Diz o provérbio que “mais vale cair em graça do que ser engraçado”.
É ao jeito do comentário do Presidente da República sobre a grave violação dos direitos humanos no Catar, palco deste Campeonato Mundial de Futebol.
Marcelo, no seu hábito de comentador de futebol, entre outras frugalidades, esqueceu-se das suas especiais responsabilidades políticas, legais e constitucionais.
À custa de querer ser popular não olhou a palavras (ora afirmando, ora desdizendo).
Selfies, croquetes ou ginjinhas, o importante é mesmo ser notado nos noticiários televisivos.
Mas, já se apressou, com outros figurões do Estado, em alinhar nos lustros e viagens aos futebóis, fazendo tábua rasa dos direitos dos mais sofridos do mundo.
Não é por acaso que o rico socialista António Costa também não olhou a despesas na compra duma simples mesa e vinte e quatro cadeiras.
Foram 21 mil euros, à custa dos contribuintes, para suas excelências sentarem confortavelmente o rabo na Presidência do Conselho de Ministros.
Isto é escandaloso, num país em que mais de 3 milhões de crianças, idosos, deficientes, mulheres e homens, não possuem os meios económicos mínimos para fazer face à fome e ao frio, sobrevivendo sem médico de família, sem saúde e sem medicamentos, entre muitas outras privações, dificuldades e misérias,
E, para vexar ainda mais os portugueses competentes e trabalhadores, um recém-licenciado, sem qualquer experiência ou currículo, filho de uma amiga do pai, ex-Ministro, da Ministra socialista, chegou rapidamente ao salário milionário de 4 mil euros mês, mais do que auferem muitos técnicos especializados, cirurgiões ou professores catedráticos do Estado ao fim de décadas.
Bastou ter em dia a ficha de militante no Partido Socialista.
Afinal, para se chegar a Secretário de Estado, autarca ou deputado da nação, basta estourar 300 mil euros dos contribuintes, ou aumentar a fortuna pessoal por meio de negócios do Estado ou das Câmaras, e sempre demonstrando as qualidades de medíocre ou néscio.
Sobram arguidos e escandaleiras na governação, é o país que temos.
O provérbio é bem o contraste da atual sociedade portuguesa.
O sucesso depende especialmente da melhor publicidade e da imagem pública, dos “padrinhos” e amigos nos sítios certos, ao invés da honorabilidade, da competência e do esforço pessoais mantidos no recato.
Afinal, como nos é diariamente exibido, para se fazer um homem, ou uma mulher (made man/woman), em Portugal, bastam as fotos do próprio (selfie).
(artigo do autor, publicado na edição de 1 de dezembro de 2022 do jornal mensário regional "Jornal Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)
Voltou à atualidade o tema da fome e da subnutrição de mais de 3 milhões de portugueses (destes são 300 mil crianças, 200 mil idosos e 1 milhão e 900 mil mulheres).
O problema, que é crónico, é um mal estrutural e residente nacional, acompanhando mais de 1/3 dos portugueses desde 1974.
Mas a fome e os problemas da deficiente alimentação dos portugueses, vem de há muito na nossa História, que os sucessivos regimes políticos, pelo menos de 1910, prometeram eliminar, mas nunca cumprido e nem tão-pouco quiseram resolver.
As várias privações materiais dos portugueses, como a pobreza, a fome e a doença, ou, mais recentemente, a dependência, ou habituação, dos apoios, ou migalhas, sociais do Estado, são fatores eleitorais imprescindíveis, tal como o número dos funcionários públicos, a escola pública e outras teias e vícios públicos, para se ganharem eleições em Portugal, tomar o poder e controlar as pessoas e o país.
O aumento exponencial da grave fome em que se encontram diariamente mais de 3 milhões portugueses, o que devia nos envergonhar, levar à demissão de um Governo inteiro, ou colocar em causa todo o sistema político, social e económico, afinal …é aceite como uma “simples” normalidade.
