Um dos maiores e mais danosos problemas do nosso tempo está na pandemia do mal.
A melhor e mais efetiva forma de a combater proactivamente é pela educação, na sensibilização dos jovens para a tolerância, compreensão e paz afetiva, social e humana, especialmente, pela inculcação de elevados valores e princípios éticos e morais.
Terá também de se apelar às raízes, valores e ensinamentos decorrentes da nossa formação civilizacional judaico-cristão, portanto com o contributo da religião.
O direito e a liberdade do culto e da prática religiosa estão consignados e protegidos legalmente, com destaque na Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 40º, e no Código Civil, no seu artigo 1886º.
Muito se discute atualmente nos tribunais de família e menores, no âmbito da regulação do exercício das responsabilidades parentais de pais divorciados, a necessidade, ou não, da educação religiosa dos filhos.
Mal, muitas vezes, toma-se esta matéria pela mente enviesada, preconceituosa e ignorante do pensamento dominante do ateísmo e do relativismo moral, tratando a religião como uma matéria exotérica, conservadora, ou de mera crendice, portanto a evitar e afastar a todo o custo do alcance das crianças e dos jovens.
E, também mal, na escola pública o seu ensino é envergonhadamente assumida como opcional a frequência da disciplina de educação moral e religiosa.
Isto não se deve confundir com o ensino da catequese, ou religião pelas Igrejas, que é uma matéria privada e confessional, do foro privado dos crentes.
A crença religiosa é uma opção ou escolha livre de consciência individual, competindo a cada um consigo mesmo, mas não podendo ser imposta, alvo de coerção ou extorsão.
Mas o que parece não ser percebido, é a de que o ensino e a educação da religião tratam do fornecimento de meios de informação, conhecimento e cultura, para a formação das crianças e os jovens como melhores seres humanos.
E uma sociedade humanizada, desenvolvida e produtiva, jamais poderá ser plenamente livre, democrática e pacífica, sem que os seus cidadãos instruendos tenham pleno acesso aos mais diversos e amplos meios de informação, instrução e cultura.
Assim, fazer da educação religiosa das crianças e jovens uma disputa e um antagonismo políticos, ideológicos e partidários, é manifestamente um ato criminoso de ignorância e desinformação social, cultural e humana.
(twitter: @passossergio)
(artigo do autor, publicado na edição de 1 de Julho de 2021 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)