38 anos depois do 25 de Abril de 1974 temos de volta práticas e atuações policiais que só lembramos recentemente como próprias do fascismo e do regime do Estado Novo.
Segundo avança hoje o jornal "Público", uma unidade secreta da PSP tentou junto da RTP obter as imagens não editadas sobre a controversa e violenta manifestação junto à Assembleia da República.
O que vemos e sabemos deste assunto é, a ser verdade e tudo o que aponta nesse sentido, de uma enorme gravidade e de um enorme perigo para a liberdade e a pouca democracia que restam aos portugueses.
Chegamos a um ponto absurdo de agora o Estado Português, a mando do Governo de Passos Coelho, atuar por meio de unidades secretas e à margem da lei, sem enquadramento e competências legais prévias, sem qualquer autorização ou controle judicial, para agir contra cidadãos e os perseguir discricionária a arbitrariamente.
Este Governo e o Estado Português chegaram a um ponto tal que, tome-se em atenção o presente caso, fazem tábua rasa do princípio da legalidade, conferindo capacidades persecutórias a agentes e polícias secretas internas, tendo em vista intrometerem-se na vida e reserva privada e em ordem a perseguirem pessoas, sem sequer respeitarem princípios básicos das pessoas como são os da sua presunção de inocência ou da reserva de intimidade e o direito à (proteção) da imagem.
Uma tal polícia secreta assim age, portanto, não só sem possuir as competências legais próprias para agir contra ou para a restrição de direitos, liberdades e garantias, portanto, fazendo-o no mais completo desrespeito pelas regras Constitucionais e Legais de um processo judicial justo e com garantia de defesa, como chega ao absurdo de entender poder violar o princípio constitucional da separação dos poderes, isto através desta gravíssima intromissão nas competências do próprio poder judicial.
Pelos vistos, este Governo chegou à iniquidade de não só se arrogar de poderes excessivos, arbitrários e ilegais, capacitando-se individualmente de atropelar a lei e a liberdade de impressa, ao tentar obter imagens sob reserva de segredo jornalístico, e fazendo-o em ordem a perseguir cidadãos sem prévia autorização judicial, portanto violando direitos, liberdades e garantias estabelecidos na Constituição da República Portuguesa em favor dos cidadãos, como se arroga de poderes anormais de passar por cima de Leis da República, tais como o Código de Processo Penal, as Leis Penais, e veja-se a sua prepotência e arbitrariedade, de até mesmo de se apropriar das competências próprias dos Tribunais.
Isto não é próprio de um Estado-de-Direito e de uma Democracia, só podendo entender-se como sinais de um regime e de um Estado policiais e ditatoriais.
Dúvidas não existem mais, que os perigosos tempos do fascismo e da polícia política estarem de volta a Portugal.
Esta Partidocracia reinante na Assembleia da República, do qual este Governo é o seu máximo expoente, com personagens pardas, pardacentas e perigosas, que são inimigos das liberdades das pessoas e abominam o povo português, tudo farão para mergulhar o Portugal num imenso lodaçal.
Há que denunciá-los e sem nenhum medo fazer-lhes frente.
Os portugueses devem denunciá-los e oporem-se a este perigo eminente antes que a noite obscura da ditadura tome conte de Portugal!
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa em 1990, aprovado pela Resolução da Assembleia da República n.º 26/91 e ratificado pelo Decreto do Presidente da República n.º 43/91, ambos de 23 de Agosto e depois o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pela Resolução da Assembleia da República n.º 35/2008 e ratificado pelo Decreto do Presidente da República n.º 52/2008, ambos de 29 de Julho, este que determinou uma nova forma de entrada em vigor do Acordo Ortográfico com o depósito do terceiro instrumento de ratificação, assim, e nos termos do Aviso n.º 255/2010, de 13 de Setembro, publicado no Diário da República, 1.ª série, de 17 de Setembro de 2010, o Acordo Ortográfico já se encontra em vigor na ordem jurídica interna desde 13 de Maio de 2009.
Portanto, mal ou bem, concorde-se ou não, a nova grafia encontra-se em vigor e é obrigatória, devendo imperativamente ser respeitada pelo valor e força de lei que possui.
