Segundo dados oficiais, nos primeiros 31 dias da época oficial de fogos de 2014, com início em Maio, já se verificaram mais 44,6% de fogos do que em igual período do ano passado.
Tudo apontar para mais este ano e mais uma vez, agora com o alto patrocínio do atual Governo de Passos Coelho, o triste espetáculo, entre muitos outros deste pobre país, o incremento dos incêndios em Portugal.
No ano de 2013 ardeu o total de 140 mil e 944 hectares.
No ano de 2012 arderam 110 mil hectares da mata nacional e os seus prejuízos económicos decorrentes estimam-se em quase 100 milhões de euros.
A União Europeia calculou que só no ano de 2010, o custo económico direto dos incêndios, pelos danos na floresta, e o indireto, no repovoamento florestal e na economia em geral, ascendeu a 200 milhões de Euros.
E há já 20 anos que se discute a aquisição de meios aéreos próprios e com carácter permanente ao serviço do Estado de uma frota de aviões.
Cada avião canadair custa 20 milhões de euros e cada helicóptero pesado 6.5 milhões; sendo o custo estimado para a aquisição dos meios aéreos necessários para combater os fogos, reclamados há já 20 anos por especialistas e bombeiros, de 6 canadairs e 10 helicópteros, naquela mesma quantia de 200 milhões de Euros.
Entre as empresas que alugam os meios aéreos ao Estado, acusam os bombeiros, contam-se personalidades e pessoas conhecidas de ex-ministros, dizem, como o conhecido Silva Peneda, ex-ministro e grande amigo de Cavaco Silva, e muitos outras personalidades da política, curiosamente, muitas delas ligadas direta e indiretamente ao BPN.
Só nos últimos 10 anos o Estado terá gasto com o aluguer das aeronaves mais de 350 milhões de Euros -, portanto mais do que o custo total da compra dos meios aéreos e da respetiva manutenção e pessoal -, em 2012 o seu custo total será de cerca 100 milhões de euros, qualquer coisa como 5 vezes mais do que em 2005, e continuamos sem os meios aéreos.
E continuam também sem se fazer à décadas as mini-hídricas, os aceiros e as proteções contra os fogos e os bombeiros, mesmo após serem inundados de milhões de euros, continuam sem a formação adequada.
Enquanto isso, da área de floresta de Portugal, a que corresponde a 3.2 milhões de hectares, nos últimos 10 anos, já terá ardido mais de metade, ou seja 1.8 milhões de hectares e nos últimos 25 anos terá ardido uma área total de cerca de 2.5 milhões hectares, contribuindo isto para a desertificação dos meios rurais, matando o interior de Portugal, e agravando o abandono da própria floresta e da agricultura.
Mas os incêndios florestais garantem aos políticos um enorme circo mediático, mostrando no Verão a “meio mundo” pela TV, em “prime time”, a miséria e o sofrimento alheios, criam novos pobres e subsidiados no litoral e nas grandes cidades de que os Governos e os Partidos Políticos tanto necessitam para terem os seus “rebanhos” a quem dão esmolas, enganam com falsas promessas e fazem o simulacro das eleições.
Desde há 25 anos que o país continua a arder e nenhum Governo, desde Cavaco Silva, a António Guterres, a Durão Barroso, José Sócrates e agora com Passos Coelho, se mostrou interessado em fazer cessar este permanente desastre de custos incomensuráveis.
Antes, continuam a grassar os incêndios em Portugal e só, concluímos, porque os sucessivos Governos o desejam, planeiam e atiçam e, em última análise, o que está provado à saciedade, como estamos fartos e cansados de ver, querem ver o país e aos portugueses destruídos em cinzas.