Tal como costumo fazer todos os anos, nomeio como "Personalidade do Ano" de 2015 Aylan Kurdi.
Para quem já não se lembra, foi a criança síria tragicamente falecida nas águas do mar mediterrâneo, às portas da Europa, no passado 5 de Setembro, quando, na companhia da sua família e em fuga às atrocidades da guerra civil síria, procurando fugir pelo mar para a Grécia, pereceu na costa da Turquia.
Na mesma ociasião, morreram, calcula-se, 12 outras pessoas, entre as quais a sua mãe e o seu irmão mais velho, tendo da sua família somente escapado com vida o seu pai.
A foto desta criança tombada nas áreas duma praia turca correu mundo e marcou o princípio do fim da brutal indiferença dos europeus até aí votada às largas centenas de milhar de refugiados e ao seu profundo e agonizante desespero batendo às portas da Europa e pedindo unicamente por socorro, assitência e humanidade.
O enorme sofrimento dos refugiados sírios, africanos e outros, na maioria em fuga à guerra e ao genocídio, deve sim merecer os nossos maiores e ativos cuidados, atenção e solidariedade.
Os refugiados são igualmente seres humanos que, no maior desespero e sofrimento, apenas procuram um abrigo para a sua sobrevivência.
Que aquela criança e o seu fim prematuro e infeliz, ao menos, a bem da nossa mínima réstia de consciência humana, nos façam despertar para as especiais responsabilidades humanitárias que temos para com os mais desvalidos e abandonados.
Para que a indiferença aos refugiados do mundo inteiro não se torne ainda no nosso maior crime!
(Por respeito a Aylan Kurdi, utilizamos uma recriação artística da sua última trágica foto)
Temos sempre de perguntar: até onde, quanto e quando vão continuar a saquear Portugal?
Primeiro foi o saque às reservas de ouro do Banco de Portugal: em 25 de Abril de 1974 somavam 865 toneladas, das quais em 2007, e após os 8 anos do consulado despesista e ruínoso do socialista Vítor Constâncio, sobram hoje pouco mais de 380 toneladas.
Só por exemplo, por acaso alguma autoridade judicial portuguesa sabe, ou se atreveu a responder aos portugueses, onde foram parar as 17 toneladas de ouro do Banco de Portugal que ANIBAL CAVACO SILVA mandou para o Banco DREXEL BURNHAM LAMBERT em Nova YORK / EUA, em 1990, e que foi a falência uma semana depois do ouro ter chegado à América?
Depois foi o rápido endividamento público de Portugal que em 1974, a custos de hoje, não ultrapassava os 10 mil milhões de euros e equivalendo a cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) de então, isto é, da riqueza gerada no ano do 25 de Abril.
Ora, em meros 40 anos, os cleptomaníacos democratas que assaltaram o poder em Portugal cavaram uma dívida pública que ascende hoje a 229 mil milhões de euros, ou seja, 128,7% do PIB nacional.
A seguir a seita de "colarinho branco" nacional, sempre ávida de dinheiro e sem olhar a meios para o gastar à tripa forra, tomou o gosto pelos Bancos.
Primeiro foi o BPN, de onde foram sacados impunemente, até hoje e sem culpas determinadas dos seus públicos e conhecidos autores, 5.2 mil milhões euros aos contribuintes portugueses, naquela que foi a maior e mais escandalosa associação criminosa político-partidária, e com ligações às mais altas instâncias do Estado, que Portugal assistiu na seus mais 900 anos de História.
Depois foi o BPP, um pequeno Banco privado, em que os seus depositantes ficaram a "arder" em 450 milhões de euros no final de 2008. Para que conste, os três principais administradores do Banco Privado Português - João Rendeiro, Paulo Guichard e Fezas Vital -, receberam 6,4 milhões de euros em 2008, ano em que a instituição faliu, só João Rendeiro, antigo presidente do conselho de administração, arrecadou 2,8 milhões.
A CMVM apurou que no último ano de vida do BPP a sua administração fez dissipar "só" 100 milhões em vários offshores, factos estes ilícitos que não tiveram mais consequências judiciais até os dias de hoje. A seguir veio o BES, que somou até hoje em prejuízos a suportar pelos contribuintes 4.9 mil milhões de euros para financiar em seu lugar um já quase falido Novo Banco, aos quais em breve se devem somar mais 856 milhões para os contribuintes pagarem o reembolso do último ardiloso esquema do "papel comercial" montado por Ricardo Salgado.
