António Costa tem alguma razão quando diz que os 4 últimos anos que "não foram só de redução do défice".
Mérito seja dado ao Governo socialista e da geringonça, foram mais 5 mil milhões para a despesa geral do Estado (60% só para aumento dos salários dos funcionários públicos), colocaram os serviços públicos na rota da má qualidade e no sobre-endividamento, com destaque para o anémico e mais caro Serviço Nacional de Saúde, agravando a carga fiscal contributiva a 34,9% do PIB (a mais elevada de sempre), permitindo a corrupção e o nepotismo em níveis nunca vistos, e, a cereja no topo do bolo, a balança nacional de transações de bens e serviços, desde 2012 com contas positivas, voltou ao saldo negativo (-0,2%) a partir do 1.º trimestre deste ano, somando -0,6% no final deste 1.º semestre.
E, para a selfie da propaganda do regime ficar perfeita, os Socialistas passaram a ter companhia festivaleira do Presidente da República.
A falta de isenção do Presidente, assumindo a sua aliança à Esquerda ao mostrar as cores rosas das suas partes pudibundas na despedida aos deputados da cessante legislatura, declarou-lhes “saudades da atual composição cessante da Assembleia da República”.
E, o que restava da alternância partidária, que ainda poderia vir da falsa Direita, faleceu de vez com a liderança pífia de Rui Rio.
O PSD conformou-se ao papel de muleta do Partido Socialista, a troco da procura do controlo das magistraturas e umas quantas contrapartidas nas próximas grandes obras públicas.
O almejado projeto partidário de controlo político-partidário dos Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público, tem como meta colocar os atuais 94% de arquivamento dos processos de corrupção em 100%.
E, a próxima grande obra pública, o aeroporto internacional do Montijo, megalomania faraónica, destruindo-se uma das maiores e mais ricas reservas ecológicas da Península Ibérica, de fauna e recursos naturais ímpares, a pagar dolorosamente pelos contribuintes, mas servindo para o enriquecimento privado de uns quantos, oferece aos dois Partidos do “Centrão” e seus acólitos uma altíssima rendibilidade em negócios imobiliários e financeiros.
As eleições legislativas cumprem o papel de grande negociata a pagar pelos contribuintes: a máquina eleitoral do próximo Outubro tem 9 milhões de euros para despesas, para a sua campanha eleitoral partidária serão 7,5 milhões e, nos próximos quatro anos, as subvenções aos Partidos Políticos somarão 100 milhões.
Afinal, o mau Estado Português é o reflexo do débil estado do seu Povo, os donos disto tudo são eleitos conscientemente pelo voto popular.
(twitter: @passossergio)
(artigo do autor, publicado na edição de 1 de Outubro de 2019 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)