Se para o atual Governo a Constituição da República é letra morta e permitem-se fazer tudo em nome de medidas políticas que os portugueses não entendem, não aceitam e tantos sacrifícios trazem aos portugueses em geral, incluindo derrogar o Estado Social e as garantias sociais previstas na mesma Constituição, este mesmo Povo Português só tem de dizer e responder massivamente que o poder representativo e delegado nas instituições caducou e passamos a um novo processo de revolução.
Esta revolução não tem de ser nem violenta, nem conturbada e nem sequer é contra o próprio Povo, bastando-se que se diga, o que o povo afirma, que os mandatos anteriormente conferidos aos atuais represantentes políticos, governamentais e estaduais terminaram, ou seja caducaram por falta de toda e qualquer legitimidade e que, Soberanamente, o Povo chama a si de novo a legitimidade constituinte e exige, como é seu direito original e soberano, reformular o sistema constitucional e político e, portanto, quer e tem em vista um novo Regime Político e uma sua Nova Constituição Democrática.
O Novo Regime do Arrendamento Urbano (Lei n.º 31/2012, de 31/08) que deu entrada em vigor no passado dia 12 do corrente mês é, verdadeiramente, de pasmar, tal é a quantidade e a gravidade das asneiras em que se encontra mergulhado.
Quer, por um lado, por estar cheio de normas que técnica e juridicamente não se entendem, nem sequer se percebem, não só quanto ao mais simples e mais direto do que querem ou não significar muitas das suas palavras, portanto quanto à semântica e sua respetiva significação.
Não se percebe mesmo, após lido e estudado, o que é que o legislador quis dizer com o que escreveu e (pretendeu...) regulou(ar), também não se percebe o sentido e o alcance de muitas das suas normas, como muitas das suas normas vêm levantar mais e enormes dúvidas, do que, afinal, esta legislação vinha pretensamente tratar.
Os cidadãos, senhorios e inquilinos, quando começarem a tomar nota e conhecimento das dúvidas que este novo regime do arrendamento vem levantar, ainda hão-de acabar por dizer que já não entendem mais os seus respetivos direitos e obrigações
Por outro lado, o regime contém também várias normas contraditórias, obsoletas e, até mesmo outras absurdas, como ainda algumas outras são verdadeiros abortos jurídicos.
Pior ainda e no que diz respeito propriamente à fase do despejo, a execução deste deixa o inquilino à mercê de um executor (Agente de Execução ou Notário) sem nenhum controlo judicial, ou seja, estes sujeitos ficam em verdadeira “roda livre” e, os inquilinos, ao invés ficam sózinhos e sem quaisquer garantias de proteção judicial e legal, constituíndo isto e o que é verdadeiramente inconstitucional, portanto ficando esta fase crucial da relação de inquilinato sob uma total falta de controlo judicial.
A legislação, em causa, é, portanto, lacunosa, incoerente, labiríntica, errónea e até mesmo, muito perigosa para o património, bem assim como contra os direitos de personalidade das pessoas, nomeadamente e pior para os arrendatários e inquilinos e, muito fundamentalmente, deixando-os desprotegidos e à mercê da sorte ou acaso, e relativizando-se os seus direito humanos e fundamentais do descanso, da privacidade e da reserva de intimidade, entre outros, como é e decorre do direito à habitação das pessoas, à pura discricionariedade de terceiros e ao acaso.
Se antes o inquilino era um "rei e senhor", o que até a mim sempre me causou escândalo, ele agora fica entregue aos (poucos ou nenhuns...) "cuidados" do senhorio e dos seus instintos, e isto tudo sem qualquer tutela judicial!
É de abismar, parece até que isto foi feito para um "ajuste de contas"!
...Portugal e os portugueses estão, aqui e em cada vez um maior número de casos, como bem (muito mal…) conhecemos por uma afamada e vulgar expressão: “entregues à bicharada”.
Realmente, este é o caso para se confirmar que estes políticos e estes governantes são inimigos dos portugueses, da paz e da ordem em Portugal.
Qualquer jurista, lida e percebida esta legislação tem de "ficar com os cabelos em pé"!
