A comunicação social portuguesa saloia lançou a notícia de que a água desperdiçada nas redes e canalizações públicas representaria uma perda de 167 milhões de euros anuais.
Mas, esta notícia capciosa e falsa só serve mesmo para passar a ideia da privatização da água, caso não se perceba e analise criticamente a susbtância dos interesses que estão por detrás da mesma.
Veja-se: esta água só podia vir alcançar este valor depois de comercializada aos preços altíssimos pretendidos pelas empresas privadas interessadas na privatização da água, já que sendo unicamente perdida nas canalizações ela representa meramente o custo da sua extração, tratamento e transporte, ou seja, o que esta água "perdida" verdadeiramente representa não é sequer um centésimo daquele valor anunciado.
A noticía, claramente, também destina fundamentalmente a patrocinar os pretendidos futuros custos altissímos da água a fornecer aos consumidores pelos privados, a ser vendida a custo de produto de luxo.
É claro que não se coloca em causa o custo ecológico e também da sua perda, embora a sua perda, de facto, mais não seja do que a sua mera volta à natureza, portanto, ela não se perde, unicamente limita-se a escapar ao controlo do humano e volta livremente à mãe natureza.
E, ainda mais cinicamente, os espertalhões e mercenários mercantilistas que pretendem a privatização da água todo o custo querem também que seja o dinheiro dos contribuintes a pagar a renovação das redes públicas de transporte e distribuição, para depois eles virem a embolsar, limpo de todas as despesas e investimentos, os altos lucros fabulosos da sua comercialização.
A tragédia é que o "bloco central" da Assembleia da República prepara-se para deixar passar a privatização geral do negócio das águas, engrossando de lucros fabulosos as empresas privadas interessadas, muitas delas inclusivamente estrangeiras, mesmo que isso implique colocar os portugueses sob a exploração desmesurada de empresas gananciosas e entregando um recurso de todos nós a umas poucas empresas e aos seus gestores milionários.
A notícia em causa tem "água no bico" e serve, muito bem, para manipular e intoxicar a opinião pública portuguesa e, estupidamente, a comunicação social portuguesa prestou-se ao recado de nos a querer fazer engulir que nem "patinhos".
O futuro negócio privado da água nova promete assim vir a ser a nova "EDP" monopolista e altamente lucrativa ao serviço de estrangeiros. A
s vítimas destas negociatas, mais uma vez, é o interesse público e os legítimos direitos dos consumidores portugueses.
Vergonha!