Foi-nos agora imposta a nova obrigação de mais de 3.5 mil milhões de euros, um novo BES, para tapar o buraco deixado pela falida TAP.
Em plena pandemia do Covid 19, com a economia portuguesa arrasada, grassando a fome, a penúria e a doença, o Estado Português dá-se ao luxo de apascentar mais um elefante branco.
Com uma dívida externa de mais de 140% do PIB nacional, mendigando diariamente mais 8 milhões de euros emprestados por hora, a pagar após décadas de juros e com a soberania nacional, em nome da ideologia socialista e estatista, optou-se, uma vez mais, pela irracionalidade económica.
Contudo, pagam prémios milionários aos gestores da ruinosa TAP, figurantes da oligarquia partidocrática, incluída a mulher do Presidente da Câmara da capital.
Mas a TAP foi nacionalizada para distrair a malta com passeios, fornecer a granel bilhetes à classe política para abanarem o rabo à volta do planeta, branqueando-se a incompetência governamental e, todos engalanados, com a bandeira nacional.
Ora, uma empresa pública onde coexistem 15 sindicatos é …muita concorrência de direitos entre os seus trabalhadores.
O que realmente interessava nacionalizar, não custando um tostão aos contribuintes, era a marca TAP.
Os passivos e as dívidas acumulados deviam ser remetidos para a insolvência, apurando-se e, caso comprovadas, punindo-se, as responsabilidades civil e criminal da anterior ruinosa gestão brasileira.
O exemplo bem-sucedido seria o da privatização da sueca SAAB (empresa aeronáutica e automobilística) em 2011, e poupando-se um ror de dinheiro aos contribuintes.
Na altura, o Estado Sueco expropriou a marca a custo zero, passando a propriedade pública, cedendo depois os direitos de fabricação e comercialização no seu território e em regime fiscal favorável e, como contrapartida, recebendo as respetivas rendas financeiras.
E os capitais privados, maioritariamente chineses, tiveram de assumir totalmente os riscos e as responsabilidades laborais, financeiras e patrimoniais da falida SAAB!
Mas, não podemos esquecer que nos Partidos Políticos portugueses ensinam aos jovens aprendizes da governação que para se fazer a economia bastam dois operários, um a abrir e um outro a tapar o mesmo buraco, com uma dúzia de burocratas a gerir e fiscalizar aqueles.
Não admira que o Presidente Marcelo não se baste com uma “bazuca” financeira da União Europeia, reclamando já duas, pois, para estafar cá estão estes “ronaldos” da coisa pública.
O crime e a asneira compensam em Portugal, o povo assiste basbaque e bate palmas.
(twitter: @passossergio)
(artigo do autor, publicado na edição de 28 de Fevereiro de 2021 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)