O Presidente Cavaco Silva veio falar sobre a necessidade, segundo o seu ponto de vista, de rever a lei eleitoral autárquica e de modo a permitir uma maior cobertura informativa, nomeadamente, televisiva, sobre as eleições e os candidatos locais. Ao fim de tantos anos eu continuo-me a perguntar porque é que nunca foi permitido a criação das televisões privadas regionais e locais, que deviam ser o meio por excelência de melhor e mais próxima cobertura da vidas das regiões, das autarquias e dos municípios, da democracia e da vida local das pessoas e das comunidades. Não vejo também da parte dos partidos políticos, ou do Presidente, qualquer preocupação com a aproximação dos eleitores com os eleitos, com mais e melhor democracia participativa e directa, ou com a criação da igualdade de condições fiscais, monetárias e político-sociais entre as candidaturas dos partidos políticos e dos movimentos independentes de cidadãos. Afinal, do que Cavaco Silva e dos demais políticos de Lisboa verdadeiramente falam e continuam unicamente interessados, não será apenas mais do do mesmo, ou seja, da manutenção do centralismo Lisboeta e do permanente domínio do partidarismo sobre a vida das pessoas e a contínua autofagia política e democrática do país e dos portugueses? Tretas é do que estes pantomineiros falam, digo-lhes eu!