A fome, a pobreza e o subdesenvolvimento nacionais são inaceitáveis e deviam obrigar-nos a repensar o nosso destino comum.
A sua aceitação são uma ignorância e uma ignomínia que muitos portugueses adotaram fielmente como parte da sua subcultura, do seu débil e tacanho modo de ser e de estar.
Mas, isto é assim porque se conjuga com os mais de 20 mil milhões de euros anualmente consumidos na corrupção, a somar aos 23 mil milhões anuais de desperdício do Estado, tudo somando cerca de 45% da receita fiscal, em que as elites sociais, económicas, públicas e políticas, para seu contento e satisfação, se entretêm e banqueteiam diariamente.
E, o cúmulo do cinismo social, ou para a melhor definição da estupidez crassa de muitos mais milhões de portugueses, o Estado redistribui 125 euros (+ 50,00 € por dependente) para cada português presumidamente pobre,
Ou seja, a esmola de meros 2,5% de toda a carga fiscal com que esmaga a economia nacional e os contribuintes.
Já por cada funcionário público a mais é necessário fabricar mais seis novos pobres, esfomeados e débeis.
Ao invés de tratarem procurar novas e alternativas soluções económicas e fiscais, de crescimento e liberalização económicas, em ordem a eliminar estes e outros tantos males endémicos, milhões de portugueses, de mão estendida, preferem deixar-se manipular com selfies, ideologias, crimes e abusos de poder.
Afinal, tanta estupidez é porque já é cultural, é a portugalidade.
(artigo do autor, publicado na edição de 1 de Novembro de 2022 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)
Segundo os critérios europeus oficialmente aceites, em termos genéricos, um indivíduo é considerado pobre se viver numa família cujo rendimento por adulto equivalente seja inferior a 60% do valor mediano por adulto equivalente ao calculado para toda a população.
De acordo com os dados de 2014, em Portugal o rendimento monetário disponível médio por adulto equivalente era de € 10.390 euros anuais e, segundo o critério de definição da pobreza, a linha mínima de exclusão da pobreza em Portugal encontra-se a partir de um rendimento anual mínimo igual ou inferior a € 6.234,00, ou seja, um rendimento mensal mínimo líquido de € 519,00.
Ora, segundo este critério de determinação da pobreza, e de acordo com projeções oficiais, no final de 2014 existiriam em Portugal cerca de 3 milhões de portugueses, numa população de 10,5 milhões de habitantes, portanto correspondendo a 28% do total da população portuguesa, que viveriam com um rendimento médio disponível mensal igual ou inferior a 519,00 mensais.
Outros dados relevantes da pobreza e da fome em Portugal:
PIB de Portugal: 173.407.800.000,00 € (fonte: Banco de Portugal).
Crescimento do PIB: 1,06% de 2000 a 2013 (+6,47% de 2000 a 2010, -5,41% de 2011 a 2013) (fonte: Banco de Portugal).
Dívida Pública: 207.396.000.000,00 €. Rácio dívida pública/PIB: 119,6% (fonte: Banco de Portugal). Aumento da Dívida Pública nos últimos 12 meses: 9.175.000.000,00 €; Aumento diário da dívida pública: 25.136.990,00 € dia. A 25 de Abril de 1974 a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto, correspondendo a preços de então a 304 milhões de euros e a preços de hoje 10 mil milhões de euros.
Juros da Dívida Pública em 2013: 6.924.000.000,00 € (fonte: Banco de Portugal).
Reservas de Ouro do Banco de Portugal: 382.509,58 kg. em 31 de Dezembro de 2010, sendo que em 25 de Abril de 1974 eram 865.936 kg de ouro. Ou seja, em 36 anos foram alienadas 483.426,42 kg de ouro das reservas do BdP, o que dá uma média de gasto de 13.428,5 kg por ano.
Défice das Contas Públicas em 2013: 4,9% do PIB, ou seja 8.121.700.00 €.
Encargos do Estado com as Parcerias Público Privadas em 2013: 1.645 milhões de euros.
