Tenho anotado com atenção os inúmeros recados e as mensagens de natureza e conteúdo políticos que me têm feito chegar inúmeras pessoas, entre eles alguns amigos e outros não, antes pelo contrário, que partilham connosco o Facebook, como reacção aos meus inúmeros escritos contra a imoralidade e a corrupção que vai no Estado e na política portuguesa.
Alguns recados, os quais me são me enviados certamente com amizade e amistosamente, fazem-me lembrar e avisam-me que o actual poder político é perigoso e vingativo, contando com a colaboração de inúmeros acólitos pelos mais diversos organismos do Estado, e dizem-me que até mesmo nos tribunais, e que não irão esperar muito até me atingirem e prejudicarem-me pessoal e profissionalmente.
Ora, na verdade tenho escrito e denunciado aqui no Facebook, ao longo dos últimos meses, inúmeros actos de corrupção, os abusos dos políticos e dos governantes, os seus desvios de conduta e abusos de poder.
Algumas pessoas têm-me dito e avisado que será, muito possivelmente, pela forma de processos judiciais de crime, da mais diversa natureza e índole, contudo sem me especificarem qual ou quais os crimes que terei cometido.
A estes costumo responder que não encontro no Código Penal nenhuma figura penal ou crime de natureza política, que não existem, e que nem sequer o que eu digo ou escrevo se assemelham a qualquer crime contra a Segurança do Estado ou o Estado de Direito e que, porventura caso fossem delitos de opinião, não existem Crimes de Opinião, e jamais injuriei ou difamei quem quer que seja.
Outras pessoas, talvez mais realistas, avisam-me que não irá passar muito até que na minha vida pessoal e profissional me veja prejudicado, avisando-me de que os políticos e os partidos políticos contam com colaboradores que perseguem a todos que se atrevem a criticar e a denunciar a podridão, a corrupção e a iniquidade do actual sistema, e que esses criminosos se encontram espalhados pelo regime e toda a política nacional e incluindo o aparelho do Estado.
A estas pessoas, costumo responder, que estou ciente e aceito a sua observação, sei eu e sabemos todos que há efectivamente muitas pessoas mancomunadas com os aparelhos dos partidos e conhecidas máfias criminosas de corrupção, aos mais variados níveis e sectores públicos e privados, dentro e fora do Estado que, para defenderem a corrupção e a criminalidade económica e financeira, estão hoje dispostas a tudo, inclusive a atacarem pessoas e a prejudicarem as suas vidas, as suas carreiras profissionais e a destruírem-nas, para deixar tudo na mesmas e que as suas actividades criminosas sigas impunemente.
Na verdade, eu sei e conheço muitos destes criminosos e corruptos, sei onde estão e sei o que fazem e sei também, muito bem, que estão dispostos a fazerem tudo para preservarem os seus lugares e as suas carreiras criminosas e para manterem os seus privilégios, os seus roubos e as suas fortunas ilegitimamente acumuladas, muitas conseguidas através do tráfico de droga, da corrupção com obras públicas e da lavagem de dinheiro de proveniência ilícita.
Mas isto já todos nós sabemos que existe e não é nenhuma novidade: sei eu e sabem todos os portugueses onde estão os criminosos de colarinho branco, os corruptos e os corruptores, os agiotas, os conhecidos ladrões do erário público e os traficantes de influências.
Sei também e sabe muita gente, e aqui também não há nenhuma surpresa, do que são capazes de fazer e que atacam efectivamente, o que fazem paulatina mas hediondamente, como já me atacaram e prejudicaram no passado várias vezes na minha vida pessoal e na minha carreira profissional.
Conheço-os a todos e tenho-os todos identificados ao longo dos últimos anos.
Ora, da política portuguesa sei e conheço de há muitos anos quando fui filiado na JSD e no PSD, nesses anos fui-me apercebendo que na política partidária portuguesa, em geral, os sujeitos que gravitavam à volta dos partidos e que a seguir transitaram para o aparelho de Estado, desde as Câmaras Municipais até ao Estado Central, passando pelas inúmeras instituições e lugares públicos, o faziam não por nobres nem desapegadas intenções, antes procuravam acima de tudo o enriquecimento pessoal e patrimonial rapidamente e a qualquer custo.
