Temos de reconhecer, goste-se ou não, o grande mérito nestas eleições presidenciais vai para a vitória do candidato presidencial, Presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa.
Foi um candidato duma candidatura unipessoal, levada à prática com o assinalável sucesso que se viu, eleito, portanto, sem um orçamento de vulto, sem relevantes apoios humanos, subsídios ou fundos, sem especiais meios materiais e logísticos, e sem a presença de quaisquer dos mais significativos e dominantes Partidos do atual espectro político nacional, e, apesar de estar assente nas suas tão discutidas e polémicas capacidades e qualidades de comentador político, foi capaz de se fazer eleger logo à primeira volta da disputa.
Em contrapartida, tivemos quatro declarados e explícitos candidatos partidários, ou de partido, Marisa Matias, Edgar Silva, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, que contaram declarada e abertamente com as máquinas logísticas e os aparelhos dos seus partidos políticos e que os promoveram, apoiaram e levaram aos ombros até às urnas.
Edgar Silva, Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa, revelaram-se 3 escancaradas apostas erradas dos seus partidos, respetivamente PCP e PS, dois maiores - Edgar Silva e Maria de Belém - e um menor - Sampaio da Nóvoa - desastres.
Marisa Matias, mais jovem e jeitosa, melhor apresentada e menos vestida - aquela t-shirt de cavas capitalizou muitos votos entre os eleitorados masculino e jovem... -, e, pode-se dizer, rentabilizou muito melhor o caro e vultuoso investimento financeiro feito para o efeito pelo Bloco de Esquerda.
O Bloco de Esquerda, temos de dizer, com inteira justiça, comparando os 10,19% das legislativas e agora os 10,13% das presidenciais, gastou uma "nota preta" nestas eleições e, no troco, recebeu o respetivo prémio mínimo de comparência.
Maria de Belém, essa ainda há de um dia dizer que as aziagas e conspiradoras Subvenções Vitalícias foram pouco para tão má prebenda que recebeu nestas presidenciais.
Ainda assim, sinceramente, esperamos e desejamos que não venha a pagar dos seus próprios bolsos o tamanho prejuízo da sua campanha presidencial socialista...
O comunista, mas pouco…, Edgar Silva, na conferência de imprensa do seu partido ao final da noite eleitoral parecia muito bem disposto e alegre, contrastando com um Jerónimo de Sousa ressabiado e rancoroso destilando palavras de ódio…
Os comunistas, realmente, e nisto há que desculpar o seu Secretário-geral, desta vez não obtiveram sequer uma qualquer anunciável, ou aparente, vitória, para, ao menos, se escapulirem dum resultado eleitoral tão desastroso…
Por sua vez, Sampaio da Nóvoa, mesmo contando com 3 apoios políticos de vulto, os 3 ex-Presidentes da República, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, quais revisitações do passado, mostrou que os (ingratos?!) portugueses, em regra, não dão duas vezes para o mesmo peditório.
Mas, o candidato Sampaio da Nóvoa não teve mesmo mácula nem culpa no seu escasso resultado eleitoral do final do dia de ontem, é que antes de ser derrota já o era, ou não fosse Marcelo Rebelo de Sousa o mais apreciado e popular comentador do regime e da TV nacionais há já mais de 10 anos!
Tomara, a campanha eleitoral já estava feita há uma década, foi só preciso vir agora colher o fruto maduro!
Por último, dos "pequenos" candidatos, Vitorino Silva, recebeu o merecido "Oscar" popular destas eleições, justamente dizemos nós, a sua atuação pública, com ou sem "intrigalhadas", foi o justo merecedor do voto de protesto.
Os gigantes destas eleições foram mesmo, mas que uma vez mais não mereceram os votos dos portugueses, trazendo à campanha justas e honrosas causas e questões, quais Paulo Morais, Henrique Neto, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira, devem merecer por parte dos portugueses, justa e verdadeiramente, uma palavra de agradecimento pelas suas elevação, qualidade e dignas intervenções políticas.
Temos de concluir, os portugueses, tudo como dantes..., são previsíveis nas suas escolhas eleitorais, preferindo sempre e inevitavelmente mais do mesmo, mesmo sabendo que daí não vem nada de novo, ou até mesmo que vão viver pior e mais desgraçadamente.
Afinal, não é mesmo um povo qualquer, como é o caso português, que prefere a certeza absoluta do resultado de votar no menos mau, ao invés de se atrever a arriscar, ou ousar, procurar o melhor assente na imponderabilidade do futuro.