Por sua vez, a Caixa Geral de Depósitos, o dito Banco de todos nós, mas que tem servido especialmente para engordar tantos e tantos políticos do CDS, PS e PSD, e que suportou tudo o que foram prejuízos e desfalques públicos e políticos nacionais, consumiu nos últimos 15 anos aos contribuintes nacionais em sucessivas, mas mal contadas, injeções de capital, via Orçamento Geral de Estado, a módica maquia de 6.650 mil milhões de euros.
Mas, ainda os contribuintes portugueses não tinham engolido completamente tantos e gordos elefantes, ficamos hoje a saber da suculenta cereja milionário no Banif, a coutada privada repartida dos PSD-Madeira e PS-Açores, orçada em 4 (quatro) mil milhões de euros.
E o mais certo é que o ror de saques polìtico-financeiros nacionais ainda não terminou, ou não avistássemos nós a maioria dos seus autores e cúmplices alcandorados nos principais partidos políticos que se sentam na Assembleia da República e no Governo de Portugal.
Parece mesmo não haverem limites para a indecência em Portugal!
PIB de Portugal: 173.446.200.000,00 € (fonte: Banco de Portugal).
Crescimento do PIB: 0.96% de 2000 até ao final de 2013, ou seja, o PIB regrediu 14 anos, recuando aos níveis do ano de 2000. Crescimento de 0,9% do PIB em 2014. (fonte: Banco de Portugal).
Dívida Pública: 212.121.000.000,00 €. Rácio dívida pública/PIB: 130,6%. Aumento diário da dívida pública (em Setembro de 2015): 17.033.419 € dia. A 25 de Abril de 1974 a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto, correspondendo a preços de então a 304 milhões de euros e a preços de hoje seriam 10 mil milhões de euros. Evolução da dívida líquida: Dezembro de 2010 : 158.736 mil milhões de €; Dezembro de 2011: 170.904; Dezembro de 2012: 187.900; Dezembro de 2013: 196.304; Dezembro de 2014: 208.128. (fonte: Banco de Portugal) Setembro de 2015: 212.121. (fonte: Banco de Portugal)
Juros da Dívida Pública em 2015: 3,6% do PIB com a despesa com juros e outros encargos da administração central, para os 7.209.000 € milhões de euros em 2015 € (fonte: Orçamento Geral de Estado).
Reservas de Ouro do Banco de Portugal: 382.509,58 kg em 31 de Dezembro de 2014, sendo que em 25 de Abril de 1974 eram 865.936 kg de ouro. Ou seja, em 36 anos foram alienadas 483.426,42 kg de ouro das reservas do BdP, o que dá uma média de gasto anual de 13.428,5 kg (fonte: Banco de Portugal).
Défice das Contas Públicas em 2014: O INE apurou um défice orçamental em 2014 de 7.822 milhões de euros, o equivalente a 4,5% do PIB estimado pelo INE no final de Fevereiro. (fonte: INE).
Encargos do Estado com as Parcerias Público Privadas em 2014: No ano de 2014, os encargos líquidos acumulados do sector público com as PPP rodoviárias ascenderam a 1069 milhões de euros, registando um incremento de 555 milhões de euros face ao ano 2013. Estes cálculos constam do relatório anual sobre PPP elaborado pela Unidade Técnica de Acompanhamento de Projectos (UTAP) (Fonte: UTAP).
População residente em 1 de Janeiro de 2014: 10.427.301 pessoas, das quais 4.958.020 eram homens e 5.469.281 eram mulheres, traduzindo uma taxa de crescimento efetivo, em 2013, de -0,57%. (fonte: Instituto Nacional de Estatística).
População ativa (dos 15 aos 64 anos) em 2014: 5.225.600 pessoas (em 2012 era 5.414.300 (fonte: Instituto Nacional de Estatística).
Funcionários Públicos em Novembro de 2015: 649.294 funcionários nas administrações central, local e regional, um aumento de 0,3% em comparação com o ano anterior. (fonte: Direção-Geral da Administração e do Emprego Público).
Desempregados em Março de 2015: 13,6%* (770.000) segundo o INE. Segundo dados da CGTP-IN, sobem a 19,1%, incluindo os 280 mil inativos que o INE exclui sistematicamente das estatísticas. No total serão 993.300 mil desempregados em Portugal, tendo aumentado a percentagem de precários e desempregados na força de trabalho. (Fonte: Confederação Geral dos Trabalhadores de Portugal-Intersindical).
