Abraço da vida, abraço da lua
Minguante, cheia e crescente
Branca e negra como cada nova noite
Presente ou ausente vem e vai nua
Em noites quentes em prados secos se apascenta
Em noites frias se faz espelho, a lua
Diletante se levanta e deita nua
Com seu corpo no dorso das águas deitadas
Com os braços bem abertos ceifados
Com os dedos para diante espetados
De mãos nuas e espalmadas em direcção
Chamo-a em sua luz, tomo-a confiante
Acompanha-me na sua ida e na sua vinda
É minha, momentânea e desavinda
Tem noite e tem presença, tem dia e não tem
Chamo-a em sua luz, abraço-a efémero.
Correm de tempos a tempos, e agora de novo, uma ideia, eventualmente até a ser consagrada na própria Lei máxima, da Constituição, a de que os juízes deveriam ser eleitos, tal como os demais cargos políticos electivos. Há quem se bata por essa ideia, e muitos outros que a atacam, chamando-a até perigosa e demagógica, por poder vir a tornar o cargo e a função do juíz num poder arbitrário, sujeito à demagogia e irresponsabilidades, quando eles juízes já e bem, segundo o que propugnam os puristas da sua "independência superior", já se encontra salvaguardado pela sua independência e estrita e exigente obediência e à lei. Que dizer? Primeiro não deixo de estranhar, em qualquer tipo de argumentação, a alergia a métodos democráticos, e o afastamento ou alheamento de inetresses, classes e ou grupos, quaisquer que eles seja, sejam profissionais, culturais e outros, aos métodos e meios democráticos. Afinal, a soberania do Povo tem limites? E em nome de quem, afinal de contas, é plicada e para quem serve a Justiça? Não é um seu pilar a igualde de todos os cidadãos perante a mesma? Ou por acaso há alguns mais iguais que outros? Serão os juízes algum casta diferente da dos demais cidadãos? Estarão eles acima da lei, da comunidade e até da própria democracia? Ora, eu sou do entendimento, que sim, não seria pior, antes e muito pelo contrário, em ordem a sufragar superiormente a sua aceitação popular e para uma sua melhor interiorização e aceitação sociais, que podiam e deviam ser votados e serem eleitos sim. Mas isso só será (e seria) possível numa democracia adulta, com uma superior educação cívica e num elevado grau de desenvolvimento cultural e político. Mas, em Portugal, como é sabido, o Estado e os poderes ocultos aos quais está entregue desde os finais do Século XIX, e até a própria ideia dominante instalada na comunidade em geral, no que mais fazem é fomentar a ignorância, a dependência e a subserviência, seja culturais, políticas, cívicas e até, nos dias que hoje correm, a económica e a da própria sobrevivência alimentar. Não é por acaso que o aparelho produtivo e a própria agricultura foram desmantelados pelos sucessivos Governos nos últimos 30 anos. Isso obedeceu a um plano ditado pelo exterior aos corruptos políticos portugueses. Portugal na verdade é actualmente um paraíso em excelência, no Hemisfério Norte, de laboratório de extermínio cultural e civilizacional de uma comunidade, uma língua, um povo e uma nacionalidade. O Clube de Bilderberg, a Comissão Trilateral, o Clube de Roma, os Iluminati, o G8, as Lojas Maçónicas e outras associações, como tais olham, para a destruição e a alienação da realidade portuguesa extasiados! Portugal na verdade jamais conseguiu até hoje desenvolver-se em ordem a uma Democracia. As próprias leis eleitorais portuguesas são, aliás, bem o reflexo da democracia de fantoches, em que aos cidadãos está somente reservado o dever de pagar tributo aos suseranos: sejam os impostos para sustento da classe política e dos governantes, sejam as taxas de justiça que financiam e pagam os seus respectivos magistrados.
De que vale ver se não se tem um olhar quem
As recordações havidas são futuro e ainda
O choro é um lugar incerto e sem
A vida é um permanente ir e devir
Já fui e sou, mas não esqueço e tudo flúi
Tive princípio e não escolhi
Terei fim e não me deram sequer o direito.
Oiço o coração permanecendo-me
Serei eu ele?
Serei eu o seu batimento?
