Os aumentos de preços que nos estão a ser apresentados para 2015 - por exemplo o da electricidade, gás e transportes -, num momento em que assistimos flagrantemente ao movimento real económico inverso ao do aumento de preços, ou seja o da deflação, este processo só pode ficar a dever-se 3 fundamentais razões: 1 - pela fabricação de papel moeda pelos bancos centrais e seus sócios (a banca comercial), para suportar o aumento da despesa pública, com o consequente, por um lado o aumento da riqueza dos banqueiros e especuladores monetários e, por outro lado, o progressivo empobrecimento, da classe média e das classes mais desfavorecidas; 2 - pelo aumento de impostos, com o aumento da cleptocracia estatal e corrupção política e partidárias; e 3 - aumento artificial dos preços com o acordo ou "fechar dos olhos" dos supervisores e também por parte do Estado.
Eis, afinal, mais uma razão para os keynesianos, em particular, e os esquerdistas, em geral, aprenderem a economia real e verem como estão muito enganados nos seu apoios a políticas estatais e o de aumento de despesa pública!
Abram os olhos e não sejam estúpidos, porque aumento de preços é roubo das nossas economias e dos nosso trabalho!
PIB de Portugal: 173.407.800.000,00 € (fonte: Banco de Portugal).
Crescimento do PIB: 1,06% de 2000 a 2013 (+6,47% de 2000 a 2010, -5,41% de 2011 a 2013) (fonte: Banco de Portugal).
Dívida Pública: 207.396.000.000,00 €. Rácio dívida pública/PIB: 119,6% (fonte: Banco de Portugal). Aumento da Dívida Pública nos últimos 12 meses: 9.175.000.000,00 €; Aumento diário da dívida pública: 25.136.990,00 € dia. A 25 de Abril de 1974 a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto, correspondendo a preços de então a 304 milhões de euros e a preços de hoje 10 mil milhões de euros.
Juros da Dívida Pública em 2013: 6.924.000.000,00 € (fonte: Banco de Portugal).
Reservas de Ouro do Banco de Portugal: 382.509,58 kg. em 31 de Dezembro de 2010, sendo que em 25 de Abril de 1974 eram 865.936 kg de ouro. Ou seja, em 36 anos foram alienadas 483.426,42 kg de ouro das reservas do BdP, o que dá uma média de gasto de 13.428,5 kg por ano.
Défice das Contas Públicas em 2013: 4,9% do PIB, ou seja 8.121.700.00 €.
Encargos do Estado com as Parcerias Público Privadas em 2013: 1.645 milhões de euros.
População residente: 10.542.398 em 2011, 10.427.301 em 2013 (fonte: Instituto Nacional de Estatística).
População ativa (dos 15 aos 64 anos): 6.882.018 pessoas (fonte: Instituto Nacional de Estatística).
Funcionários Públicos: 552.959 (fonte: Direção-Geral da Administração e do Emprego Público).
Desempregados: 13,1%* (729.000) segundo o INE, mas 22,9%* (1.260.000) segundo a Confederação Geral dos Trabalhadores de Portugal - Intersindical)
Número oficial de emigrantes: 1.999.560 (INE). 31,2 milhões de portugueses expatriados pelo mundo até à 3ª geração (estimativa segundo várias fontes).
Pobres: 1.961.122 portugueses (INE)
População em risco de pobreza permanente: 25,6% (2,6 milhões portugueses) (fonte: Eurostat).
25,4% (2.7 milhões) dos habitantes vivem com menos de 414,00 € por mês, ou sejam são os considerados oficialmente (!) como pobres (fonte: INE).
41% (4.3 milhões) dos portugueses vivem em privação material, (dificuldade, por exemplo, em pagar as rendas sem atraso, manter a casa aquecida ou fazer uma refeição de carne ou de peixe pelo menos de dois em dois dias). (fonte: INE).
14,5% (1.6 milhões) dos portugueses vivem em casas sobrelotadas. (fonte: INE).
Taxa de risco de pobreza para menores de 18 anos: 24,4% (412 mil crianças) (fonte: UNICEF, dados de 2012).
Crianças com fome diária permanente: 120 mil (mais 35 mil do que em 2012) (fonte: Banco Alimentar Contra A Fome-BACF). 21,8% das crianças viviam em agregados familiares com rendimentos per capita inferiores a 416,00 € mensais (INE)
População com carências alimentares diárias: 26% (2 milhões e 750 mil portugueses), passavam fome permanente durante a semana, e 14% (1,5 milhões de portugueses) e, pelo menos, um dia por semana, não conseguem obter uma refeição completa (fonte: BACF).
População com fome permanente diária: 375 mil portugueses assistidos diariamente pelo Banco Alimentar Contra A Fome (fonte: BACF).
População em privação material severa: 41% (4.3 milhões) dos portugueses vivem com dificuldade, por exemplo, em pagar as rendas em atraso, manter a casa aquecida, ou fazer uma refeição de carne ou de peixe de dois em dois dias (fonte: INE).
