Ideias e poesias, por mim próprio.
O Presidente do Conselho, Dr. António Costa
Morreu o Regime Semi-Presidencial Português, viva o Regime do Presidente do Conselho de Ministros.
Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto Presidente da República, consagra uma rotura definitiva na 3a República Portuguesa, consagrando uma profunda alteração no tipo de Regime político-Constitucional e, finalmente, terminando com a separação de poderes.
Ora, em resultado do esvaziamento das funções do Presidente da República em favor do Primeiro-Ministro, simultaneamente Secretário-Geral do Partido Socialista e líder da extrema-esquerda portuguesa, o regime português de feição semi-presidencial passa agora ao domínio absoluto do Presidencialismo do Primeiro-Ministro.
O poder absoluto do Presidente do Governo e Chefe da Neo União Nacional (conhecido na gíria como Geringonça), tem como sinais recentes, mas muito relevantes e decisivas da morte da separação de poderes, com o fim da independência do Poder Judicial, as recentes profundas mudanças na Justiça portuguesa, todas com forte pendor e a favor dos acólitos da maioria partidária da Assembleia da República.
Até o maior Partido da Oposição, de nome ainda PSD (o D já só serve para aparência), passou a ser presidido por um homem-de-mão do Presidente do Conselho.
Ao fim de 44 anos voltamos a reconhecer em Portugal a antiga fórmula una do poder do Estado Novo, voltamos à arregimentação Nacional dos Presidente Corta-Fitas, Presidente do Conselho e Presidente da União Nacional.
E nunca como agora o Povo foi tão sereno.
A Procuradora-Geral da República deve passar a ser eleita por maioria qualificada pelo Parlamento, assim se dando voz ao Povo e libertando-se o Ministério Publico da serventia à oligarquia partidocrática.
twitter: @passossergio
A política nacional é a causa direta da pobreza e da miséria nacionais.
A matéria da pobreza sempre ocupou uma parte significativa dos ilusórios discursos políticos, mas a pobreza nunca foi um território que esses mesmos políticos tivessem habitado.
Antes pelo contrário, estes políticos são filhos de classes económica e socialmente altas, como viveram sempre em situação de abundância e privilégio materiais.
Os políticos nacionais, da esquerda à direita, aproveitam-se dos pobres para se elegerem, perpetuaram-se no poder e incrementarem as suas fortunas, para tanto levando à prática políticas de generalização da pobreza e, no final, disseminação da dependência dos pobres em relação ao Estado e aos seus Partidos Políticos.
O Estado Português, desde 1974, aplica e leva a efeito, intencional, dolosa e ativamente, políticas e práticas de criação, disseminação e aprofundamento da miséria e da pobreza sobre o povo português.
O Instituto de Segurança Social tem cada vez mais funcionários, cada vez melhor pagos e presenteados com luxos, bónus, acesso à saúde, férias, facilidade laborais e reformas.
O reforço do aparelho burocrático e administrativo da Segurança Social e empresarial do Estado, em geral, têm em vista o agravamento da pobreza e o aumento do número de pobres.
Entre outros meios para o efeito, contam-se a destruição deliberada dos recursos naturais, especialmente por meio dos gravosos incêndios florestais, o da eficiência da rapina fiscal, ou a destruição económica, produtiva e educativa levada a cabo a jusante pelos sindicados aliados.
Os pobres são já hoje em Portugal mais de 3,5 milhões, em progressivo e contínuo crescimento desde há mais de 40 anos, e nunca como agora foi tão difícil sair da pobreza.
Quem e quantos mais estão em baixo cada vez menos terão hipóteses de subir, quem e quantos menos estão no topo cada vez menos hipóteses terão de descer.
O crescimento e aprofundamento das desigualdades sociais e económicas a favor das atuais elites políticas e económicas, são medidas legislativas, fiscais e administrativas intencionais por banda do Estado Português.
Um estudo recente da OCDE conclui que Portugal é dos país do hemisfério do norte onde é mais difícil sair da pobreza ou, ao invés, deixar de ser rico, já as desigualdades e a forma como estas se reproduzem ao longo de gerações é mesmo um exclusivo mundial português.
Na década de 1990 cerca de 57,6% dos portugueses mais pobres continuavam na mesma quatro anos depois, número que subiu para 67,1% na primeira metade desta década, num dos valores mais elevados do mundo e o maior da Europa.
Em média, quando sobe, uma família portuguesa de rendimentos baixos demora cinco gerações a chegar a um rendimento médio.
Muitos filhos de pais com rendimentos baixos até conseguem ganhar mais que os progenitores, mas há uma grande tendência para os filhos terem o mesmo tipo de trabalhos dos pais: por exemplo, se os pais forem trabalhadores manuais ou gestores, os filhos tendem a fazer o mesmo, numa tendência mais forte que no resto da OCDE.
Portugal apresenta hoje ainda mais sinais de uma divisão cada vez mais profunda entre as classes média-baixa e média-alta, havendo mais hipóteses, para quem está na classe média, de cair do que de subir na escala de rendimentos.
O “caminho para uma sociedade socialista”, instituído pelo 25 de Abril de 1974 na Constituição da República, visa conduzir o povo à socialização da miséria e, por fim, instituir a sua servidão legal e económica ao atual poder político-partidário de Estado.
(twitter: @passossergio)
(artigo do autor publicado na edição de 1 de Setembro de 2018 do jornal mensário regional "Horizonte" de Avelar, Ansião, Leiria)