É o último fais divers da Ordem dos Advogados, é o que é, o falatório que vai à volta do famoso e badalado vídeo publicitário das 5 advogadas de Lisboa, anunciando, vestidas com saias decotadas e blusas de seda, os seus milagreiros serviços jurídicos e forenses. Já existem queixas apresentadas na OA por outros colegas advogados e os comentários críticos são mais que muitos nas redes sociais. Os queixosos, a meu ver, estão a dar demasiada importância ao assunto, muito mais do que aquilo que para as próprias serviu o efeito publicitário do dito anúncio vídeo. Sinceramente, pela minha parte, não lhe daria qualquer importância, acho até que aquilo é pindérico e patético e, portanto, infelizmente, só deslustra e prejudica as próprias. A reação da OA e das queixas dos colegas é completamente desproporcionada e até é, salvo o devido respeito, mesquinha, por se assemelhar muito uma reação revanchista, saloia e de mau gosto machista. Tanta histeria à volta do dito vídeo mais se assemelha a um ressabiamento balofo e tardio do mais puro marialvismo. Ofende bem mais, o que parece que anda agora na moda e alguns advogados também gostam de usar, uma placa publicitária de advogados com o fundo vermelho e com as dimensões de 3 X 4 por metros, que esteticamente mais se assemelha ao exbicionismo de uma hemorragia feminina! Mas ao falar-se do assunto efetivamente é a forma de se dar a publicidade desejada pela senhoras doutoras. Pela minha parte, envio votos de boas festas às colegas e já basta! Ora, há coisas muito mais e verdadeiramente importantes, portanto mais apropriadas aos advogados e à própria Ordem dos Advogados para serem tratadas, como sejam, os inúmeros problemas da justiça, nomeadamente, a corrupção e a violação dos direitos humanos, onde se deviam efetivamente ocupar e preocuparem mais atentamente. Haja dó!
O advogado que é advogado nunca se verga a nenhum poder, seja ele financeiro, político ou judicial, senão à sua rigorosa e exigente consciência cívica e profissional, portanto, jamais se prestando ao desplante de ser um lambe-cús.
Nenhuma justiça pode haver, nem nunca ela poderá prevalecer, no lugar onde um juiz se converta num justiceiro, um procurador faça as vezes de um carrasco e um advogado seja um vendilhão.
Um lugar assim mais provavelmente se assemelhará à arbitrariedade de um cadafalso.
E, tragicamente são estes os tempos a que assistimos.