População residente: 10.542.398 em 2011, 10.427.301 em 2013 (fonte: Instituto Nacional de Estatística).
População ativa (dos 15 aos 64 anos): 6.882.018 pessoas (fonte: Instituto Nacional de Estatística).
Funcionários Públicos: 552.959 (fonte: Direção-Geral da Administração e do Emprego Público).
Desempregados: 13,1%* (729.000) segundo o INE, mas 22,9%* (1.260.000) segundo a Confederação Geral dos Trabalhadores de Portugal - Intersindical)
Número oficial de emigrantes: 1.999.560 (INE). 31,2 milhões de portugueses expatriados pelo mundo até à 3ª geração (estimativa segundo várias fontes).
Pobres: 1.961.122 portugueses (INE)
População em risco de pobreza permanente: 25,6% (2,6 milhões portugueses) (fonte: Eurostat).
25,4% (2.7 milhões) dos habitantes vivem com menos de 414,00 € por mês, ou sejam são os considerados oficialmente (!) como pobres (fonte: INE).
41% (4.3 milhões) dos portugueses vivem em privação material, (dificuldade, por exemplo, em pagar as rendas sem atraso, manter a casa aquecida ou fazer uma refeição de carne ou de peixe pelo menos de dois em dois dias). (fonte: INE).
14,5% (1.6 milhões) dos portugueses vivem em casas sobrelotadas. (fonte: INE).
Taxa de risco de pobreza para menores de 18 anos: 24,4% (412 mil crianças) (fonte: UNICEF, dados de 2012).
Crianças com fome diária permanente: 120 mil (mais 35 mil do que em 2012) (fonte: Banco Alimentar Contra A Fome-BACF). 21,8% das crianças viviam em agregados familiares com rendimentos per capita inferiores a 416,00 € mensais (INE)
População com carências alimentares diárias: 26% (2 milhões e 750 mil portugueses), passavam fome permanente durante a semana, e 14% (1,5 milhões de portugueses) e, pelo menos, um dia por semana, não conseguem obter uma refeição completa (fonte: BACF).
População com fome permanente diária: 375 mil portugueses assistidos diariamente pelo Banco Alimentar Contra A Fome (fonte: BACF).
População em privação material severa: 41% (4.3 milhões) dos portugueses vivem com dificuldade, por exemplo, em pagar as rendas em atraso, manter a casa aquecida, ou fazer uma refeição de carne ou de peixe de dois em dois dias (fonte: INE).
Portugueses sem médico de família: 1,4 milhões de portugueses (fonte: Ministério da Saúde).
Toxicodependentes em tratamento: 47.770 (fonte: Ministério da Saúde).
Portadores de HIV e SIDA: Cerca de 42.000 pessoas infetadas em Portugal (cerca de 0,4% da população Portuguesa) (fonte: UNAIDS).
Abortos praticados em 2013: 17.414 - 11,2% em mulheres com menos de 20 anos, 23,6% em mulheres desempregadas (fonte: Direção-Geral de Saúde).
Beneficiários do Rendimento Social de Inserção: 360.372 portugueses (fonte: Ministério da Segurança Social).
Indivíduos sem-abrigo: 4.420 (fonte: Instituto da Segurança Social).
Idosos vivendo na solidão: 23.000 (fonte: Censo da Guarda Nacional Republicana).
População prisional: 14.148 (fonte: Ministério da Justiça).
Criminalidade em 2013: 368.452 crimes. Crimes mais participados: 29.654 furtos em veículos motorizado, 25.048 agressões, 24.607 condução com álcool, 22.197 furto em residência, 22.908 violência conjugal. Crimes violentos: 20.144 (roubos, extorsão sequestro, violação, homicídio, rapto e outros) (fonte: Ministério da Administração Interna).
Taxa de cobertura de saneamento e esgotos em Portugal: 79%, ou seja, 700 mil portugueses sem esgotos e água ao domicílio (fonte: ERSAR: Entidade Reguladora de Serviços de Águas Residuais).