Um terço dos jovens encontra-se atualmente desempregados, situando-se a sua taxa em 34,8%, contra 16,6% na média da União Europeia (Fonte OCDE).
Número oficial de emigrantes: O país da União Europeia com o maior número de emigrantes: 2.355.000 milhões (INE). 360 mil portugueses emigraram nos últimos cinco anos. O total de portugueses e luso-descendentes até à terceira geração soma cerca de 31,2 milhões de pessoas no mundo, se não fosse a emigração, Portugal teria neste momento mais de 40 milhões de habitantes. O número de emigrantes portugueses passou, aqui, a rondar os 2,3 milhões, um número que correspondente a mais de 20% dos portugueses a viver e trabalhar fora do seu país de origem. (fonte: Observatório da Emigração).
Pobres em 2015: 1.961.122 portugueses (INE)
População em risco de pobreza permanente em 2015: 25,9% (2,6 milhões portugueses) (fonte: Eurostat).
No final de 2014 25,7% (2.8 milhões) dos habitantes vivem com menos de 414,00 € por mês, ou sejam são os considerados oficialmente (!) como pobres (fonte: INE).
Em 2015, 40,5% da população portuguesa, ou seja 4.25 milhões dos portugueses vivem em privação material, (dificuldade, por exemplo, em pagar as rendas sem atraso, manter a casa aquecida ou fazer uma refeição de carne ou de peixe pelo menos de dois em dois dias). (fonte: INE).
Em 2015, 14,5% da população portuguesa, 1.6 milhões dos portugueses vivem em casas sobrelotadas. (fonte: INE).
Taxa de risco de pobreza para menores de 18 anos em 2015: 25,6% (414 mil crianças) (fonte: UNICEF e INE, dados de 2014).5: 120 mil (mais 35 mil do que em 2013) (fonte: Banco Alimentar Contra A Fome-BACF). 21,8% das crianças viviam em agregados familiares com rendimentos per capita inferiores a 416,00 € mensais (INE)
População com carências alimentares diárias em 2015: 26% (2 milhões e 750 mil portugueses), passavam fome permanente durante a semana, e 14% (1,5 milhões de portugueses) e, pelo menos, um dia por semana, não conseguem obter uma refeição completa (fonte: BACF).
População com fome permanente diária em 2015: 375 mil portugueses assistidos diariamente pelo Banco Alimentar Contra A Fome (fonte: BACF).
População em privação material severa em 2015: 41% (4.3 milhões) dos portugueses vivem com dificuldade, por exemplo, em pagar as rendas em atraso, manter a casa aquecida, ou fazer uma refeição de carne ou de peixe de dois em dois dias (fonte: INE).
Portugueses sem médico de família em 2015: 1,4 milhões de portugueses (fonte: Ministério da Saúde).
Toxicodependentes em tratamento em 2015: 47.770 (fonte: Ministério da Saúde).
Portadores de HIV e SIDA em 2015: Cerca de 42.000 pessoas infetadas em Portugal (cerca de 0,4% da população Portuguesa) (fonte: UNAIDS).
Abortos praticados em 2013: 16589. 11,2% em mulheres com menos de 20 anos, 23,6% em mulheres desempregadas. A maioria das mulheres procedeu à intervenção pela primeira vez: 71,1% nunca tinham realizado anteriormente uma interrupção, 21,9 % tinham realizado uma, 5,1 % tinham realizado duas e 1,9% já tinham realizado três ou mais no decorrer da sua idade fértil. (fonte: Direção-Geral de Saúde).
Beneficiários do Rendimento Social de Inserção em 2015: há agora mais 5.235 mil pessoas a receber RSI do que em 2014, num total de 211.590.portugueses (fonte: Ministério da Segurança Social).
Indivíduos sem-abrigo em 2015: 4.420 (fonte: Instituto da Segurança Social).
Idosos vivendo na solidão em 2015: 23.000 (fonte: Censo da Guarda Nacional Republicana).
População prisional em 2015: 14.272. O número de detidos aumentou 20,6% entre 2010 e 2014. (fonte: Ministério da Justiça).
Criminalidade no final de 2014: 343.768 participações de crimes. Crimes mais participados: 27.749 furtos em veículos motorizado, 100 homicídios, violações 374, 25.048 agressões, 31.998 crimes condução com álcool, 22.197 furto em residência, 24.255 agressões, 22.259 violência conjugal, 2.393 situações de delinquência juvenil. Roubos na via pública (exceto esticão): 7.092. Roubos por esticão: 5.609 (fonte: Ministério da Administração Interna).
