Abraço da vida, abraço da lua
Minguante, cheia e crescente
Branca e negra como cada nova noite
Presente ou ausente vem e vai nua
Em noites quentes em prados secos se apascenta
Em noites frias se faz espelho, a lua
Diletante se levanta e deita nua
Com seu corpo no dorso das águas deitadas
Com os braços bem abertos ceifados
Com os dedos para diante espetados
De mãos nuas e espalmadas em direcção
Chamo-a em sua luz, tomo-a confiante
Acompanha-me na sua ida e na sua vinda
É minha, momentânea e desavinda
Tem noite e tem presença, tem dia e não tem
Chamo-a em sua luz, abraço-a efémero.