Segundo o que se sabe, muito parcialmente, porque os sucessivos Governos recusam prestar os esclarecimentos cabais dos contratos feitos com os respetivos privados, tem de se fazer uma pergunta: com os 1.500 euros (mais IVA) à hora pagos a cada helicóptero privado, por acaso, não interessará a estas empresas, ou a quem os sub-contrata, que arda o maior número, a maior área de floresta possíveis e pelo maior período de tempo possíveis?
Isto é simples, é uma mera conta de aritmética: quanto mais fogos e mais tempo durarem os incêndios mais estas empresas privadas lucram!
O que nós sabemos é constatamos é que estas empresas privadas que ainda há bem pouco tempo tinham que alugar os seus meios aéreos a empresas estrangeiras, agora já têm enormes frotas próprias de helicópteros, hangares e pavilhões seus, feitos novos e de raiz, e até já possuem aeródromos seus.
E nem falamos aqui de ex-ministros, secretários de estado e altos chefes de serviços públicos, ligados às florestas, à proteção civil e aos bombeiros, que adquiriram fortunas súbitas e que passaram ostentar sinais de riqueza fácil e recente de um dia para o outro.
E porque é que, afinal, e perante os fumos evidentes de corrupção e desvio dos dinheiros públicos, o Estado não entrega a atividade e a função de apagar os fogos ao Exército e à Força Aérea, que é uma atividade fundamentalmente de Segurança e Defesa nacionais, tal qual como é o da proteção das nossas fronteiras, dos recursos marítimos ou do mar, já que não se vê, e não há, qualquer diferença com a segurança interna pública de pessoas e bens?
Ora, se até aos finais dos anos 80 era mesmo a Força Aérea que combatia com sucesso, aliás assinalável, os incêndios, e possuindo meios e gente formada para tal, que só custavam a sua despesa de funcionamento, porque é que deixaram de o fazer e passou-se a entregar esta função, agora com lucros milionários, aos privados?
E quem é que fiscaliza se estas empresas e os seus meios aéreos apagam competentemente os fogos? Se o fazem com a qualidade necessária? Ou se empregam todo o seu esforço e competência para tal? E como é que se fazem os contratos e como são avaliados os concursos públicos? Etc., etc.
E porque é que os sucessivos Governos não mostram, nem sequer publicamente são escrutinados, os contratos e não revelam os seus contornos e, tão-pouco, mostram os valores pagos aos privados e os critérios para tanto?
Porque é que os sucessivos Governos têm cortado verbas na prevenção florestal, extinguiram a função de guardas florestais, não apoiam e não incentivam os pequenos produtores florestais privados, portanto os maiores proprietários da mata nacional, para tratarem e cuidarem da sua florestas, ou a tomarem medidas antecipadas para proteger e defender previamente as florestas e os recursos naturais?
Ou seja, porque é que os sucessivos Governos de Portugal não incentivam, não apoiam, não canalizam recursos públicos para a proteção e o cuidado com a floresta, ou seja prevenindo e diminuindo os fogos antes da época dos incêndios, mas e em vez da necessária prevenção e preservação do meio ambiente, da floresta e dos recursos naturais, só invés, preferem, cada vez mais gastar, mais e mais, com meios e despesas no combate aos fogos que, só continuam a piorar e cada vez mais destroem os recursos nacionais, encurtam a floresta e, em resumo, empobrecem os portugueses e o país?
E porque é que a própria floresta da propriedade do Estado também está vetada ao mais completo abandono?
Já agora, a frota de 10 a 15 aviões canadair, meio essencial para combater os fogos e sempre reclamada pelos peritos e bombeiros nacionais, considerados vitais para o esforço de combate eficaz aos fogos, orçados em cerca de 200 milhões de euros, o equivalente à floresta nacional destruída anualmente, porque é que nunca foi adquirida e, ao invés, os Governos deixam a floresta nacional continua a ser destruída facilmente por esta grosseira e criminosa negligência?
Só no verão de 2013 terão ardido da floresta recursos equivalentes de mais de 100 milhões de euros.
Ora, estas são demasiadas e sérias dúvidas, graves interrogações, muitas incertezas, demasiadas ambiguidades e muitas nuvens escuras e, de certeza, mas que, todos anos permitem impunemente demasiados e destrutivos fogos, que ardem descontroladamente, que destroem o património público e privado, a poupança, as economias e o esforço dos particulares e até mesmo as vidas, os projetos e as aspirações dos portugueses
O que sabemos é o lucrativo é concessionado aos privados, mas tudo o que dá prejuízo é suportado pelo Estado e pelo dinheiro dos contribuintes.
Afinal, o Estado Português e os partidos políticos, todos sem exceção, deste maquiavélico e demoníaco regime político português têm, sem qualquer dúvida, as mãos conspurcadas de cinzas dos incêndios que destroem Portugal.
Entretanto, tudo isto cheira mesmo muito a esturro!
Segundo dados oficiais, nos primeiros 31 dias da época oficial de fogos de 2014, com início em Maio, já se verificaram mais 44,6% de fogos do que em igual período do ano passado.
Tudo apontar para mais este ano e mais uma vez, agora com o alto patrocínio do atual Governo de Passos Coelho, o triste espetáculo, entre muitos outros deste pobre país, o incremento dos incêndios em Portugal.
