Pela primeira vez, decidi eleger a personalidade portuguesa do ano.
Para o ano que agora está a terminar, tomando em atenção a fenómeno mediático em que se transformou a prisão de um ex-primeiro ministro português, José Sócrates, entendi eleger uma personalidade em função da atenção popular despertada.
Nunca tal se havia visto em Portugal, uma das mais altas figuras do Estado e um destacado político a contas com a Justiça e logo enviado para a prisão.
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, como foi tratado pelo juiz de instrução Carlos Alexandre que o remeteu à prisão preventiva, José Sócrates para o portugueses, nome político de "guerra", esse mesmo, o ex-secretário geral do Partido Socialista, o primeiro líder político que deu uma maioria absoluta ao PS, voltou assim, embora com azia e desastradamente, à fama em 2014 pelos piores motivos.
Preso preventivamente à ordem do processo judicial que investiga a sua súbita e mal explicada riqueza, com muitas suspeitas de proveniência ilícita de corrupção, José Sócrates vai terminar o ano de 2014 envolto na enorme paixão que desperta e sempre despertou tanto entre os inúmeros que o odeiam como os muitos que o idolatram, e são mesmo muito poucos aqueles que o ignoram.
Apesar de se encontrar a contas com a Justiça portuguesa, José Sócrates, não podia, justamente ...diga-se, ame-se ou não a sua pessoa e a figura que representa, pelo destaque que (re)conquistou no espaço público em Portugal, deixar de merecer o primeiríssimo lugar nesta particular escolha.
(José Sócrates levado pelos inspetores da PJ a caminho da prisão preventiva que cumpre atualmente no Estabelecimento Prisional de Évora)