Ideias e poesias, por mim próprio.
A abstenção é a próxima revolução.
Os portugueses estão cansados com o sistema político português, com os seus partidos políticos, com os representantes eleitos e com o domínio de listas partidárias para a eleição dos deputados nacionais.
O atual sistema partidocrático tem demonstrado ser um sistema representativo em que a relação entre o deputado e o eleitor é inexistente, as preocupações reais das populações são delegadas para segundo plano e substituídas pelos interesses dos lóbis e das agendas particulares dos partidos políticos.
O sistema eleitoral português assente no método proporcional e de Hondt é uma total fraude política e eleitoral: não só despreza muitos dos votos, que de nada servem para a efetiva escolha e eleição dos candidatos, mas que já servem, tal como os votos nulos e em branco, para darem dinheiro do Orçamento de Estado aos partidos políticos, como, fundamentalmente, ignoram o sentido real do voto no candidato efetivamente escolhido pelo eleitor.
E as atuais listas partidárias submetidas ao sufrágio popular fazem dos deputados meros representantes dos partidos e não do povo.
Os portugueses exigem uma profunda mudança do sistema político e eleitoral de modo a conseguir-se uma participação política dos cidadãos e dos eleitores mais ativa e fiscalizadora, desde a base da população até acima ao poder e, fundamentalmente, desprendida dos partidos políticos tradicionais e dos seus interesses cristalizados.
Para tanto importa proceder à alteração do artigo 149º, n.º 1 da Constituição da República Portuguesa e a revogação da atual Lei Eleitoral para a Assembleia da República, Lei n.º 14/79, de 16 Maio, sendo em seu lugar criado e implementado um efetivo sistema de eleição dos deputados para o Parlamento, baseado na sua eleição individual, por método maioritário e por meio de círculos eleitorais uninominais e, fundamentalmente, a efetivação de formas reais e substanciais de democracia direta e participativa populares.
Os portugueses irão abster-se em massa nos próximos atos legislativos, levando os números do abstencionismo até 80 e mais por cento, irão faze-lo até que o atual regime partidarista perca totalmente a sua credibilidade e, assim, não tenha mais qualquer legitimidade popular.
É tempo de implantarmos uma verdadeira democracia em Portugal, em que os cidadãos e o povo sejam a prioridade, e assim pondo fim ao regime partidocrático!