Num país como Portugal em que está praticamente toda a gente está falida, avaliar e julgar os outros pelas suas aparências ou pelo que parecem ter é certamente um logro.
Mesmo assim e apesar do engano certo e as pessoas continuando a faze-lo, só poderemos concluir que ou são loucas, ou então, pasme-se, devem pensar que é possível enganarem-se a si próprias.
Nos dias de hoje, parece que tudo, ou quase tudo, se mede por aparências.
E tal é o grau de ilusão em que as pessoas vivem, o seu auto-convencimento, as suas vaidades e manias, ou o mundo de mentira em que se enganam a si mesmos ou aos outros, até mesmo vivendo em cima de pântano ou não tendo onde cairem mortas, e mesmo assim não percebem que continuam sempre no mesmo lugar e pisando nos seus próprios pés.
Como pensarão elas assim que se podem salvar, ao menos, a si próprias?
Não basta possuir o palco ou conquistar as audiências das multidões, com tão-pouco contentam-se os medíocres e os demagogos, são meros momentos e personagens passageiras.
Já aqueles que possuem a intemporalidade da esperança e da verdade, acumuladas pelo saber e pela experiência, transportam consigo a mudança e moldam a História para sempre.