Portugueses sem médico de família: 1,4 milhões de portugueses (fonte: Ministério da Saúde).
Toxicodependentes em tratamento: 47.770 (fonte: Ministério da Saúde).
Portadores de HIV e SIDA: Cerca de 42.000 pessoas infetadas em Portugal (cerca de 0,4% da população Portuguesa) (fonte: UNAIDS).
Abortos praticados em 2013: 17.414 - 11,2% em mulheres com menos de 20 anos, 23,6% em mulheres desempregadas (fonte: Direção-Geral de Saúde).
Beneficiários do Rendimento Social de Inserção: 360.372 portugueses (fonte: Ministério da Segurança Social).
Indivíduos sem-abrigo: 4.420 (fonte: Instituto da Segurança Social).
Idosos vivendo na solidão: 23.000 (fonte: Censo da Guarda Nacional Republicana).
População prisional: 14.148 (fonte: Ministério da Justiça).
Criminalidade em 2013: 368.452 crimes. Crimes mais participados: 29.654 furtos em veículos motorizado, 25.048 agressões, 24.607 condução com álcool, 22.197 furto em residência, 22.908 violência conjugal. Crimes violentos: 20.144 (roubos, extorsão sequestro, violação, homicídio, rapto e outros) (fonte: Ministério da Administração Interna).
Taxa de cobertura de saneamento e esgotos em Portugal: 79%, ou seja, 700 mil portugueses sem esgotos e água ao domicílio (fonte: ERSAR: Entidade Reguladora de Serviços de Águas Residuais).
Orçamento da Assembleia da República para 2014: 130.639.872,25 € (fonte: Assembleia da República Portuguesa).
Orçamento da Presidência da República para 2014: 14.683.500,00 € (fonte: Presidência da República Portuguesa).
Subvenções do Estado Português aos Partidos Políticos em 2014: 38.359.647,35 € (ano sem qualquer ato eleitoral) (fonte: Assembleia da República Portuguesa).
Pensões especiais (chamadas popularmente de “douradas”) pagas aos políticos e ex-políticos em 2014: 9,1 milhões € (fonte: Caixa Geral de Aposentações).
Índice de Corrupção: 33º lugar em 176 países no mundo (ex-áqueo Botswana, Chipre e Porto Rico), 17º lugar na União Europeia (fonte: “Transparency International”)
Analfabetismo: 5,2% (taxa mais alta da Europa) (fonte: INE).
Etc., etc.
O recente caso da legionella em Vila Franca de Xira é um sério alerta do maior desastre que ainda nos espera.
Portugal é hoje, sabemo-lo, um potencial viveiro de surtos, endemias e pandemias de contágios e doenças em resultado de inúmeros meios e formas de contaminação ambiental, envenenamento e destruição do meio ambiente, da natureza, e, em particular, a agressão à saúde humana.
No curto prazo, em resultado da progressiva e generalizada degradação ambiental a que temos vindo a assistir impavidamente nos últimos 30 anos, se rapidamente não se tratar de debelar ou, pelo menos, limitar, os graves focos de poluição e tantos outros danos e agressões ambientais e de destruição da natureza, iremos, certamente, enfrentar novos e alargados desastres sanitários e ecológicos.
Basta atentar para as inúmeras, danosas e indiscriminadas fontes poluentes que proliferam à nossa volta, com a libertação de gases e emanações, descarga de efluentes para a água e o depósito de resíduos para os solos, tudo se fazendo sem controlo, cuidados ou limites, para notar o grave problema em que estamos já mergulhados.
E este crescente desastre ambiental, com o envenenamento do ar, dos solos e dos meios aquáticos, qual bomba atómica antinatural, tem contado decisivamente com a cumplicidade laxista por parte do Estado.
A irresponsabilidade pública, do Estado Central, nomeadamente do Ministério do Ambiente, sem esquecer a das Autarquias, tragicamente, substituiu-se às nossas obrigações europeias e internacionais de debelar os focos poluentes, conformando as atividades humanas e industriais às melhores técnicas industriais e ambientais, em ordem à preservação e proteção do meio ambiente e natural e, em última análise, da saúde pública.
A incúria estatal na matéria dos cuidados ambientais, ou combate à poluição, é mais uma trágica forma de agressão do poder público aos cidadãos, tal qual como uma qualquer outra forma de corrupção ou abuso de poder.
Assistimos igualmente a uma errática política governamental, em que o seu mais recente exemplo de demagogia foi o famigerado pacote de “impostos verdes”!
Mas os portugueses não podem mais continuar a permitir este estado de coisas, porque, e em derradeira análise, estamos participar na destruição futura da saúde das pessoas, do meio ambiente, da flora, do meio animal e dos recursos naturais.
O futuro está hoje em jogo, a sobrevivência planetária exige a nossa imediata e responsável ação de preservação e cuidado ambiental.
(artigo do autor publicado na edição de 1 de Dezembro de 2014 do mensário regional Horizonte, de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)