Vim aqui parar e digo adeus,
Esqueci-me do bilhete e não há mais embarcação
O meu cais é um lugar de batidas no mar
A vida é uma ténue palavra em fim de serão.
Parece que o custo da viagem de quatro dias de Bento XVI ao Reino Unido está a provocar controvérsia no país, onde só 10% da população é católica. Segundo o mesmo estudo de opinião apenas 14% dos britânicos são favoráveis à visita do Papa Bento XVI ao Reino Unido.
Ora, o que uma maioria pensa ou não, não me preocupa muito, excepto claro está a sua ignorância e a o seu alheamento a Deus. Entender isto é tão fácil e tão lógico como perceber que são essas as reais e objectivas causas maiores da profunda crise que assola o mundo Ocidental, e que muito provavelmente o levará, e ao resto do planeta, a uma gravissíma e muito provável hecatombe civilizacional em prazo breve, e de dimensões catastríficas a vários níveis, o que até já estamos a assistir, se não se arrepiar urgentemente caminho. Estamos todos preocupados, mas muito poucos se rebelam contra este estado dominante de coisas, tudo parece imóvel e alienado, senão mesmo colaborante e acobardado, com o perigoso o percurso que levamos. E assim alegremente vamos certos e seguros para um abismo.
O problema actual em Portugal da dependência dos advogados em relação ao Estado e o não pagamento atempado do seu trabalho no Sistema público do Acesso ao Direito é, na perfeição, o que raras ditaduras alguma vez conseguiram fazer: asfixiar os indivíduos melhor capacitados para defender a liberdade e os direitos dos cidadãos. Parecido a isto, na História recente, só consigo encontrar na defunta União Soviética.
Portugal, terra de bandidos? O presidente que inventa falsas escutas, o governo que endivida o país e arruína a economia, os partidos e os políticos que fazem intriga com o orçamento de estado e com a nação, os ministros que traficam influências e atentam contra a lei, as empresas públicas que pagam salários multi-milionários a filhos, sobrinhos e afilhados de políticos, o erário e o património públicos abusados em beneficio de particulares, a justiça que não merece confiança do povo, os magistrados que fazem greve e política nos jornais, as testemunhas que mentem, advogados acusados de enriquecerem com os clientes mortos, de traficarem favores e sentenças, os polícias acusadas de parcialidade e de intriga e que ameaçam greves, a comunicação social que inventa notícias, os municípios empobrecidos e os autarcas ricos, os gestores que enriquecem falindo as empresas, funcionários públicos colocados por “cunhas” e favores, populações que falseiam declarações para receberem subsídios, caloteiros que não pagam e calotes que abundam, os campos abandonados e as empresas fechadas, padres que compram ferraris, igrejas ricas com fiéis mais pobres, o desporto e os clubes com dirigentes e árbitros escutados a comprarem e a venderem resultados, indivíduos e grupos que se associam ás escondidas e quem em público pedem favores para os amigos, leis que promovem uniões temporárias e homossexuais em prejuízo das famílias e dos filhos naturais, que incentivam o aborto e punem fiscalmente a natalidade, que incentivam o divórcio e a destruição das famílias, o estado e os seus funcionários que roubam os contribuintes, cidadãos que mentem uns aos outros e à comunidade, pessoas que criam boatos, que invejam e vivem para a maledicência e que maltratam os idosos, jovens que cabulam para obterem diplomas, estudantes que agridem professores e faltam sem justificação, adultos que promovem sem punição a preguiça, o álcool e as drogas, mulheres que se prostituem para subirem na vida, chefes de família que gastam o salário em vícios, crianças vivem na vadiagem e na delinquência, roubos e furtos cada vez mais, crimes e criminosos mais e mais violentos, violência social, familiar e conjugal e marginalidade em crescimento, que mais que mais… Que país é este? Onde pára a vergonha? Já não Basta?
