Ideias e poesias, por mim próprio.
Propostas como as de espiar, estropiar profissionalmente, ou punir com penas capitais os jornalistas, só consigo lembrar as semelhantes medidas que são praticadas em ditadura, ou em regimes totalitários. Mas é o que acabamos de ouvir a pessoas ilustres ligadas ao Ministério Público, logo ao Órgão de Soberania Tribunais. Tenho de concluir que começa a ficar extremamente perigoso viver em Portugal. Estas pessoas que propõem estas medidas persecutórias contra os jornalistas são pessoas que odeiam a liberdade de informação, odeiam a liberdade de expressão e para quem a democracia é um enorme incómodo. Ora, perante estes instintos persecutórios, fica quase um luxo perguntar-lhes pelo exercício da liberdade de expressão ou da informação. E nem sequer vale a pena perguntar pelo respeito mínimo pela democracia e pelas liberdades das pessoas, porque disso eu desde sempre estive convicto que nunca existiu plenamente em Portugal. Os métodos legítimos e democráticos para combater a violação ao segredo de justiça não se podem fazer punindo indiscriminada e brutalmente os jornalistas que se limitam a cumprir o seu ofício divulgando a informação. Uma tal violentação do jornalismo e da liberdade de informação é a volta aos métodos pidescos conhecidos no Estado Novo e na ditadura salazarista. Os jornalistas e o jornalismo livre e democrático são parte vital de uma legítima democracia, jamais podendo ser subvertidos ou esmagados. Afinal, perante este absurdo persecutório contra o jornalismo, parece já não haver a espantar, porque o 25 de Abril de 1974, uma vez mais, parece demonstrar a sua gigantesca farsa, e os anti-democratas de antes apenas mudaram de poiso. Na verdade, para se fazer uma democracia são indispensáveis verdadeiros democratas, ou seja, coisas desconhecidas em Portugal!