Manuel Alegre, o socialista poeta, veio propor a abertura das candidaturas para a Assembleia da República aos Movimentos de cidadãos.
Ora, e eu pergunto: porque é que os Partidos políticos ainda nem sequer fazem cumprir a atual Constituição da República, no seu artigo 149º, n.º 1, quanto à prometida criação dos círculos uninominais eleitorais, sendo estes os meios por excelência para as candidaturas individuais, pessoais e independentes de cidadãos candidatos, para a eleição dos deputados à Assembleia da República?
Porque a apresentação de candidaturas por meio de Movimentos de cidadãos, ou lá como se venham a chamar, mais não serão, na melhor das hipóteses, do que partidos políticos anões, ou cripto partidos ou embriões de partidos, ou na pior das hipóteses, partidos satélites dos partidos dominantes atuais.
E do tipo destes últimos, como a experiência do passado mostrou que não trouxeram nada de novo à democracia portuguesa, antes pelo contrário, temos "Os Verdes", partido satélite do PCP, já tivemos no passado a "Política XXI", que se fundiu no Bloco de Esquerda, houve a "ASDI", dissidente do PPD/PSD e que se veio a juntar ao. PS, entre muitos outros fundidos ou apagados no interesses dos atuais partidos instalados na manjedoura do Estado.
Os partidos políticos instalados na Assembleia da República, que são exatamente os mesmo desde 1975, com a meras alterações de nome ou forma, ao longo desta III República sempre tudo fizeram para que todo o poder político e do Estado se mantivesse nas suas mãos, e jamais se mostraram disponíveis para um qualquer aprofundamento da democracia participativa e popular.
A lógica do Regime e da atual Constituição é partidocrática e nada os fará mudar.
Portanto, ..só posso concluir que o fais divers da proposta política em causa de Manuel Alegre, para além de requentada, e que se destina puramente a manter tudo na mesmíssima, e é pura treta!