"O Ministério da Defesa, do muito conhecido Augusto Santos Silva, mandou fazer obras na Madeira sem submeter as despesas ao visto do Tribunal de Contas, recorrendo a um decreto-lei publicado em 1958. Uma obra era de 1.4 milhões de euros e a outra de 959 mil euros. A de 1.4 milhões foi adjudicada a uma empresa representada por um militar na reserva e ex-chefe da Direcção-Geral das Infra-estruturas. Perante o facto o Tribunal de Contas diz que há violação de lei.” – Correio da Manhã de hoje. Ora, Ora... Já há 20 anos que eu digo que esta República nada tem de democrático e que os políticos e governantes são aprendizes de “ditadorzecos”. Também já lhes conhecíamos os tiques “salazarentos”, só faltava mesmo, para os conhecermos na perfeição, invocarem leis da ditadura de Salazar. Afinal, para que serviu o 25 de Abril, o regime que se seguiu até hoje e no qual esta gentinha faz o que lhe dá na real gana? Onde é que está o Estado-de-Direito Democrático neste país? É caso para dizer: melhor era que mandassem para o caixote do lixo a vigente Constituição da República!
Passos Coelho e Sócrates continuam a brincar aos orçamentos, sem a coragem de assumirem imediata e de modo perceptível, cada um deles, as suas próprias e futuras responsabilidades políticas dos seus actos e das suas palavras para com Portugal e com o futuro de todos nós. E continuam a fazê-lo mesmo e apesar de poderem vir a mergulhar Portugal num atoleiro sem fim e numa crise sem precedentes pela falta da aprovação de um Orçamento de Estado para 2011, passando-se depois, com muito nefastas consequências, o país a viver quase um ano sem Governo e com um Orçamento de Estado por duodécimos. Só posso concluir por duas coisas: a situação da sobrevivência futura dos portugueses é-lhes completamente indiferente e a sua actual irresponsabilidade, mesmo que aparente, mas já com custos enormes diários na dívida soberana de todos os portugueses, é no mínimo criminosa. Eu respondo-lhes e à sua tamanha desfaçatez: houvessem ao menos mil portugueses corajosos e dispostos a arriscar as suas vidas por Portugal, e iríamos de pronto a Lisboa com as nossas próprias mãos pôr fim a este regime de loucos que tem reféns os portugueses junto de um abismo!
Corre uma petição pública na Internet para submeter à aprovação da Assembleia da República uma nova forma e outros meios de nomeação dos magistrados. Propõem a dita petição, em tese geral, que os Magistrados passem a ser escolhidos pelo poder e os eleitos locais. Bem, esta proposta é verdadeiramente indescritível, mas sempre e ao menos naquilo que a pode definir, é uma proposta assassina para uma mínima e credível Justiça e para um seu razoável funcionamento. Direi só, sem perder muito tempo, assustado que fico com esta tão perigosa proposta para este Portugal e, pior ainda, contando com os seus políticos ainda mais perigosos, que a petição não resolve em nada o problema que pretendem resolver, antes agudizam-no. A passar-se a eleger os Magistrados, como pretendem os autores dessa tão ingénua e irrealista proposta, portanto caso tal viesse a acontecer, passar-se-ia entregar a um sistema e um conjunto de pessoas que já por si muito pouco têm de democrático, quanto mais em prol de um sistema mais justo e transparente da Justiça. Ora, o sistema da eleição dos magistrados é facto que funciona razoavelmente nos sistemas anglo-saxónicos, mas aí a democracia funciona com transparência e os eleitos locais, bem como o sistema eleitoral e o monopólio dos eleitos e representantes políticos, não são feudo absoluto dos Partidos políticos como é em Portugal. Nesses países, de tendencial e dita democracia liberal, a Soberania política é bem do Povo, e o seu direito a votar é aproximado ao do de ser eleito, o que manifestamente não acontece em Portugal. Na verdade o problema em Portugal, e até o da sua Justiça, é de uma evidente falta de democracia. E é por causa desta grave deficiência que o país em geral não funciona nada bem. Mas e antes de mais, e sim em ordem ao melhoramento das Instituições políticas, bem como das judiciais, deveria, sim, começar por se mudar a lei eleitoral e o sistema de eleição dos representantes políticos. Se a acaso tal primeiro acontecesse, de verdade e coerentemente, estariam asseguradas mais e melhores condições democráticas políticas e da própria justiça, para depois e quanto ao resto, Portugal no seu todo, mudar e para muito melhor.