Taxa de cobertura de saneamento e esgotos em Portugal em 2014: 79%, ou seja, 700 mil portugueses sem esgotos e água ao domicílio (fonte: ERSAR: Entidade Reguladora de Serviços de Águas Residuais).
Orçamento da Assembleia da República para 2015: 127.145.558,66 € (fonte: Assembleia da República Portuguesa).
Orçamento da Presidência da República para 2015: 14.780.000,00 € (mais 165 mil € do que 2014) (fonte: Presidência da República Portuguesa).
Subvenções do Estado Português aos Partidos Políticos em 2015: 29.337.762,58 €.€ (fonte: Assembleia da República Portuguesa).
Pensões especiais (chamadas popularmente de “douradas”) pagas aos políticos e ex-políticos em 2014: 9,1 milhões € (fonte: Caixa Geral de Aposentações).
Vencimentos mensais de titulares de cargos públicos em 2015: Presidente da República 7.630,33 € (exceto despesas de representação); Primeiro-Ministro 6.439,3 euros (incluindo despesas de representação); Presidente da Assembleia da república 6.104,26 € (exceto despesas de representação); Ministro 5.702,00 (exceto despesas de representação); Deputado 3.815,16; Presidente de Câmara com mais de 40.000 eleitores 3.189,48€; Vereador de Câmara com mais de 40.000 eleitores 2.551,58 (exceto despesas de r.); Presidente de Junta de Freguesia com mais de 20.000 eleitores 1.907,58 € (exceto despesas de r.)., etc.
Índice de Corrupção de Portugal em 2014: 31º lugar em 176 países no mundo (ex-áqueo Botswana, Chipre e Porto Rico), 4º lugar na Europa (fonte: “Transparency International”)
Analfabetismo em 2015: 5,2% (3,5% masculino, 6,8% feminino (taxa mais alta da Europa) (fonte: INE).
Etc., etc.
O terrorismo mundial é hoje unanimemente de inspiração islâmica, obrigando-nos a entender as suas matriz, génese e atuação.
A inspiração deste terror extremo não é nova, é bem antiga, sendo justificada pelos seus autores desde há 1.383 anos no Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.
O alicerce ideológico específico dos novos radicais islâmicos para legitimarem a fundação do Daesh, o Estado Islâmico ou Novo Califado, é exatamente o mesmo tipo de ódio irracional que serviu à expansão (632-732 d.C.) do império islâmico-árabe, tal qual como serve agora de meio de santificação da guerra, subjugação, escravização, ou matança, exercidas violentamente contra os não-muçulmanos que a eles se oponham, considerados “idólatras”, “ateus”, infiéis”, ou “incrédulos”, independentemente das suas particulares e diferentes convicções religiosas, éticas ou espirituais.
Os jhiadistas autores dos massacres de Paris terão atuado sob o efeito da droga muito em voga no médio oriente e largamente utilizada pelos combatentes do Estado Islâmico denominada de “Captagon”.
Ora, em Outubro deste ano as autoridades libanesas prenderam 5 sauditas no aeroporto de Beirute com 40 sacos de comprimidos daquela droga num jato privado, e entre eles estava o príncipe herdeiro saudita Abdel Abdulaziz.
Mas isto também não é uma novidade, no califado islâmico do início do século XI, a seita os "haschichiyun", ou grandes consumidores de haxixe, fundada por Hassan ibn Sabbah em plena disputa sucessória no califado Fatímida, tinham sede numa fortaleza de Alamut, Irão, vivendo disfarçados no meio de multidões e noutros locais até receberem ordem para matar, destacavam-se por serem os guerreiros especiais do exército e guardiões oficiais da fé islâmica.
Foram os "haschichiyun" a darem origem à palavra "assassinos", tal era o seu elevado grau de prática de violência física e psicológica, exercidas com ou sem armas, por meio violações, torturas, execuções, mutilações, etc., e praticadas contra todo o tipo de pessoas por eles visados, fossem crianças, mulheres, idosos, frágeis ou indefesos.
Afinal, o moderno terrorismo islâmico, como podemos constatar no presente, não é coisa nova e, apesar de ser agido por meio de novas formas e aparências, mais não é do que a revisitação do MAL.
(artigo do autor publicado na edição de 1 Dezembro de 2015 do mensário regional "Horizonte", de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)