O Conselho da Diáspora, da autoria do Presidente da República, foi apenas mais um sinal do grave exemplo do autoritarismo do regime político português.
Este foi mais um exemplo de um órgão colegial, aliás semelhante a muitos outros órgãos políticos, como o Conselho de Estado, o Tribunal Constitucional, os Tribunais, o Ministério Público, os Órgãos ou Altas Autoridades, os Institutos, as Direções-Gerais, entre muitos outros, que não são eleitos ou sequer influenciados pelo voto popular.
Este Conselho da Diáspora chega até a ser escandaloso e antipatriótico, é um órgão composto por agentes e pessoas vindas de governos estrangeiros, muitos deles portugueses que há décadas não têm qualquer contacto com Portugal e os portugueses.
Mas, devemos também olhar para o que já não espanta e que ninguém pensa, vejam-se o próprio Governo e o seu Chefe, o 1.º Ministro, que também não são eleitos ou escolhidos direta ou nominalmente pelos portugueses.
Até mesmo os deputados são eleitos em lista fechada, por escolha e controle absoluto dos Partidos Políticos, acontecendo que, na maioria das vezes, um grande número dos deputados eleitos não chegam sequer a tomar posse dos seus cargos na Assembleia da República ou nas Assembleias Regionais.
E a eleição dos deputados das Assembleias é de tal maneira fraudulenta que a maioria dos eleitos, antes mesmo de figurarem nas listas partidárias, entregam previamente uma declaração de demissão aos seus partidos, fazendo estes, inúmeras vezes, o seu uso para afastarem os deputados eleitos pelo povo caso não obedeçam às ordens das direções dos seus partidos.
Já no caso do Presidente da República chega-se ao cúmulo antidemocrático e da impunidade criminal, quase própria de uma autocracia ou uma ditadura que, faça o que fizer o titular do cargo, cometa ele o crime que muito bem lhe dê na gana (mate, roube, viole, ofenda ou atinja pessoas ou o património de terceiros), ou até mesmo que fique gravemente doente, ou incapacitado, por exemplo com alzheimer, fique demente ou louco, que não existe qualquer meio legal ou constitucional para ser deposto, demitido ou afastado do cargo.
O PR pode até se marimbar para a própria Constituição que jura cumprir e fazer cumprir, e não existe qualquer meio ou de impeachment que o afaste das suas funções e do seu lugar. Ora, com este regime político autocrático e nepotista o povo português sabe certamente que tem de pagar os altos custos dos desmandos e da corrupção dos titulares dos cargos políticos, mas não tem à sua disposição qualquer meio de sancionar, punir ou destituir os políticos corruptos e abusadores.
E abundam atualmente inúmeros titulares de cargos políticos que estão ou estiveram envolvidos e estão condenados em casos de corrupção, abusos de poder, usos e apropriação indevidas e ilegais, até mesmo criminosas, de meios do Estado e ou utilização de cargos, funções ou meios públicos em proveito próprio e para o seu ilícito enriquecimento.
Sejam o Presidente da República, o 1.º Ministro, a Presidente da Assembleia da República, o Presidente do Governo Regional da Madeira, os deputados da Assembleia da República ou os das Assembleias Regionais, os Presidentes das Câmara Municipais e muitos outros, todos eles estão manchados da sujeira do nepotismo deste regime e, muitos deles, estão inclusiva e comprovadamente envolvidos em corrupção, abusos de funções, tráficos de influências, apropriação indevidas de meios e recursos públicos, e na utilização de funções públicas para ilegítima e ilicitamente enriquecerem.
Mas, porventura, ainda haverá um qualquer português em juízo perfeito, que não beneficie ou que não tenha as mãos manchadas deste regime corrupto, que não seja criminosamente protegido pelo este Estado-de-Mal-e-de-Crime, que racionalmente acredite que vivemos numa democracia nesta III República?
E voto popular e os atos eleitorIs eleições mais não são do que a mentira e a fraude pela qual o regime e os seus autores, desde o 25 de Abril de 1974, mantêm o obscurantismo político do povo. Está na altura do povo dar o fim à III República, pondo fim ao regime partidocrático, e exigir uma democracia real, participativa e cívica em Portugal