O futuro de Portugal é uma esperança árdua, ténua; é mesmo muito difícil e trabalhoso mudar um povo, como o português, habituado a "papas e bolos". Deixo aqui um exemplo: Condeixa-a-Nova, que não tem ainda água e saneamento públicos ao domicílio em todo o concelho, o seu presidente de Câmara, recentemente eleito, o socialista Nuno Moita, anunciou por ocasião do Natal colocar uma pista de gelo no centro da vila. Sublinho, durante o Verão certas zonas do concelho, como sejam uma parte da vila e as zonas circundantes do seu parque industrial, tresandam a maus cheiros dos esgotos descarregados a céu aberto. O desemprego, a miséria e a fome já assoberbam inúmeras famílias neste concelho, e só algumas dádivas aos muitos carenciados vai evitando a explosão de pobreza. Entretanto, no edifício da Câmara e à sua volta, desde o final do mês de Novembro, também já abundam as iluminações e os enfeites de Natal! Mas se até na Venezuela o ditadorzeco Nicolas Maduro decretou oficialmente que em Novembro já era Natal... Ora, perante estas realidades, verdadeiramente surreais, e o contraste entre a ostentação dos poderes públicos e a crescente miséria do povo, fico mesmo com uma grande dúvida: qual será o pensamento da gente que faz e vive disto, bem assim dos demais que aceitam ser governados por estes demagogos? A realidade portuguesa do século XXI, mostra como estes e muitos outros artistas da governação bem aprenderam a velha regra política da arte de bem governar dos romanos de há já mais de 2 mil anos: "o povo governa-se na perfeição enquanto houverem suficientes pão e circo"!