No caso do Sócrates e de muitos outros da laia dele, que infestam a altas instituições de imenso aparelho de Estado, das Empresas Públicas e demais Participadas e da inúmera classe política, basto-me com pequenas mas sábias e milenares lições de sabedoria popular: “diz-me com quem andas dir-te-ei quem és”.
Nunca a Ciência Política e a Justiça alguma vez terão ar suficientemente puro para explicar tão mundanas coisas.
O último Congresso do PSD mostrou que em Portugal existe uma espécie única de abnegados e teóricos líricos das virtudes do Estado, que pensam que este pode ser reformado por dentro.
Do tipo como quem, eles, pensam que o Diabo pode aprender a amar a Deus.
O nosso azar e a sorte deles é que o país caminha para o desastre em passo acelerado, e até ao final deste ano, máximo ano inicio do ano que vem, todos eles terão passado a fazer parte de uma mera folha aziaga do nosso passado recente.
Há já muitos anos que digo que em Portugal não há democracia política.
Bastaria, e é só um pequeno exemplo, pensar que são unicamente os partidos políticos quem podem apresentar candidatos à Assembleia da República, e aos cidadãos livres e independentes está vedado o direito de se elegerem em igualdade de condições com aqueles.
Mas o problema português é hoje ainda mais grave do que pensava: o Estado de Direito faliu e a Lei não mais tem ética, nem moral, nem rectidão.
Como é que se pode aceitar, sem reagir, que os altos funcionários públicos, gestores de empresas públicas, os políticos e os governantes paguem a si mesmo milhões de Euros e existam pessoas em Portugal que deambulam pelas ruas catando caixotes do lixo para se alimentarem, ou que durmam ao relento nas ruas? E crianças que vão para a escola sem se alimentar? Mulheres que se prostituem para alimentar os seus filhos? Idosos que morrem na miséria, na solidão e ao abandono? Tantas e tantas pessoas que morrem nas listas de espera por falta de cuidados médicos? Os jovens que enveredam pela criminalidade para ganhar a vida? E os jovens que aceitam a corrupção e a imoralidade como forma de vida? O aumento do desemprego, da pobreza e da indigência? A insolvência de famílias? O crescimento abrupto das desigualdades sociais? A fome? A morosidade e a carestia da Justiça? A corrupção, o compadrio, o “amiguismo” e a generalização do tráfico de influências? Etc, etc, etc.
A situação a que chegou Portugal envergonha e indigna qualquer pessoa com um mínimo de sentido de justiça e equilíbrio.
Ao povo português tão espezinhado, sacrificado e desprezado pela actual classe política corrupta, imoral e preguiçosa, quando a Lei e o Direito não mais funcionam e são pura letra morta, resta uma única solução: o derrube do actual sistema político, económico e social por quaisquer que sejam os meios ou as formas necessárias.
E pela força se tiver que ser.
Ser Liberal, no meu modesto ponto de vista, não significa ser mais liberal que um selvagem, ou até mais gay que os gays, como será a medida que aqui tomo para avaliar a equiparação dos casamentos heterossexuais ao dos homessexuais.
O que é diferente tem necessariamente que ser tratado de maneira diferente, e só assim é que a liberdade pode sempre ser um direito universal e intemporal da Humanidade e da Civilização.
Da mesma maneira que me assiste livremente o direito e a liberdade de não me querer confundir com o que não me quero identificar, seja de não querer passar por gay, ou por socialista, ou por criminoso, ou criança, ou por santo ou por muçulmano, etc, etc.
Ora, portanto, na matéria dos costumes e das convicções a liberdade igualitária tem e deve sempre que respeitar as matrizes culturais e civilizacionais mais perenes e constantes que informam a cultura ocidental e europeia, ou seja, as matrizes greco-judaico-cristâ.
Decerto que sem esquecer as matrizes do iluminismo, do positivismo e da democracia universal.
Mas, todas elas têm que estar presentes e se respeitarem num todo coerente e sem exclusão.
E o casamento, portanto, necessariamente não se fez, e é coisa e assunto provado historica e ancestralmente, para os homossexuais.
Para esses, naturalmente até com respeito pela sua liberdade de opção, pode e deve criar-se um contrato diferente: seja união cívica, seja o que for.
Casamento é que não.
Eu digo não e em nome da minha liberdade.
Obrigado.
Crise de princípios, de valores, de ideias, de moral, de ética, de solidariedade, de compaixão, de partilha, de dádiva, de estabilidade, de fidelidade, de lealdade, de honestidade, de verdade, de rectidão, de seriedade, de escrúpulo, de vergonha, de decência, de honra, de humildade, de quietude, de sobriedade, de arrependimento, de perdão, de justiça, de disciplina, de ordem, de governo, de legalidade, de pontualidade, de trabalho, de emprego, de produtividade, de alimentos, de sustento, de dignidade, de probidade, de coragem, de arrojo, de criatividade, de invenções, de soluções, de revoluções, de mudança, de esperança, de futuro, de paz, de tolerância, de amizade, de amor, do casamento, da maternidade, da paternidade, da natalidade, de crianças, de jovens, de homens, de mulheres, da família, da vizinhança, do bairro, da cidade, de cidadania, de civismo, dos grupos, das gentes, das raças, das etnias, dos países, das alianças, dos continentes, das espécies, da fauna, da floresta, do ar, da terra, da água, dos mares, do clima, do planeta, da vida, da espiritualidade, das crenças, da fé, de Deus.
Tanta, tanta, tantas crises, numa só crise.
Uma global, uma crise global.
Raramente vi justiça a ser feita.
Mas estou seguro que a vi sempre de quem pedia perdão pelos seus erros praticados.
Acima desta só mesmo a daqueles que sofrem calados expiando penas pelos erros dos outros.