do amiguismo, da maledicência, da preguiça, da corrupção, da prostituição, da violência, enfim, da pura e mais refinada maldade.
Triste povo que, em lugar do Portugal farto e abundante que os vossos pais, avós e antepassados vos deixaram, deixais aos vossos filhos como herança a miséria, a fome e a vergonha como haveis de ser recordados.
Lavai antes a cara todos os dias com terra para não vos lembrardes da infâmia em que vive Portugal!
Foi aprovado esta semana no regimento da Assembleia Regional da Madeira a possibilidade de um só deputado poder representar e votar pelos restantes deputados do respectivo grupo parlamentar.
Isto é verdadeiramente de pasmar!
E talvez não.
Na verdade o facto só vem confirmar a natureza do regime partidocrático subjacente a todo o regime parlamentar português, seja o da Assembleia da República, sejam os das Assembleias Regionais.
Neste caso da Madeira, o partido político maioritário, o PSD, com a aprovação desta medida mais não fez do que revelar o mais elementar e profundo desprezo pela regra da representatividade parlamentar, fazendo absoluta tábua rasa do processo eleitoral e da eleição dos deputados, mostrando a sua aversão e a sua ignorância pelo voto popular.
Não só, ainda, segundo os adeptos daquela nova regra do parlamento regional da Madeira, mostram que não precisam, nem lhes interessam os eleitos e nem sequer simpatizam com o processo eleitoral e o processo da regra democrática mínima da representatividade, mostrando, ao invés, o mais abjecto desprezo pelo processo democrático eleitoral e até revelam a menoridade dos seus deputados eleitos.
O facto é revelador e mostra às claras, sem mais qualquer vergonha, que os interesses das direcções partidárias mandam muito mais do que a pretensa democracia e o poder do voto popular.
Os partidos políticos portugueses demonstram apenas, mais uma vez, o seu completo desprezo pela participação popular e pelo povo.
O povo conta, segundo eles, para dar aparência ao processo dito e pretensamente democrático, mas que não o é, nem nunca foi, já nós sabíamos há muito e conhecemos da Constituição Política Portuguesa marxista e anti-democrática, e o povo mais não é do que o seu embrulho para "parecer ser" uma democracia.
Democracia das bananas é o que é.
Ora, com isto ao menos resulta uma lição e uma pergunta positivas: para quê pagar salários e regalias milionárias a tantos deputados quando um ou dois bastariam?