Eu estou, e olhem que o meu cabelo já me vai excasseando.
Tenham medo, muito medo, porque isto tudo vai terminar muito mal, caso os destinos de Portugal continuem entregues a esta gente!
Nestes dias tem acontecido estarem muitos centros de saúde e urgências hospitalares, pelo país fora, especialmente no litoral, junto a Lisboa e Porto, em Braga e Coimbra, encontrarem-se às moscas e sem o que fazerem.
Em contrapartida os hospitais privados encontram-se a abarrotar e pejados de gente, sem mãos a medir.
O paradoxo, diz-se, tem-se justificado no facto das respetivas taxas no público serem agora mais caras do que no privado.
Vá-se lá a saber que Governo é este e como anda a ser gerido o Estado.
Mas, o verdadeiro intuito é outro segundo dizem os especialistas e muitos dos profissionais do setor público, falando à "boca pequena" por terem medo de represálias: o intuito do Ministério da Saúde é empurrar as pessoas para os privados geridos pelos grandes grupos empresariais, cujos hospitais e centros curiosamente funcionam mesmo do outro lado da rua e que estão neste momento a praticarem serviços mais baratos, tudo, consertadamente com o Governo e em ordem a atrairem a qualquer custo o maior número possível de utentes.
E acrescentam, tudo isto é feito com o intuito de fundamentalmente desmantelar o setor público da saúde, para que depois deste findo, a justificar na falta de ocupação e sem razoabilidade económica para continuarem abertos e suportados pelo Estado, portanto sendo fechados, quando os grandes grupos privados tiverem conquistado o mercado nacional, a seguir estes mesmos privados irem aumentar exponencialmente os custos e ganharem "rios de dinheiro".
Prtanto, preparem-se os portugueses: a saúde vai ficar mesmo muito cara e só chegará aos bolsos de alguns poucos e abastados.
A "raia miúda" a juntar à fome, pode ir acrescentando a doença, com que muito vai ter de se "ocupar".
Assim vai Portugal, continuamente gerido para encher os bolsos a uns quantos poucos e à custa de muitos milhões de esquecidos portugueses.
No debate de ontem do "Prós e Contras" os comentadores de serviço, no tema dedicado ao Ensino Superior, concordavam entre eles que a sucesso e o futuro de Portugal passam por valorizar a massa cinzenta e, portanto, investir nos recursos e nos meios humanos do ensino superior para melhor e mais capacitadamente formarem a juventude e os novos "cérebros" de Portugal.
Para ainda melhor concordarem entre si, os ilustres docentes e intelectuais que ali estavam, apelaram às "forças vivas" dos meios universitários para entre eles conseguirem chegar a um consenso para atingirem a melhor solução em ordem aqueles objectivos.
Nada mais errado, digo eu!
Mais uma vez, estes "velhos do Restelo" encerrados na suas "torres de marfim", em vez de incentivarem o debate aberto à sociedade em geral, ou tratarem de incentivar, estimular e premiar o mérito e a inovação entre eles, apelam, como sempre, aos mesmos sujeitos e aos costumes de sempre, aos velhos hábitos, pensamentos e soluções caducas e fechadas no passado.
É este, na verdade, o erro usual e crasso das elites portuguesas: não permitem nem pensam para além deles mesmos e fecham a sociedade portuguesa nos seus anacrónicos e fechados meios e pensamentos colectivos.
São as velhas fórmulas do esquerdismo e do marxismo que contaminam e enfermam todo a sociedade portuguesa e que a destoem tão gravemente, como tem sucedido desde o 25 de Abril de 1974.
Aliás, o que não surpreende, as Universidades portuguesas estão pejadas de intelectuais e docentes de esquerda, comunistas e marxistas, em resultados dos inúmeros saneamentos e expulsões dos democratas ou de indivíduos ligados à direita no período revolucionário que se seguiu ao "25 de Abril".
As Universidades de Portugal e o Ensino Superior de Portugal, é desde há muito um viveiro de pensamento retrógrado e ultrapassado, ligado que está a fórmulas de pensamento que há mais de 20 anos conheceram a sua inutilidade com a queda do Muro de Berlim, como o comunismo e o maoísmo.
