Vêm grossas e finas de surpresa e de sopesão,
De repente batem e anunciam o tempo novo
São donas do ar e trauteiam as suas pautas e a sua música
Enrolam o ar caindo pelo solo e arrastando abruptamente
Fogem e correm possuidoras e pelo vento
Enxovalham as folhas secas caídas, escorrendo sua presença
Puxam no vento as copas, lavando as naturezas
Assustam-se os transeuntes correm os pés apressados
O tráfego pára e atónitos os segundos espantam-se
Abrem-se logo fechados os apara águas
A sua constante batida presença é uma voz de comando
Descem telhados e telhas, inundam calhas e irrompem
Nos instantes conquistam o mundo e são imperatrizes
São chuvas, são águas, são vidas repetidas.
São as águas, são o tempo de Outono.