Quando um político português reclama obras públicas está-se mesmo a ver o que lhe vai na alma: a choruda comissão que vai receber do empreiteiro amigo a quem vai ser adjudicada a feitura daquelas obras por meio de um fraudulento concurso que de público só o foi de nome, realizadas durante de uma complexa e demorada empreitada com um orçamento flutuante e de duração incerta e que, no final, vai apresentar inúmeras derrapagens financeiras, muitos defeitos e com onerosos encargos perpétuos para os contribuintes.
A conclusão é evidente nos conhecidos processos judiciais dos tráficos de influência, de "luvas", pagamentos de vultuosas comissões aos sujeitos envolvidos e pagas pelo Estado Português pelos contratos públicos ruinosos para o Erário Público e resulta que, dos seus julgamentos e das figuras e personagens da política acusadas, dos seus partidos políticos e da alta finança e da Banca envolvida, das próprias teses corroboradas pelas testemunhas abonatórias, nestass onde se contam ex-presidentes da república, ministros e deputados, autarcas e seus demais comparsas: a corrupção é algo corriqueiro, habitual e aceite por todas estas sinistras personagens, sendo comummente por eles praticado e estando institucionalizado em todas as esferas, níveis e setores do Estado.
Toda esta engrenagem da corrupção e o seu sistema institucionalizado está de tal maneira arreigado no sistema político que os agentes políticos nomeados ou eleitos para altos lugares públicos ou da administração pública têm como consagrado que a corrupção é um modo de vida habitual e que serve para o seu enriquecimento fácil e rápido.
Em contrapartida, a Justiça nada faz e encontra-se impotente perante este flagelo, e noutros casos também inoperante por razões, conivências e subserviências várias aos Partidos Políticos e aos seus demais agentes.
A solução para por fim a isto nunca passará pela via pacífica ou legal, porque o sistema político-constitucional está viciado e absolutamente corrompido.
O Povo, esse, a grande vítima de todo este cancro, que paga este enorme custo com fome e miséria, está igualmente corrompido, cheio de vícios, e tendo sido habituado durante longo tempo à destruição moral, à preguiça e devassidão, tornado assim cúmplice ou relapso com esta grande engrenagem de corrupção, não tem qualquer capacidade ou autodeterminação para se livrar desta enorme doença.
Resta, como nos demais casos históricos conhecidos de outras revoluções, a opção pela luta de um pequeno grupo de homens e mulheres corajosos que se prestem o seu sacrifício em ordem a servir um melhor futuro para Portugal.
Até esse dia resta um enorme suplício aos portugueses e a progressiva destruição de Portugal e o seu empobrecimento geral.
Os idosos no ordenamento jurídico português, tragicamente, não são tratados e cuidados adequadamente e com o devido relevo como pessoas de Família.
Os idosos à luz da Lei portuguesa, são legalmente tratados como objeto primordial e preferencial de despejo e abandono em lares de idosos e, na pior das suas hipóteses, em caso da sua manifesta e miserável incapacidade financeira, como sendo merecedores de uma esmola de pensão de alimentos por parte dos seus filhos ou descendentes.
Quer à luz das leis processuais civis, ou do Código Civil, ou na demais legislação, os direitos dos idosos, o seu respeito e a sua consideração e, naturalmente, as obrigações e os deveres de deferência, respeito, cuidados e tratamento por parte dos seus filhos, descendentes ou familiares, da sociedade em geral e até mesmo por parte dos seus herdeiros, o que encontramos é um escandaloso e vergonhoso vazio legal.
Mas que raio de país é este e de que gente desumana é formado, quando trata assim os seus idosos, portanto os seus pais, avós e demais parentes mais velhos, desta maneira indigna, cruel e com tamanha indiferença, ficando eles entregues à mais absoluta arbitrariedade e sem a proteção legal garantística suficiente, portanto deixados ao legal abandono e irrelevância por parte da sociedade, da Lei, dos Tribunais e do Estado?
Vergonha!
Desde o 25 de Abril de 1974 que Portugal vive um regime partidocrático.
Desde à 3.000 anos da Grécia Antiga que sabemos que a Democracia é um sistema de participação cívica em que todos os indivíduos têm o direito, em condições de igualdade e sem qualquer distinção, poderem eleger e ser eleitos.
Em Portugal, o sistema de ditadura partidária imposto pela Constituição Política marxista, imposta pela força das armas dos militares comunistas em 1974 e 1975, tem refém a Assembleia da República.
Os cidadãos comuns estão excluídos do Parlamento e dos restantes Órgãos de Soberania e, desde a Presidência da República à mais pequena Câmara Municipal, funciona a lógica do quintal privado dos Partidos Políticos.
Os Partidos Políticos escolhem quem se pode candidatar e quem pode ser eleito, a disciplina partidária obriga os eleitos a cumprirem com as diretrizes dos partidos, agindo mesmo contra a vontade e o voto dos seus eleitores.
O Estado Português e o Erário Público são uma coutada particular dos Partidos Políticos, os portugueses são meros escravos pagadores de impostos e não são vistos nem achados na distribuição riqueza nacional.
Ao povo português sobra a miséria e a fome!
A recente fantochada promovida pelo Governo na conferência realizada em Lisboa à porta fechada, acerca da pretensa reforma ou refundação do Estado, demonstra bem o sistema mafioso, corrupto e antidemocrático dos principais agentes políticos e económicos nacionais a funcionar em circuito fechado.
Desde 1974 que o zé-povinho só existe para pagar as contas da corrupção, das mordomias e da agiotagem política e financeira, sejam as dívidas do Estado, das Autarquias, das Empresas Públicas, do BPN, do BANIF, etc…, mas não para se pronunciar sobre os assuntos que lhe dizem respeito, e nem sequer tem direito a ser informado pela comunicação social do que aquelas “luminárias” lá se entretêm a mancomunar uns com os outros!
A partidocracia é a causa da destruição de Portugal e até que não haja uma democracia eleitoral e cívica de pessoas jamais haverão felicidade e progresso para os portugueses.
(artigo do autor publicado na edição de 1 de Fevereiro de 2013 do mensário regional Horizonte, de Avelar, Ansião, Leiria - http://www.jhorizonte.com)