Mas, tal como na política e nos partidos políticos em geral, desde o PCP ao CDS/PP, o esquerdismo e marxismo continuam a ditar a lei e a ordem nacional.
Portugal assim, jamais, conseguirá qualquer solução promissora, sem que a liberdade, a concorrência e o mérito não se imponham como leis determinantes para a sua evolução em ordem a um futuro melhor.
E isto só será alcançado por meio da democracia.
O bom exemplo de Silves, com a população a aderir solidaria e desinteressadamente, com enorme êxito, na tarefa levada a cabo da limpeza e da recuperação da sua cidade e do seu concelho dos enormes estragos causados pelo furacão, mostrou a elevada qualidade dos portugueses e da sua ação quando são motivados para cuidar do que é seu, olhar fraternamente pelos seus conterrâneos e tratar de melhorar o seu meio e o seu país.
Onde a Proteção Civil na prevenção ao desastre falhou escandalosamente, o povo anónimo disse "Presente" e desmonstrou com brio e assinalável sucesso os trabalhos de recuperação de Silves.
Não deixa de ser paradoxal, mas o que revela o enorme falhanço do Governo e o Estado Central de Lisboa, num momento destes, dito de emergência nacional e que Portugal atravessa, mergulhados que estão os portugueses nas imensas dificuldades, este mesmo Governo nacional não seja capaz de mobilizar assim o país, as suas forças sociais, económicas e o seu povo para recuperar Portugal..
Antes pelo contrário, o povo cada vez mais mostra e demonstra publicamente a sua aversão, até mesmo ódio, aos agentes, às políticas, ao Governo e ao Estado em geral.
Não só os portugueses não se vêm hoje representados condignamente por quem quer que seja da e na política, como o que desejam é antes que estes poderes incompetentes, irrelevantes e ilegítimos sejam substituídos por outros e novos poderes e representação democráticos.
É caso provado e comprovado, dúvidas mais não existem, que Passos Coelho, Cavaco Silva e os partidos políticos com assento na Assembleia da República, falharam total e absolutamente.
Os portugueses mostram todos os dias serem uns heróis, já ao contrário, o Governo, os políticos e os Governantes são apenas os seus inimigos, são escolhos, prejuízos e inutilidades.
Estes políticos e governantes são apenas lixo da história de Portugal!
Rui Rio, o atual Presidente da Câmara do Porto, veio nestes dias afirmar conhecer procedimentos de conspiração gravíssimos que atentaram contra o interesse nacional, no que respeita aos milhões que confiamos à Segurança Social.
Tal é a gravidade do que eles tramaram, ainda segundo o mesmo, que ele se recusa a confessar os factos em causa, enquanto os envolvidos estiverem vivos!
Ora, isto é duma gravidade tremenda e é de nos colocar assustados.
É o dinheiro das poupanças de todos nós e a nossa velhice que está em causa e isto não pode, nem se imaginar, passar como se nada fosse, muito menos incólume e sem consequências!
Face a estas palavras, estando em causa os interesses do Estado Português e dos contribuintes portugueses, eventuais crimes de peculato, abuso e ou de gestão danosa, ou outros delitos e ilícitos, por parte de decisores políticos ou funcionários públicos, o Ministério Público, por dever legal e estatutário, devia e deve imediatamente abrir um processo de inquérito em ordem averiguar, esclarecer e responsabilizar, sob o ponto de vista legal, penal e civil, a verdade e o fundamento de tais palavras e os seus possíveis autores.
Havendo de seguida duas hipóteses: ou acusa os visados relativamente aos factos indiciados por aquelas palavras de Rui Rio, levando-os a Tribunal de modo a serem julgados, condenados e sancionados, ou, sendo falsas aquelas suspeitas levantadas, em nome do bom nome do Estado, e acusa Rui Rio de difamação!
Não podemos é admitir que uma "atoarda" destas possa passar sem consequências, sob pena de, mais uma vez, percebermos que vale tudo neste país e que os criminosos, quaisquer que eles sejam, passam impunes.
