Recosto-me no manso duma majestade,
No alto das suas ramadas e seus pináculos
E de agulhas espetadas se apontam direcções e sentidos
Revigoram-se perenes as suas folhas
Recebo em dias cálidos a sua sombra
Recebo em dias frios o seu abraço
Dá-me o seu corpo de castanho e de verde
Tem seiva e vida, tenho-a por amor.
Escrevo nela os contos ainda por ler
Leio as palmas de minhas mãos ainda por escrever.
Do seu macio chão nasceu para meu alimento
No entrelaçado das suas raízes alicerço os meus sonhos.
Os ramos do seu passado fizeram-se para minha lembrança
Foram neles tecidos os dias antes do meu destino
O meu presente ancora-me à sua presença
Em cada dia cada sol cada noite cada lua.
És árvore, és tu, és mulher.