Orçamento da Assembleia da República para 2014: 130.639.872,25 € (fonte: Assembleia da República Portuguesa).
Orçamento da Presidência da República para 2014: 14.683.500,00 € (fonte: Presidência da República Portuguesa).
Subvenções do Estado Português aos Partidos Políticos em 2014: 38.359.647,35 € (ano sem qualquer ato eleitoral) (fonte: Assembleia da República Portuguesa).
Pensões especiais (chamadas popularmente de “douradas”) pagas aos políticos e ex-políticos em 2014: 9,1 milhões € (fonte: Caixa Geral de Aposentações).
Índice de Corrupção: 33º lugar em 176 países no mundo (ex-áqueo Botswana, Chipre e Porto Rico), 17º lugar na União Europeia (fonte: “Transparency International”)
Analfabetismo: 5,2% (taxa mais alta da Europa) (fonte: INE).
Etc., etc.
Todos os dias no mundo inteiro morrem 32.000 crianças, maioritariamente causadas pelas fome, desnutrição, malária e diarreia.
O que está cada um de nós efectiva e realmente hoje mesmo a fazer, para amanhã, só que seja e pelo menos, salvar uma delas?
O poder político instalado, vulgo PSD e PS, prepara no dia de hoje mais um ataque de rapina ao Povo.
Com se não bastasse o Estado confiscar anualmente já mais de metade do produto dos poucos que trabalham, agora cozinham mais um grave aumento de impostos.
Como se não bastasse ao Povo estar com o cinto pelos ossos das costelas, agora os políticos querem mais: querem que os portugues ponham uma imensa rolha na boca.
O aumento do IVA é claramente a revelação do espírito maléfico e destrutivo que conduz o verdadeiro fim das medidas anunciadas: agravar a já horrível situação da imensa massa do povo pobre que luta diariamente no limiar da sobrevivência.
São cerca de 3 milhões de Portugueses que vêm o prato esvaziar-se e o pão a encolher.
Não deixa de ser curioso que o encaixe de receita fiscal com o dito aumento do IVA corresponda a aproximadamente 1.2 mil milhões de Euros, quantia semelhante à que o Estado desembolsou para salvar o Banco dos políticos e do Presidente da República, o BPN.
Já o agravamento fiscal de 1% a 1,5% sobre o rendimento do trabalho mais não serve do que para matar à nascença a recuperação da economia, sacrificando ainda mais as pequenas e micro empresas, os empresários, os jovens, os licenciados, e aqueles que procuram o primeiro emprego.
O desemprego ameaça crescer desmesuradamente e, até ao final do ano, ainda vamos ouvir os nossos políticos a comparar-nos com a taxa de 20% dos espanhóis.
Que dizer então aos últimos episódios conhecidos da escandaleira da tentativa de compra da TVI e da “Operação Furacão”?
O poder político e a democracia portugueses são hoje antros de corrupção, imoralidade e escandaleira, e a Justiça, que devia agir rápida e com imparcialidade, não olhando aos poderosos e aos instalados, antes devendo impor a qualquer o custo a Lei e o Direito, foi empurrada para o descrédito total.
Já agora: o Senhor Eng.º relativo já participou criminalmente contra o Sr. J. P. Soares apanhado nas “escutas” a utilizar o seu nome?
Lá diz o povo com razão: tanto é ladrão o que fica à porta como o que põe a mão na massa.
Vivemos num regime que ao Povo mais não lhe serve, no dia a dia, do que uma mera democracia corrupta: uma “CORRUPCIA”.
Ora, o futuro e a subsistência da Nação Portuguesa e do Povo Português passa por uma de duas alternativas: ou deixa-se estar cobardemente de joelhos morrer à fome, enquanto esta corja cozinha a morte lenta de Portugal, ou então o Povo todo alça-se e rebela-se contra esta “corrupcia” e muda pela força este regime iníquo que destrói Portugal.
Eu digo: Revolução Já!