Ou, afinal, para o que é que serve mesmo o Ministério Público, e o que é que andam a fazer os Senhores Procuradores da República?
A manifestação violenta do passado dia 14 de Novembro em frente à Assembleia da República, definitivamente, não foi nada que me surpreendesse.
Há já mais de 2 anos previ o que está a acontecer e vaticino ainda que vem aí muito mais violência, ao ponto de, muito provavelmente e a breve trecho, não só a III República estar a caminho do seu fim, como a forma do atual regime político, mas pior a democracia e a liberdade, poderem vir a conhecer em breve o seu termo e, em seu lugar, virem a emergir outras formas de regime e sistema políticos musculados e até mesmo, eventualmente, não-democráticos.
A maioria dos portugueses, nos quais eu me incluo, são pacíficos e não toleram nem aprovam qualquer tipo de violência, como não aceitam sequer que os agentes da autoridade, como foi no caso a polícia de choque da PSP, sejam agredidos de qualquer forma.
Os portugueses não só não aceitam a violência e, como amantes que são da liberdade e da paz, entendem que há-de ser sempre e por meio do diálogo, da democracia e pela Justiça, que todos os problemas, incluindo os nacionais, devem ser resolvidos.
Mas, o que é facto é que Portugal está mergulhado numa profunda e grave crise económica causada que foi por décadas de gestão política e governamental danosa e ruinosa por parte e autoria de sucessivos Governos, entre os quais se contou o do atual Presidente da República Cavaco Silva.
Entre os responsáveis da atual situação de miséria e penúria nacional, contam-se, entre outros, José Sócrates, de quem abundam evidências e provas de, ele, a sua família e muitos seus camaradas e amigos, terem enriquecido ilicitamente, por meio do tráfico de influências, à custa e por conta das obras públicas do Estado.
De tal maneira, igualmente e bem assim, muitos outros sujeitos, Ministros e demais políticos e Governantes, escandalosamente, ora contratavam e negociavam em nome do Estado Português, ora no outro momento estavam do lado das empresas que beneficiaram dos contratos lesivos para o mesmo Estado e, afinal de contas, agravando os prejuízos dos contribuintes portugueses e que nos levaram à atual desastrosa situação.
E perante esta situação em que fomos postos pela plutocracia, a partidocracia e a cleptocracia reinantes dos mais dos 30 anos passados, o que constatamos é que a Justiça, a Lei e as polícias, aparentemente, parecem proteger apenas o estado de impunidade dos conhecidos criminosos e corruptos, pelo que temos de, diante a nossa consciência, por em causa os conceitos assentes da justiça e da verdade e, finalmente, passarmos a encarar de forma assimétrica, mas com isenção, a realidade, para podermos por fim chegar à verdade.
Ainda esta semana ficamos a saber que os mais de 1.200 (!) membros do Governo de Passos Coelho receberam no Verão de 2012, ao contrário de toda o funcionalismo público, o subsídio de férias relativo ao serviço de 2011.
Ficamos hoje também a saber que o PSD recusou cortar para metade o subsídio do Estado de mais de 50 milhões de Euros para a campanha eleitoral partidária das próximas eleições autárquicas.
Em contrapartida, sabemos que centenas de milhares de crianças, adultos e idosos passam já hoje fome crónica em Portugal, que são já mais de 1 milhão e 200 mil os desempregados, a miséria cresce generalizadamente, a ruína económica grassa em Portugal e o futuro coletivo cada vez fica mais escuro e sem esperança.
A política económica levada a cabo pelo atual Governo, sob estrita obediência da conhecida Troika, comandada pelo FMI e pela União Europeia (vulgo Alemanha), é conduzida em ordem a que os portugueses paguem com usura e o seu sangue os empréstimos públicos contraídos que mais não serviram do que para financiar obras públicas ruinosas de caríssimas autoestradas e demais obras e vias rodoviárias sem qualquer utilidade, que os portugueses não utilizam nem conseguem suportar, e sabendo-se hoje, abundantemente, que essas obras serviram essencialmente para custear a corrupção e o enriquecimento de conhecidos políticos, empresários da construção civil e seus demais apaniguados.
