Porque é que em Portugal não não se faz rapidamente um Banco do Fomento e, até mesmo com as ajudas prometidas pela Alemanha para o efeito, Passos Coelho não avança com a ideia?
A ideia de criação de um Banco de Fomento, realmente útil ao crescimento económico português, seria este "novo" Banco servir para emprestar o dinheiro proveniente dos fundos comunitários, mas não dar, como se possa pensar e foi tradicional até aqui, a fundo perdido, portanto, bem ao contrário do que tem sido a tradição e o desbaratamento desses fundos.
É, portanto, fazer entrar esse dinheiro nas empresas, potenciar realmente o investimento, permitir fazer crescer os seus negócios e depois esse dinheiro ser devolvido.
Este tipo de Banco ainda hoje existe na Alemanha, com os dinheiros emprestados há mais de 50 anos ao abrigo do Plano Marshall, o Banco KFW, e com o que Angela Merkel se prontificou para nos ajudar na recente visita que fez a Portugal.
Ora, quando a Chanceler Alemã Angela veio a Portugal e falou na necessidade da criação desse Banco, os banqueiros portugueses ao início mostraram-se ao muito interessados, mas quando lhes disseram que não se trataria de mais dinheiro emprestado e a fundo perdido, antes seria dinheiro proveniente dos fundos comunitários para servir como empréstimo e com a obrigação da sua devolução, logo trataram de dizer se tratar de mais uma intolerável intromissão do Estado na economia...
Não se pode nunca deixar de pensar que o escasso crédito bancário atualmente concedido às empresas produtivas e exportadoras ronda montantes de 16% de taxa de juros e a média dos créditos do fomento da economia ronda os 3 ou 4%...
Só que esse Banco faria perder poder às estruturas dos Ministérios e aos seus caciques políticos, que não querem de modo nenhum perder esse poder político.
Por outro lado, os responsáveis do setor financeiro, que vivem hoje com o dinheiro dos contribuintes também não estão interessados na criação desse Banco, porque isso vai-lhes retirar dinheiro das mãos com que contam para continuarem a usar na economia especulativa imobiliária, no casino financeiro mundial das dívidas soberanas ou com o tráfico ou lavagem de dinheiro ilícito dos corruptos, da agiotagem política, do tráfico de armas ou de drogas.
O Banco de Fomento Português, apesar do seu importante apoio ao desenvolvimento económico nacional, definitivamente, não interessa aos partidos políticos e governantes portugueses, ciosos do seu poder eleitoral, sobre a sociedade e a economia nacional e, definitivamente, não interessa mesmo nada aos Bancos Portugueses.
Não tenho quaisquer dúvidas, aliás tenho provas, de que importantes organismos do Estado português encontram-se já ao serviço exclusivo e ao uso dos interesses de grandes empresas privadas com ligações à Banca e a à alta finança.
Os portugueses quando acordarem e já começa a ser tarde para o fazerem e, especialmente, reagirem contra este enorme perigo que está a cair sobre si, vão dar de conta que vivem em situação de servidão pior que a do feudalismo.