O acórdão do Tribunal Constitucional que repôs as Subvenções Vitalícias aos políticos do regime, justificou-se pela "...inconstitucionalidade das normas do artigo 80.º da Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, por violação do Princípio da Proteção da Confiança, inferível do artigo 2.º da Constituição da República Portuguesa…".
Face a esta decisão, temos de perguntar o que é feito do mesmo Princípio da Proteção da Confiança para o povo português quando lhe aumentam os impostos, ou minguam o ordenado ao fim do mês, lhe fecham as fábricas e fica no desemprego, são obrigados a emigrar, etc., etc.
Ou, será que de verdade este Povinho não merece nem um bocadinho da confiança nos seus políticos e nas suas instituições?
A desconfiança está toda nos privilégios dos políticos nababos e demais corruptos da Nação.
Na lista dos beneficiados das prebendas de luxo encontram-se muitos ex-titulares de cargos políticos, bastando para tanto, em muitos casos, 8 anos de consulado, sendo Presidentes da República, membros do Governo, deputados à Assembleia da República, Ministros da República para as Regiões Autónomas, Governadores de Macau, membros do Conselho de Estado e Juízes do Tribunal Constitucional.
São os casos, entre muitos outros, contudo não se sabendo ao certo quantos, de Cavaco Silva, Marques Mendes, Assunção Esteves, João Jardim, Manuel Alegre, Alberto Martins, Carlos Carvalhas, Jerónimo Sousa, etc., com pensões mais de 2 mil até 11 mil e tal euros.
Estes políticos tratam-se como cidadãos acima da lei, dando-se a si próprios privilégios anormais e superiores aos demais portugueses.
Naturalmente, é para isto tudo e para esta malandragem toda que os contribuintes portugueses pagam vultuosos impostos.
À afirmação de que "todos nós somos Estado", deveríamos responder com a revolta de quem trabalham de sol a sol e vive dos seus esforço e suor, não recebem prebendas, privilégios ou subvenções por parte do Estado, pagando em sacrifícios descontados do produto do seu próprio esforço e denodo.
A história da III República Portuguesa, ou dos últimos 42 anos, foi um ror de episódios de cleptocracia, nepotismo e corrupção contra o povo português.
O umbigo do país, em todo este tempo, tem vivido sentado à mesa do Orçamento Geral do Estado, as formiguinhas contribuintes continuam a suar e as cigarras políticas a cantar.
Está visto!
(artigo do autor publicado na edição de 1 de Março de 2016 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)