Entretanto eles continuaram na política, muitos deles estão hoje até em altos lugares do Estado, no funcionalismo público e em muitas empresas públicas, em vários Órgãos de Soberania e no próprio Governo.
Muitos deles tratei-os por tu, conheci-os nos seus vícios, na sua natureza, nos seus tiques e manias e sei do quanto mal são capazes de fazer, não têm qualquer ética, nem vergonha, nem princípios e nem moral.
Para eles o povo é burro de carga e mais não serve que para sustentar os seus vícios e o seu enriquecimento, o bem comum é um total disparate e o erário público e o património do Estado mais não são do que objectos de saque e roubo.
Eles continuaram na política e eu, cansado de remar contra a maré, em 1999, quando Durão Barroso, foi eleito Presidente do PSD eu disse "Basta", que não estava para aturar mais mentirosos e mais malandragem na política e pedi a minha desfiliação e, desde então, nada mais tive a haver com tal partido político.
Finalmente, há um último grupo de indivíduos aqui no Facebook que vêm aqui "entregarem-me recados", quer seus, quer dos seus chefes, e vêm-me fazer as mais variadas ameaças.
Estes criminosos, provenientes quer das várias forças políticas, da esquerda à direita, quer de alguns grupos ou forças corporativas, já me enviaram várias mensagens com ameaças físicas, quer veladas quer directas, tanto por email, como por mensagens no chat, quer por via de telemóvel, por meio de chamadas anónimas e não identificadas, dizendo-me que se não me calar e continuar a escrever e sobre os assuntos retratados por mim da política portuguesa que "em breve vou ter problemas" ou que, e já me foi dito telefonicamente, "tenho os dias contados".
Já antes, pasme-se, em Abril do ano passado, fui então contactado por um certo indivíduo, que me ofereceu muitos recursos financeiros e dinheiro como contrapartida para o fazer entrar num certo grupo existente no Facebook e passar-lhe o controlo para as suas mãos.
Sei e percebi muito bem donde vinha essa oferta, de que Partido Político vinha inclusivamente e a pessoa mais decisiva dessa mesma força política que, na sombra, orientava e determinava essa aproximação e essas propostas.
Nas duas ou três conversas que tive com esse sujeito, via skype, permitiram-me perceber ao que vinha, donde vinha e mandatado por quem.
Nem pensei duas vezes e recusei a traição às pessoas desse grupo, apesar mesmo de já estar em ruptura com eles e, mais tarde, até acabei de sair desse grupo por não os entender quantos aos seus pretensos ideais políticos.
Todos esses indivíduos acabaram por sair desse grupo e nunca mais soube deles.
Ora, tenho a ideia segura, quanto a algumas destas ameaças, seguramente quem são e donde vêm.
Não tenho medo dos autores e dos mandantes de ameaças, não me demovem, nem me afastam do imperativo da minha consciência, levo e levarei sempre a minha vida e as minhas actividades pautadas pelo escrúpulo, pela verdade e pelo amor às causas públicas, à democracia, à liberdade, à república e ao desenvolvimento harmonioso de Portugal e dos portugueses.
Sempre foi assim, o meu passado fala pela minha vida e por mim, desde muito jovem, nunca verguei à prepotência, à arbitrariedade e à tirania, lutei sempre contra a sua injustiça e contra os seus autores prepotentes e tiranos.
Viverei como tiver que viver e morrerei como houver de ser, não tenho qualquer medo desses cobardes.
A minha consciência é um imperativo e dela não abdicarei nunca, não será agora nem nunca que, quaisquer ameaças ou quaisquer que sejam os seus autores, me vergarão e me impedirão de prosseguir no credo recto da minha consciência.
"Tenho Deus por meu Senhor e nada me faltará".
"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
- José Saramago -