O pagamento da dívida externa portuguesa tem ao alcance dos portugueses um meio simples e retributivo igual à responsabilidade dos seus autores e à sua verdadeira causa danosa. Autores estes, aliás, que são quem dela integralmente beneficiou e sem que alguma vez os portugueses tenham sido devidamente esclarecidos ou consultados tanto da sua criação, da sua pertinência social e económica ou dos fins para que servia. A exacta medida para isso, tal como eu proponho, é para além de justa e equitativa e é também equilibrada para todos, e consistiria na devida e directa responsabilização social e legal da má gestão, por um lado, e no ressarcimento público da delapidação dos recursos públicos, tudo, pelos seus exactos responsáveis e seus autores: ora portanto, basta que todo o património adquirido pelos políticos nos últimos 36 anos (após 25 de Abril de 74) seja confiscado e a seguir reverta para o Erário Público e com ele se pague a dívida externa. Calculo, no meu modesto ver, que ainda sobrará muito património para ajudar os portugueses mais carenciados. E Portugal e os portugueses, que foram totalmente alheios ao seu fomento e à sua criação, não tendo qualquer responsabilidade na sua existência, não precisariam de mais qualquer sacrifício na actual conjuntura. Portanto, a dívida é dos políticos e sejam eles e o seu património a pagá-la.