Após, o que parece, a União Europeia ter conseguido um acordo esta madrugada, encontram-se criados um hiato de tempo e uma bolsa de ar que temos agora, com urgência, empenho e determinação, aproveitar para resolver os verdadeiros e profundos problemas de toda a crise em que mergulhámos.
Esperamos e desejamos, finalmente, que venham a ser criadas as condições económicas e políticas formar os meios e os pressupostos para que a Europa e os europeus se salvem da imensa tragédia que poderia e ameaçava emergir de uma situação resultante das destruições do Euro e da União Europeia.
Não era, nem é, preciso ser-se adivinho, para poder calcular e estimar as consequências da grave derrocada que se avizinhava, mas que nos ameaça ainda, e que seriam de molde a levar-nos a um imenso e gravíssimo desastre de consequências trágicas e resultados incalculáveis.
As consequências e os resultados que podiam até fazer mergulhar o mundo inteiro, para além de uma crise da nossa própria sobrevivência alimentar, portanto humana, social e civilizacional, como até conduzir-nos a todos a uma situação de pré-guerra mundial, senão até mesmo, a uma catástrofe mundial global, fazendo a seguir eclodir as condições possíveis de uma III e mortal Guerra Mundial.
Mas a crise tem razões e causas bem mais comezinhas e mais simples, portanto que nos são próximas, mas, ao mesmo tempo e paradoxalmente, mais intrincadas, mais profundas e até mais complexas, senão mesmo bem mais graves e sérias.
O problema e a sua causa são, sabemo-lo mas teimamos em não o quere ver, de natureza Humana e Civilizacional.
O problema é desta maneira mais diabólico e intrincado, portanto, está neste tipo global de Ser Humano em que se transformou o Homem do Século XXI.
O problema estava e está em no modelo egoísta, consumista e materialista que faz hoje mover todos os seres humanos pelo planeta fora.
Ora, o que vemos e assistimos é que os modelos hedonistas e materialistas, concentrados e alicerçados na acumulação material, económica e monetária de alguns, com a exclusão dos outros tantos milhares de milhões de indivíduos, foram e são, essencial e decisivamente, os causadores da crise do precipício do abismo Humano perante o qual nos encontramos nestes assustadores anos do início da segunda década do XXI Século.
É tempo, urge e é premente, dizer, determinar e agir em ordem à radical mudança que importa alcançar para a nossa salvação.
Esta crise veio nos dizer, agora como nunca e conhecida e conscientemente, que o paradigma Humano criado no início do Século XXI tem imperativa e radicalmente de mudar.
Temos, necessária e liminarmente, de encontrar novos modelos humanos baseados essencial e decisivamente, como condição mínima e máxima da sobrevivência Humana e Global, até mesmo das espécies naturais, animais, portanto mesmo do próprio planeta Terra, na maior solidariedade humana e planetária das nações, dos povos e dos indivíduos.
Para esse desiderato e resultado, assume-se como uma, senão mesmo a mais importante e crítica condição básica e essencial, uma melhor divisão, repartição e distribuição dos recursos naturais, económicos e monetários por todos.
A condição e o meio indispensáveis para tanto são, não se duvide, a procura efectiva de meios, respostas e soluções de integração, inclusão e entreajuda de todos os indivíduos, desde o Norte ao Sul, do Este ao Este, de todo o planeta.
Sem excepção, a Globalização e o seu processo atingiu o seu zénite, deixando de ser tão- somente um caminho, para ser, antes e mais, o meio da própria salvação Humana e planetária.
Ou seja, sem que não sejam assegurados os meios básicos, mínimos e condignos à sobrevivência material e humana condigna de todos os indivíduos, sem qualquer distinção e sem absolutamente qualquer exclusão, não só as causas da crise não estarão, nem nunca serão ultrapassadas, como continuarão potenciadas e activas as mesmíssimas causas e os mesmos problemas para a nova eclosão, mais cedo ou mais tarde, de uma ameaça semelhante, ou até mais grave, sobre o Homem e a Humanidade.
Ora, portanto e mais do que nunca, o nosso combate pela liberdade, pela democracia e igualdade no Mundo inteiro, na Europa e, em particular, em Portugal, mantem-se com premência e como a condição decisiva para a resolução profunda das verdadeiras causas de crise Humana, Social e Económica com que lidamos neste momento do Século que atravessamos.
Para tanto, temos que nos empenhar e engajar colectivamente, agora mais do que nunca, na construção de novos modelos económicos, políticos em que a inclusão de todos os indivíduos seja a regra e a condição, sem as quais, como mais uma vez estamos a ser e fomos, uma vez mais, obrigados a aprender, nunca será possível uma existência colectiva organizada, equilibrada, harmoniosa e pacífica para todos e qualquer um, sem excepção.
Portanto e uma vez mais, e não cansa insistir nisto, sem que não se alcance uma Terra Global e uma Civilização Comum para todos e, em que os recursos e os meios cheguem igualmente a todos, portanto sem que não alcancemos uma exigente e rigorosa democracia e cooperação mundial ética, alimentar, económica, de paz e liberdades para todos os seres humanos, não poderá haver descanso e serenidade tanto para os Europeus, como para a Humanidade em geral.