Diz-se o Putinismo, relativo a Vladimir Putin, o ditador da Rússia, que consiste numa ideologia e ação político-militar de cariz autoritária, repressiva e violenta.
O Putinismo, internamente na Rússia, procura eliminar pela força as liberdades políticas e cívicas, o Estado de Direito e a democracia, prendendo ou assassinando toda a dissidência e oposição, e externamente, invade e agride militarmente os países vizinhos democráticos e liberais.
Os países fronteiros da Rússia, a Geórgia, a Moldova e agora a Ucrânia, as primeiras vítimas do expansionismo russo e putinista, vêm os seus territórios e recursos invadidos e destruídos, e os seus povos massacrados e trucidados, com dezenas de milhares de vítimas e em fuga.
O Putinismo é similar aos males do nazismo, fascismo e estalinismo do século XX, mas regurgitando a falecida URSS e o imperialismo russo.
Em Portugal vemos vários proeminentes putinistas e russófilos, os reformados militares no comentário televisivo da guerra na Ucrânia, mas também conselheiros governamentais e ministros.
Muitos deles são conhecidos por terem fornecido informações e dados confidenciais dos portugueses e de Portugal à China e à Rússia comunistas e totalitárias.
No PCP, como dantes, assistimos aos seus anacrónicos atores, nos seus velhos tiques e hábitos de obediência às “ordens de Moscovo”.
Neste novo violento e instável quadro político-mundial, em resultado da agressão russa à Ucrânia, recuperamos um velho e grave problema de Portugal.
Portugal de há muito não possui o exército, a marinha ou a aviação, com o número mínimo de meios humanos e materiais, capazes e adequados para a defesa aos perigos externos e militares que se aproximam.
Há muito desprezamos os nossos recursos naturais, território, ar e mar, seguindo a política do pós 25 de abril de 1974, de alienar de barato os recursos nacionais e os entregando a países e interesses estrangeiros.
O Orçamento Geral de Estado para 2022 prevê apenas 1,14% do PIB para despesas de Defesa, desrespeitando os compromissos e obrigações da NATO de aplicar 2% do seu PIB em investimentos da sua Defesa.
Perante a gravíssima agressão da Rússia à Europa democrática e livre, o atual Governo, opta pelo enfraquecimento das capacidades militares e defesa nacionais, expondo-nos ainda mais ao perigo duma possível agressão militar externa.
Já os países europeus reforçam os seus investimentos nas suas forças armadas, até mesmo a Suécia e a Finlândia, países neutrais, tratam de aderir à Nato, capacitando-se e responsabilizando.
Neste preocupante cenário europeu e mundial, tem de se questionar até quando Portugal continuará irresponsavelmente a expor-nos a perigos e fraquezas, pondo-se em causa ou entregando a países e forças externas, a soberania, a independência e a identidade nacionais?
(artigo do autor, publicado na edição de 30 de Abril de 2022 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)