Tal como costumo fazer todos os anos, nomeio como "Personalidade do Ano" de 2015 Aylan Kurdi.
Para quem já não se lembra, foi a criança síria tragicamente falecida nas águas do mar mediterrâneo, às portas da Europa, no passado 5 de Setembro, quando, na companhia da sua família e em fuga às atrocidades da guerra civil síria, procurando fugir pelo mar para a Grécia, pereceu na costa da Turquia.
Na mesma ociasião, morreram, calcula-se, 12 outras pessoas, entre as quais a sua mãe e o seu irmão mais velho, tendo da sua família somente escapado com vida o seu pai.
A foto desta criança tombada nas áreas duma praia turca correu mundo e marcou o princípio do fim da brutal indiferença dos europeus até aí votada às largas centenas de milhar de refugiados e ao seu profundo e agonizante desespero batendo às portas da Europa e pedindo unicamente por socorro, assitência e humanidade.
O enorme sofrimento dos refugiados sírios, africanos e outros, na maioria em fuga à guerra e ao genocídio, deve sim merecer os nossos maiores e ativos cuidados, atenção e solidariedade.
Os refugiados são igualmente seres humanos que, no maior desespero e sofrimento, apenas procuram um abrigo para a sua sobrevivência.
Que aquela criança e o seu fim prematuro e infeliz, ao menos, a bem da nossa mínima réstia de consciência humana, nos façam despertar para as especiais responsabilidades humanitárias que temos para com os mais desvalidos e abandonados.
Para que a indiferença aos refugiados do mundo inteiro não se torne ainda no nosso maior crime!
(Por respeito a Aylan Kurdi, utilizamos uma recriação artística da sua última trágica foto)