Uma parte considerável das nossas energias e do nosso tempo, senão mesmo em muitos casos o que nos inviabiliza completamente tanto a nossa liberdade como até a nossa própria felicidade, são gastos a resolver os problemas e as sacanices que os outros nos criam de propósito e maldosamente.
E sem que lhes tenhamos feito qualquer mal ou prejuízo, senão mesmo quando só lhes fizemos o bem.
Ora, como seria tão produtiva a vida e como poderiamos nós gozar tanto e tanto do produto da nossa criatividade, do nosso labor e do nosso bom espírito de vida se não houvessem tantos "mother fuckers" a darem cabo das nossas vidas.
As pessoas,
exigem para si toda a justiça si mas praticam usualmente para os outros a injustiça,
exigem para si bons lugares, bons empregos e regalias mas não querem nem gostam do trabalho nem dos sacrifícios nem do esforço,
exigem o seu salário e o seu cumprimento mas não pagam as suas dívidas,
exigem para si a solidariedade mas praticam o egoísmo e a exclusão e não se importam com as privações nem com as dificuldades dos outros,
exigem fartura e a abundancia para si mas não dão nada a ninguém,
exigem a qualidade e o melhor em seu beneficio mas não dão nem se esforçam coisa alguma pelos outros,
exigem todo o respeito para si mas não respeitam a todos por igual,
exigem somente a verdade para si mas frequentemente mentem e levantam boatos e falsos testemunhos,
exigem para si fidelidade e a lealdade mas praticam usualmente aos outros a traição,
exigem a perfeição dos outros e criticam-nos habitualmente mas não toleram nem aceitam para si crítica alguma,
exigem a sua felicidade mas espalham ou a infelicidade à sua volta ou não fazem ninguém feliz,
exigem receber simpatias e agrados mas espalham a antipatia, o ódio e o rancor para os outros,
exigem aos outros os bons exemplos mas só dão da sua parte más acções e poucas vergonhas,
exigem aos políticos, aos governantes e aos outros seriedade e rectidão mas praticam nas suas vidas a desonestidade e vivem sem escrúpulos nem moral,
exigem e pedem todas as suas regalias mas não aceitam nem respeitam os mais elementares e mínimos direitos dos outros,
exigem e censuram as vidas, os hábitos e os costumes dos outros mas não reparam na vida de escândalo e de vergonha que levam nas suas vidas,
exigem boa educação, bom trato e cortesia aos outros mas dirigem-se aos outros com altivez, arrogância e desprezo,
exigem rigorosamente e sem falhas o cumprimento das obrigações aos outros mas não respeitam nem sequer ou minimamente os mais elementares direitos dos outros,
exigem fazer-se ouvir e serem entendidos mas não ouvem nem deixam os outros se exprimirem,
exigem o luxo e qualidade para si mas não reconhecem os direito à dignidade e à sobrevivência de todos os outros,
exigem todo o amor e todo o prazer para si mas não cuidam nem sequer da alegria nem da satisfação dos outros,
exigem tudo e mais alguma coisa aos outros mas não aceitam para si nenhuma exigência.
Exigem e exigem, para si e para o seu gáudio e satisfação, mas não cumprem nem olham pela existência condigna dos outros.
Ora, definitivamente, o mundo não melhorará jamais com as abundantes exigências e reclamações de cada um, antes e somente poderá vir melhorar com o exigente cumprimento das obrigações de todos.