No ano de 2013 ardeu o total de 140 mil e 944 hectares.
No ano de 2012 arderam 110 mil hectares da mata nacional e os seus prejuízos económicos decorrentes estimam-se em quase 100 milhões de euros.
A União Europeia calculou que só no ano de 2010, o custo económico direto dos incêndios, pelos danos na floresta, e o indireto, no repovoamento florestal e na economia em geral, ascendeu a 200 milhões de Euros.
E há já 20 anos que se discute a aquisição de meios aéreos próprios e com carácter permanente ao serviço do Estado de uma frota de aviões.
Cada avião canadair custa 20 milhões de euros e cada helicóptero pesado 6.5 milhões; sendo o custo estimado para a aquisição dos meios aéreos necessários para combater os fogos, reclamados há já 20 anos por especialistas e bombeiros, de 6 canadairs e 10 helicópteros, naquela mesma quantia de 200 milhões de Euros.
Entre as empresas que alugam os meios aéreos ao Estado, acusam os bombeiros, contam-se personalidades e pessoas conhecidas de ex-ministros, dizem, como o conhecido Silva Peneda, ex-ministro e grande amigo de Cavaco Silva, e muitos outras personalidades da política, curiosamente, muitas delas ligadas direta e indiretamente ao BPN.
Só nos últimos 10 anos o Estado terá gasto com o aluguer das aeronaves mais de 350 milhões de Euros -, portanto mais do que o custo total da compra dos meios aéreos e da respetiva manutenção e pessoal -, em 2012 o seu custo total será de cerca 100 milhões de euros, qualquer coisa como 5 vezes mais do que em 2005, e continuamos sem os meios aéreos.
E continuam também sem se fazer à décadas as mini-hídricas, os aceiros e as proteções contra os fogos e os bombeiros, mesmo após serem inundados de milhões de euros, continuam sem a formação adequada.
Enquanto isso, da área de floresta de Portugal, a que corresponde a 3.2 milhões de hectares, nos últimos 10 anos, já terá ardido mais de metade, ou seja 1.8 milhões de hectares e nos últimos 25 anos terá ardido uma área total de cerca de 2.5 milhões hectares, contribuindo isto para a desertificação dos meios rurais, matando o interior de Portugal, e agravando o abandono da própria floresta e da agricultura.
Mas os incêndios florestais garantem aos políticos um enorme circo mediático, mostrando no Verão a “meio mundo” pela TV, em “prime time”, a miséria e o sofrimento alheios, criam novos pobres e subsidiados no litoral e nas grandes cidades de que os Governos e os Partidos Políticos tanto necessitam para terem os seus “rebanhos” a quem dão esmolas, enganam com falsas promessas e fazem o simulacro das eleições.
Desde há 25 anos que o país continua a arder e nenhum Governo, desde Cavaco Silva, a António Guterres, a Durão Barroso, José Sócrates e agora com Passos Coelho, se mostrou interessado em fazer cessar este permanente desastre de custos incomensuráveis.
Antes, continuam a grassar os incêndios em Portugal e só, concluímos, porque os sucessivos Governos o desejam, planeiam e atiçam e, em última análise, o que está provado à saciedade, como estamos fartos e cansados de ver, querem ver o país e aos portugueses destruídos em cinzas.
Continua o triste espectáculo, entre muitos outros deste pobre país, dos incêndios em Portugal: este ano já arderam aproximadamente 300 mil hectares da mata nacional. Há já 20 anos que se discute a aquisição de meios aéreos próprios e com carácter permanente ao serviço do Estado, por exemplo de uma frota de aviões 6 a 8 canadairs e de, pelo menos, 20 helicópteros. Entretanto, o custo previsto de aluguer, uma vez mais, dos meios aéreos de combate aos fogos, vai custar ao erário público para 2010 próximo de 103 milhões de Euros. É já 5 vezes mais do que custou em 2005. Cada avião canadair custa cerca de 25 milhões de euros e cada helicóptero pesado 6.5 milhões. Nos últimos 10 anos o estado terá gasto com o aluguer das aeronaves mais de 300 milhões de Euros, e continua sem possuir os meios mínimos tantas vezes reclamados, sem sucesso, por bombeiros e especialistas. Ao fim deste tempo todo a mata nacional continua a arder, com todos os avultadíssimos prejuízos económicos, ambientais, sociais, populacionais, demográficos e muitos outros. Entre as empresas que alugam os meios aéreos ao Estado, acusam os bombeiros, contam-se personalidades e pessoas conhecidas de ex-ministros, dizem, como o conhecido Silva Peneda, ex-ministro de Cavaco Silva. Enquanto isso, da área de floresta de Portugal que corresponde a 3.2 milhões de hectares, nos últimos 10 anos, já terá ardido, pelo menos, metade, ou seja 1.6 milhões. E calcula-se que nos últimos 25 anos cerca de 2.5 milhões da floresta portuguesa já ardeu. Os incêndios garantem um circo mediático, mostrando no Verão a “meio mundo” pela TV em “prime time” a miséria alheia, desertifica os meios rurais e matando o interior, criando novos pobres e subsidiados, e mostrando no “defeso” o Governo a distribuir esmolas pelo povinho queimado e os ministros apertando a mão a populações e bombeiros. Uma vez mais está bem à vista a visão dos sucessivos governos: deixar arder Portugal.