Ora, segundo os três instrumentos da Carta Internacional dos Direitos Humanos, temos que:
Primeiro, e segundo “Pacto Internacional Sobre os Direitos Civis e Políticos”, no seu artigo 1.º: “Em nenhum caso pode um povo ser privado dos seus meios de subsistência”.
Depois, segundo o “Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais”, nos seus artigos 7.º e 10.º, respetivamente:“todas as pessoas têm o direito de gozar de condições de trabalho justas e favoráveis”, de “férias periódicas pagas, bem como remuneração nos dias de feriados públicos”, “medidas especiais de proteção e de assistência devem ser tomadas em benefício de todas as crianças e adolescentes, sem discriminação alguma derivada de razões de paternidade ou outras, e que as “crianças e os adolescentes devem ser protegidos contra a exploração econômica e social”.
E, finalmente, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos”, nos seus artigos 4.º, 23.º, 24.º e 25.º: "todas as pessoas têm direito ao trabalho, a condições razoáveis para o mesmo, a um salário digno, à proteção contra o desemprego, o direito ao repouso e ao lazer, a férias pagas, a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e têm direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência".
A própria Constituição da República Portuguesa reconhece no seu artigo 21.º o “Direito de Resistência”: “Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.”
Posto isto, afinal, na barricada e na luta a que assistimos em frente à Assembleia da República, a quem protegem efetivamente a polícia de choque e como temos de ver o lado dos jovens na manifestação?
E quando está mais do que confirmado que as forças partidárias e os indivíduos que compõem a Assembleia da República formam um antro de corruptos e de corrupção, afinal, contra quem estão a combater aqueles jovens e como temos de caracterizar a sua luta?
E quando o Ministério Público não investiga, não acusa e não leva a tribunal conhecidos corruptos que enriqueceram ilicitamente, ou quando os tribunais não ordenam a prisão de conhecidos criminosos condenados por sentença, como devemos então reconhecer os fins e os objetivos daqueles jovens que lutam com pedras na mão?
E perante as políticas económicas, fiscais e sociais levadas a cabo pelo atual Governo e de todos os anteriores que o precederam de progressiva destruição dos tecidos sociais, produtivos e económicos de Portugal, não temos é de, ao invés, concluir que estas políticas estaduais são destrídoras e , portanto, criminosas?
E quando a corrupção, o banditismo de Estado, os tráficos de influências continuam a campear no Governo, no Estado e nas suas Instituições, as despesas pública continuam a aumentar sem justificação legítima, as mordomias e os favores do Estado continuam a beneficiar os mesmos de sempre, como teremos então de avaliar, em contraste, os motivos, os objetivos políticos e os fins perseguidos por aqueles jovens?
Temos sim de dizer, sem hesitar e com coragem, o combatente pela liberdade é todo aquele, independentemente dos meios utilizados, sejam pedras ou palavras, que se envolve pela libertação de um povo de um Governo tirânico.
A revolução do 25 de Abril de 1974 só foi conseguido pela pressão das armas dos revoltosos; o derrube da Monarquia e a implantação da República só foi conseguido pela luta popular e pela violência dos carbonários; a restauração da independência de Portugal em 1640 só foi conseguida através do golpe mortal e pela força dos 40 conjurados; e a manutenção da independência portuguesa em 1383-1385 só foi conseguida pela ação da luta armada conduzida por D. Nunes Álvares Pereira.
Nenhuma outra mudança história e radical foi conseguida pela mera ação do diálogo, nem sequer por força da razão e nem tão-pouco pela Justiça, teve de ser sempre pela ação de uns quantos corajosos lutadores dispostos a se sacrificarem e para tanto empregando a sua coragem e a sua força, nalguns casos mesmo a sua integridade física ou até mesmo a sua vida.
Posto assim, eu tenho, sem mais quaisquer dúvidas ou hesitações, segundo a minha exigente consciência e segundo os valores universais por mim aceites e consagrados nos vários instrumentos legais internacionais, de reconhecer aqueles jovens como corajosos e heróicos combatentes pela dignidade e pela liberdade dos portugueses e de Portugal.
E nenhuma condenação merecem!